terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Por que postar fotos dos filhos com uniforme escolar é perigoso


A época de volta às aulas é sempre marcada por fotos em que crianças e adolescentes retratam a alegria de reencontrar amigos, mostrar o uniforme novo ou contar sobre a nova escola. É nessa época também que os pais, orgulhosos do novo momento,  também postam nas redes sociais imagens dos filhos, principalmente quando os alunos estão iniciando a vida escolar. Mas a prática esconde um aspecto negativo e perigoso: na internet, a informação acaba virando farto material para pessoas mal intencionadas.
“Virou um hábito as pessoas registrarem cada passo, marcando lugares, datas e pessoas com quem convivem”, reforça o delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, do Nuciber (Núcleo de Combate aos Cibercrimes), da Polícia Civil do Paraná. No caso das fotos com uniforme escolar, o delegado diz que os criminosos podem detectar a região onde o colégio está, e pelas fotos,  identificar quem é o estudante. “Evidentemente existe um risco muito grande nisso, porque assim como pessoas de bem estão vendo as postagens, os criminosos também têm acesso”.
“Da foto com o uniforme ou um check-in nas proximidades do colégio, um bandido já sabe parte da rotina de um jovem e até como encontrar a criança nos horários de saída. Em alguns casos, eles seguem o carro que busca o estudante, e aí ficam sabendo onde a família mora.”, diz Demétrius Gonzaga de Oliveira, delegado do Núcleo de Combate aos Cibercrimes.

O delegado comenta que, em geral, as pessoas não prestam atenção nisso, e que um criminoso consegue facilmente acessar as informações nas redes sociais, e rapidamente tem material pra analisar a rotina dos alvos. “Da foto com o uniformeou um check-in nas proximidades do colégio, um bandido já sabe parte da rotina de um jovem e até encontrar a criança nos horários de saída. Em alguns casos, eles seguem o carro que busca o estudante, e aí ficam sabendo onde a família mora”, explica.
Embora no Paraná estes casos não sejam tão comuns, o Nuciber trabalha na prevenção deste tipo de crime principalmente com palestras aos pais. “O cuidado principal depende da conscientização dos pais. É preciso ter mais campanhas mostrando os perigos e danos pelo acesso à internet sem controle. Não basta largar a tecnologia na mão e não orientar, porque o mundo virtual é um local onde bandidos conseguem coletar dados de qualquer natureza”, completa.
Privacidade
Uma maneira de tentar preservar as imagens é modificar as configurações de privacidade ao postar no Facebook, por exemplo. Na hora de postar, ajustar a publicação apenas para amigos e nunca público. O problema é que até entre os amigos da rede social pode ter uma pessoa que não é tão conhecida e acaba tendo acesso a dados da rotina da criança sem que os pais saibam.
Se registrar – e compartilhar – esse momento é importante para a família, o ideal é deixar as fotos entre as pessoas próximas, escolhendo modo privado de compartilhamento, como em grupos do Whatsapp, por exemplo, em que se tem certeza de quem participa. E ter sempre em mente que publicar fotos nas redes sociais é um risco iminente. Não há como controlar.

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