sexta-feira, 22 de junho de 2012

Proteja seu filho do frio

Como evitar resfriados, rinites e outros problemas infantis comuns no inverno

O frio chegou e trouxe a maior preocupação dos pais nessa época do ano: agasalhar os filhos e protegê-los das doenças típicas da estação.

Para driblar tosses, olhos lacrimejantes e crises alérgicas nas próximas semanas, leia as dicas que ensinam a prevenir os quatro problemas de saúde mais comuns do inverno. E lembre-se: evitar lugares fechados e cheios é a primeira regra.

1. Resfriado e gripe
Enquanto o resfriado pode ser causado por mais de 200 vírus distintos, segundo o pediatra Moises Chencinski, a gripe é causada pelo vírus da Influenza ou Parainfluenza e é mais agressiva, podendo levar a outras complicações, como a pneumonia.

 

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Gripes e resfriados: encher a criança de agasalho 
não adianta
 
>> Como prevenir: a vacina contra a gripe é a primeira forma de diminuir a incidência da doença. De acordo com o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, da MBA Pediatria, os pais devem lavar as mãos e o rosto antes de brincarem com os filhos, o que diminui bastante a possibilidade da criança ser contaminada. Também é indicado beber bastante água ou sucos, já que o clima fica mais seco, e lavar as narinas da criança com soro fisiológico.

Ao contrário do que se imagina, proibir a criança de ficar descalça ou tomar vento não faz muito diferença. “É bobagem que a criança não pode andar descalça ou andar no vento nessa época. A recomendação que faço é que os pais estimulem mesmo a vida ao ar livre”, diz o pediatra Wilson Rocha Filho, do Departamento Científico de Alergia e Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

>> Como tratar: o combate é aos sintomas. Manter a criança hidratada, lavar bem as mãos ao brincar com ela, repousar e evitar locais fechados e cheios de gente são as medidas básicas. Mas se houver outras complicações, como falta de ar ou febre alta persistente, procure o médico.

2. Doenças respiratórias: bronquiolite e asma
A asma se torna mais frequente no inverno principalmente pela concentração de poluentes no ar e, de acordo com pediatra Tadeu Fernando Fernandes, vice-presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), também pelos alérgenos, como o ácaro, guardados em cobertores e mantas.

Já a bronquiolite é causada por um vírus específico e pouco falado (vírus respiratório sincicial) que atinge principalmente crianças com menos de dois anos de idade. “Ele ataca o pulmão e faz a criança ‘chiar’ pela primeira vez”, diz.
>> Como prevenir: manter a umidade dentro de casa com umidificadores ou baldes d´água é ainda mais importante para as crianças propensas aos problemas respiratórios. Ficar longe de pó, mofo e fumaça de cigarro ajuda bastante e deve-se dar preferência para ambientes arejados e que recebam luz solar, o que colabora na eliminação dos alérgenos.

>> Como tratar: em uma crise respiratória, é preciso levar a criança ao pronto-socorro. Depois disso, os pais devem procurar a ajuda de um médico para o tratamento.

 
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Evitar lugares fechados é a regra número um
um para evitar problemas de saúde comuns no frio
 
3. Rinite
As crises, na maioria das vezes quadros alérgicos, podem ser causadas principalmente por alérgenos e outros poluentes presentes no ar nessa época.

>> Como prevenir: use umidificadores e lembre-se de lavar ou expor ao sol as roupas guardadas no armário há muito tempo, antes de a criança usar. Isso vale também para travesseiros, tapetes, mosquiteiros e colchões.

>> Como tratar: o tratamento pode ser feito com medicamentos orais ou nasais, indicados por um médico. O pediatra Sylvio Renan lembra que os pais não devem medicar os filhos sem uma consulta médica – alguns medicamentos podem até piorar a rinite.
4. Dermatite
O clima do inverno é propício para o ressecamento da pele e o surgimento de alergias e coceiras. Se a criança já foi diagnosticada com dermatite atópica, redobre a atenção.

>> Como prevenir: Victor Horácio Souza da Costa, infectologista do Hospital Pequeno Príncipe, recomenda evitar banhos muito quentes e demorados, além de indicar o uso de sabonetes e hidratantes neutros.

>> Como tratar: o tratamento só é possível com a consulta a um médico especialista, que vai receitar os medicamentos ideais para as crianças.

Fonte:http://delas.ig.com.br/filhos/2012-06-21/proteja-seu-filho-do-frio.html

 

terça-feira, 19 de junho de 2012

Crianças apresentam novo tratamento de câncer e purificador de água


Adolescentes de 13 anos dos EUA criam solução inovadora para permitir que menina sem dedos de 4 anos possa desenhar e escrever

Um purificador de água movido a energia solar para ser usado no Haiti, uma nova forma de tratar câncer de mama e um aparato para crianças e adultos com deficiência manual escreverem são invenções não de cientistas, mas de crianças norte-americanas, de 13 a 17 anos.

 

 

Rapahel Gomide
Meninas apresentam aparato 
que permiteque pessoas com 
deficiência manual possam 
escrever.
 
Os autores dessas novidades vencedoras de concursos nos Estados Unidos vieram ao Rio a convite do Departamento de Estado daquele país para apresentar soluções sustentáveis a problemas cotidianos, na Rio+20. Eles fizeram uma apresentação no Parque dos Atletas, neste domingo, e assistiram a vitória do Flamengo, hexacampeão brasileiro, sobre os reservas do Santos, pelo campeonato nacional.

 
Raphael Gomide
Nithin Tumma criou nova 
abordagem para o tratamento 
de câncer e agora vai para 
Harvard.
 
Seis meninas bandeirantes de 13 e 14 anos de duas cidades pequenas no Estado de Iowa inventaram um instrumento de escrita a partir da necessidade de Michelle, uma menina de 4 anos, que não tem dedos na mão direita.
O Bob 1, como foi batizado, é uma base de espuma sólida com espaço para uma canela ou pilot e uma alça de velcro para prender à mão. Serve ainda para quem teve derrame, artitre, múltipla esclerose, entre outras doenças que restringem os movimentos das mãos.

"Logo Michelle estava fazendo desenhos e dando os primeiros passos na escrita", disse Mackensie Grewell, 13 anos. Uma integrante do grupo, Kate Murray, 14, também tem deficiência na mão esquerda e usa um adaptador para tocar violino, o que também ajudou o grupo a pensar em algo customizado para Michelle.

O aparato simples e barato - o material custa cerca de US$ 10, mas ainda não há previsão de preço de mercado, uma vez patenteado - fez a diferença para Michelle e venceu o concurso da First, organização que atuar "para a inspiração e reconhecimento da Ciência e tecnologia, conforme sua sigla em inglês. Como prêmio, o grupo de meninas foi convidado à Casa Branca, para conhecer o presidente americano, Barack Obama, e ganharam US$ 20 mil para patentear o produto.

Nithin Tumma, filho de 18 anos de imigrantes indianos, não conheceu ainda Obama, mas desenvolveu, desde os 14, uma nova abordagem "menos tóxica" para o tratamento de câncer de mama. A ideia desenvolvida por Nithin é reduzir o efeito colateral de remédios sobre as células não-cancerígenas, isolando as células doentes e tratando-as sem afetar as saudáveis.

No laboratório, Nithin conseguiu identificar uma proteína presente apenas nas células cancerígenas, o que potencialmente permitiria que fossem isoladas para sofrer tratamento específico, que não atingiria as células saudáveis. Após ganhar o prêmio de Ciência e Tecnologia da Intel, o rapaz começa este ano a estudar Ciências da Computação e Biologia Molecular na prestigiosa Universidade Harvard.

 
Raphael Gomide
Shayanth Sinnarajah e Lucia 
Herrmann com o desenho do filtro
 
Também na área de saúde, Shayanth Sinnarajah e Lucia Herrmann, adolescentes de 18 anos, criaram um filtro de água movido por energia solar para uso comunitário em Cité Soleil, principal favela de Porto Príncipe, capital haitiana. "É adequado para uma família de cinco pessoas e o primeiro filtro vai começar a operar no Haiti em 15 de julho", disse
O aparato, que inclui um galão de 50 litros de água, fica sobre um carrinho de rodas. Ele tem capacidade de filtrar 54 litros a cada 15 minutos, e o tamanho do carrinho é de 70cm por 1,40m.  Funciona sem energia elétrica e sem componentes químicos, e a água passa por uma série de quatro filtros subsequentes, limpando-a progressivamente. Inicialmente, são retirados da água doce a lama e outros componentes mais sólidos, e se vai refinando o líquido até o último filtro, que é capaz de limpar 99,2% das bactérias ainda existentes.

A iniciativa venceu o Conrad Awards, que estimula estudantes do mundo todo a apresentar trabalhos. As inscrições para 2012-2013 estão abertas em www.conradawards.org .

 FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/2012-06-18/na-rio+20-criancas-apresentam-novo-tratamento-de-cancer-e-purificador-de-agua.html

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A arte de viver em apartamentos


Moradores, síndicos, adolescentes e cães convivendo em paz. Parece um sonho? Com um pouco de bom senso e elegância é possível...

 

 

Thinkstock/Getty Images

Antes de pensar em mudar para seu novo 
apartamento, lembre de consultar as regras do 
condomínio. Você vai ter que segui-las
 
“As pessoas são muito difíceis”, sentencia o síndico profissional Renato Daniel Tichauer. Para ele, a origem da maioria dos problemas de convivência em prédios e condomínios é complexa e difícil de mudar da noite para o dia. Bom senso e bons modos ainda são a receita básica para evitar dores de cabeça que podem até virar onerosos processos judiciais.

As principais reclamações de moradores de apartamentos

Barulho, desrespeito com funcionários, estacionamento impróprio na garagem, animais de estimação mal-educados, convivência com crianças e adolescentes na área de lazer são as principais reclamações da maioria dos moradores.
“As pessoas não entendem que morar em condomínio é dividir a propriedade”, lembra Roseli Schwartz, autora de “Revolucionando o Condomínio”, da editora Saraiva. “Respeito pelo o outro é fundamental”, reforça.

Para que serve um síndico?

Tichauer, que trabalha há dez anos como síndico – cargo que ainda não é reconhecido como profissão – hoje cuida de cinco condomínios das mais diversas classes. “Os problemas se repetem”, constata o economista, de 56 anos, que “sabe um pouco de cada coisa”, tem muito jogo de cintura, “sempre” cumpre as regras, já recebeu ameaça de morte de um morador e teve de intervir em uma tentativa de suicídio. Sua estratégia para administrar conflitos: conversar primeiro, notificar depois e multar apenas em último caso.
“O síndico é um facilitador social. Tem que ser uma pessoa com perfil conciliatório”, afirma o advogado Alexandre Macedo Marques, diretor de ensino da Assosíndicos (Associação dos Síndicos de Condomínios Residenciais e Comerciais de São Paulo).

Sem estatuto e regras claras não é possível viver em paz

Antes mesmo de uma reclamação chegar ao síndico, no entanto, o ideal é que os envolvidos tentem conversar e, nessa hora, as normas do prédio são o melhor guia para evitar brigas.
“Um condomínio bem administrado tem um estatuto detalhado que deve ser conhecido e obedecido por todos”, ensina a consultora de etiqueta Ligia Marques, autora de “Etiqueta e Marketing Pessoal”, “Etiqueta 3.0” entre outros.
O apartamento de cima está com vazamento e tem goteira no seu? O cachorro do 302 late muito à noite? O lixo da vizinha ficou no corredor do andar? Essas situações têm como ser gerenciadas com a ajuda do estatuto do prédio e de doses generosas de diálogo. Às vezes, a goteira é só um entupimento sem maiores consequências, o animal de estimação pode estar sem exercício físico e/ou precisando de um pouco mais de atenção e a vizinha é moradora nova e não sabia onde colocar o lixo.

Política de boa vizinhança

“Não é à toa que política de boa vizinhança tem esse nome. Para viver bem em um prédio é fundamental que existam políticas claras e regras bem definidas. Ao mesmo tempo, essa convivência é um tremendo exercício de flexibilização”, avisa a especialista em etiqueta Cláudia Matarazzo, autora de “Etiqueta sem frescuras”, da editora Planeta.
Deveria ser simples, não é? Para algumas pessoas, no entanto, não é. Roseli conta o caso de uma moradora que foi parar na Justiça por causa de uma goteira. O pinga-pinga constante, decorrente de um problema no apartamento de cima, começou a deixá-la perturbada, a ponto de ter que tomar medicamento para dormir. O problema era trivial, a troca da junta do ralo do banheiro já resolveria o transtorno, mas a moradora do apartamento com vazamento recusava-se a permitir a entrada no local. Depois de comprovar judicialmente os custos que teve com tratamentos psiquiátricos, pediu indenização por danos morais e ganhou a causa. “Uma coisa que era simples de resolver virou uma problema enorme totalmente sem necessidade”, diz Roseli.

Confira os 20 conselhos básicos para viver em paz num apartamento, segundo os especialistas consultados para a reportagem:
 
Para começo de conversa, cumprimente sempre seus vizinhos. Seja simpático e gentil. Isso não custa nada e vai garantir sua boa imagem perante todos;

Antes de comprar ou alugar um imóvel, conheça as regras que regem o condomínio. Lembre-se que ainda que você não concorde com algumas delas, terá que obedecê-las porque elas foram decididas pela maioria;

Frequente as reuniões de condomínio por mais chatas que possam parecer, pois é lá que os assuntos de interesse de todos são discutidos e votados. Quem não comparece fica sem condição de discutir depois;

Evite comentar fatos da vida alheia com qualquer pessoa. Fofocas geram discussões e brigas;

Respeite os empregados do condomínio e o trabalho que eles fazem. Jamais solicite trabalhos particulares em horário de serviço no condomínio;

Barulho só até às dez da noite e depois das oito da manhã. Nesse intervalo, respeite o silêncio;

Se fizer uma festa em seu apartamento e houver barulho, comunique o síndico e os vizinhos com antecedência e lembre-se de compensar a paciência dos vizinhos de alguma forma, como presenteando-os com docinhos ou flores, por exemplo;

Evite andar de salto dentro do apartamento, sobretudo se o isolamento acústico do prédio não for lá essas coisas;

Trafegue com animais e compras somente pelo elevador de serviço. Animais, sempre que possível, devem permanecer no colo, você nunca sabe quem tem pavor de bichos. Caso perceba que a pessoa que entrou no elevador tem medo, segure ainda mais firme seu animal e procure tranquilizar o vizinho;

Se, ao contrário, for você que está entrando no elevador com o cachorro e já tiver algum morador, é gentil perguntar antes se a pessoa se incomoda com a presença do animal;

Jardins, playground e áreas comuns não são quintal de cachorro. Passeios com animais devem ser feitos na rua e, é claro, saquinho na mão para recolher as fezes do bichinho;

Não caia na armadilha de entrar em discussões com vizinhos. Diante de qualquer provocação mantenha-se calmo e comunique o fato ao síndico, que deverá tomar providencias;

Jamais, em hipótese alguma, chame a empregada da vizinha para trabalhar na sua casa;

Faça uma lista com os nomes das pessoas para deixar na portaria quando for usar o salão de festas. Deixe o local como o encontrou após a festa: vazio e com as coisas no lugar. A limpeza fica por sua conta;

Atente para que a decoração do seu hall de entrada não incomode o vizinho (se for um hall comum). Idealmente, é sempre melhor tentar fazer alguma coisa em conjunto. Convidar para um cafezinho e sondar as preferências do outro costuma funcionar;

Sempre devolva o carrinho de compras do prédio ao local em que fica disponível a outros condôminos
Não circule em trajes de banho pelo prédio. Use canga ou equivalente;

Não segure a porta do elevador enquanto conversa;

Quando dois carros se encontram, o que está entrando na garagem tem a preferência;

Estacione dentro de sua faixa na garagem e não use a vaga como depósito.





 FONTE:http://delas.ig.com.br/comportamento/2012-06-17/como-evitar-brigas-entre-vizinhos-de-apartamento.html

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dez brinquedos de papel para fazer com seu filho

Aprenda a confeccionar dez brinquedos fáceis usando papel e outros materiais disponíveis em casa

 

Um dia frio, criança em casa com gripe e uma certa dose de habilidade manual. Foi nesse cenário que nasceu a ideia de entreter o filho criando brinquedos e brincadeiras com os materiais que estivessem sobrando pela casa. E assim a designer, fotógrafa e grafiteira Estéfi Machado encontrou um caminho produtivo e divertido para conciliar o filho Teo, 5, com seu trabalho.
“Quando meu filho fez um ano veio a primeira gripe e ele não podia ir ao berçário. Tivemos que ‘dividir’ o espaço da casa. Para entretê-lo em meio ao meu trabalho, resolvi juntar o material do meu ateliê e inventei atividades para que ele se divertisse e me desse tempo para produzir”, conta Estéfi.


 
Estéfi Machado

Aprenda com a designer Estéfi Machado a fazer 
brinquedos de papel.
 
Vale usar o que estiver à mão. “Se acabamos de tomar um suco de caixinha ou se fomos à feira e trouxemos sacos de papel craft, tudo é material para criar algo.” Além disso, Estéfi faz questão de inserir o filho em suas criações. “Acho que devemos envolver as crianças em tudo que fazemos, com responsabilidade, claro. Em algumas atividades mais complexas, chamo o Teo pra me ajudar com algum detalhe, como passar cola na borda de um tecido ou na ponta de um papel.”
 
A imaginação é o limite
 
A dica é olhar os objetos do dia a dia com outros olhos. Estéfi enfatiza que mesmo quem não tem muita habilidade pode se aventurar pelo mundo da arte manual.
Uma bandeja de isopor que vem junto com frios, por exemplo, pode ser um excelente passatempo que envolve desenho e pintura. Basta pedir para a criança desenhar algo na bandeja, passar tinta guache com um rolinho e pressionar em uma folha de papel. Você terá uma gravura totalmente original feita pelo seu filho.

“Mesmo que não fique perfeito, o legal é o processo. A brincadeira está no fazer, não no resultado. A ideia do meu blog é justamente compartilhar ideias simples para criar o vínculo de pais e filhos e entreter as crianças com boas ideias.”
 Visite o site de Estéfi Machado em www.estefimachado.com.br


FONTE:http://delas.ig.com.br/filhos/206-15/dez-brinqu12-0edos-de-papel-para-fazer-com-seu-filho.html
 



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Metas educacionais voltam a apoiar classes só para deficientes


Novo texto do Plano Nacional de Educação prevê o atendimento em casos que a inclusão não funcionar, polêmica entre educadores

O Plano Nacional de Educação (PNE) ganhou metas diferentes das propostas pelo Ministério da Educação no Congresso Nacional. Se o texto for aprovado como está, as classes exclusivas para estudantes deficientes voltarão a receber estímulo. A definição contraria as políticas mais recentes do ministério, que defende a inclusão desses alunos em escolas convencionais.

A mudança na redação original do PNE, proposta pelo relator do projeto na Câmara dos Deputados, Ângelo Vanhoni (PT-PR), causou polêmica entre especialistas na última semana. E representou alívio para muitas famílias e representantes de entidades que cuidam de espaços de atendimento específico para deficientes.

  

 
Foto: Alan Sampaio Novo texto do PNE reforça papel de escolas exclusivas para deficientes, como o Centro de Ensino Especial nº 1 de Brasília

  Para o MEC, as crianças com deficiências ou transtornos globais de desenvolvimento devem estudar em escolas públicas convencionais. Os colégios têm de se adequar às necessidades dos alunos e dar a eles a chance de conviver com pessoas sem deficiência. A inclusão, na opinião dos gestores e corroborada por muitos especialistas, promove o fim do preconceito e crescimento dos estudantes.
O texto apresentado por Vanhoni aos parlamentares, que votarão a proposta no dia 12 de junho, abre possibilidades diferentes. Define, na meta 4, que será objetivo do País atender esses alunos, de preferência, na rede regular de ensino. Porém, “garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns”.
Na opinião do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que faz parte do movimento das Apaes há 30 anos, o relatório, agora, “contempla o anseio da sociedade”. Para ele, a decisão “muito técnica” do MEC foi superada por uma “decisão política de governo”.


Mais opções
 
“Somos a favor da coexistência dos dois tipos de escola para a ampliação das oportunidades educacionais para muitas crianças que não recebem atendimento adequado em escolas regulares”, comenta Sandra Marinho Costa, secretária-executiva e procuradora jurídica da Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), entidade que atende pessoas excepcionais.
Sandra conta que 250 mil pessoas são atendidas pelas Apaes em todo o Brasil. Muitas delas, ela diz, tentaram se manter em escolas convencionais, mas não tiveram sucesso. “Fazer matrícula e ir para a escola é uma coisa. Estar incluído é outra bem diferente. Há pessoas com comprometimentos tão sérios que não conseguem receber atenção adequada e terminam isoladas nesses ambientes”, diz.
A representante de uma das associações que mais trabalhou, nos bastidores, para convencer o deputado Vanhoni de que a mudança na meta de número 4 do PNE era importante garante que a defesa das Apaes é por um sistema inclusivo de educação. Segundo Sandra, as famílias têm de ter opções. “E há crianças que, após um atendimento especializado, são plenamente capazes de frequentar escolas regulares e aprender. Outras não”, ressalta.
Sabine Antonialli Arena Vergamini, diretora de Unidade Socioeducacional do Centro de Educação para Surdos Rio Branco, em São Paulo, também critica a ideia de que as escolas regulares fazem inclusão. “Divisão do espaço físico não significa incluir. Para 99% dos surdos, uma escola só deles é muito melhor”, afirma. Na escola que coordena, Sabine conta que as crianças são alfabetizadas, primeiro, na Língua Brasileira de Sinais (Libras). A língua portuguesa é ensinada como uma segunda língua. As famílias são incluídas no processo.
Mantida pela Fundação Rotariana de São Paulo, a escola só atendia crianças carentes até bem pouco tempo. Por conta da demanda, eles decidiram abrir algumas vagas para famílias que podem pagar uma mensalidade: um aluno por cada classe. As turmas têm, no máximo, 10 crianças e as atividades ocorrem em período integral.
Ambientes para poucos
Os centros especializados em educação especial não são numerosos no Brasil. No ano passado, de acordo com o Censo Escolar 2011, eles atendiam apenas 0,38% dos 50,9 milhões de estudantes da educação básica. A maior parte dessas matrículas está em colégios da rede privada. São 130 mil alunos em classes especiais ou escolas exclusivas particulares.
Com a política de inclusão definida pelo MEC, o número de estudantes nesses ambientes específicos é bem menor hoje do que no passado. Em 2007, havia 224 mil alunos em salas ou escolas exclusivas da rede privada. No mesmo ano, a rede pública tinha 124 mil alunos na mesma condição. Hoje, eles somam apenas 63 mil. Em classes comuns da rede pública, há 558 mil estudantes especiais. Nos colégios privados, eles são apenas 32 mil.
O Centro de Ensino Especial nº 1 de Brasília é uma das exceções de atendimento especializado da rede pública. Possui 150 funcionários, que atendem 311 alunos com mais de 14 anos. Tânia Guimarães, de 51 anos, é uma das mais antigas estudantes matriculadas no colégio. Está lá há 38 anos. “A idade cronológica deles não é a mesma da idade mental e isso precisa ser considerado”, diz a supervisora pedagógica da escola, Claudia Garcia.
A proposta pedagógica do CEE 1 de Brasília não é como a de uma escola convencional. Não há um currículo obrigatório a ser superado por todos os alunos. “Aqui, as possibilidades de cada um são analisadas por equipe multiprofissional. Nosso objetivo não é pensar nos limites, mas nas potencialidades deles. Para muitos, a missão é socializá-los, dar autonomia para atividades práticas do dia a dia”, conta Adriana Cruz, diretora do centro.
Dos 311 estudantes, 121 estão matriculados em escolas regulares e só realizam atividades complementares nos ambientes da escola.
Retrocesso
Para Claudia Gabrois, do movimento Inclusão Já, a nova definição da meta é um retrocesso. “Ela fere preceitos constitucionais. As pessoas com deficiência têm o direito à educação em escolas regulares. Se existem recursos nas escolas especiais, eles podem estar dentro das escolas comuns. Essas pessoas não podem ser segregadas da sociedade”, defende.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também defendeu a inclusão. Para ele, foram as políticas inclusivas que aumentaram a presença de pessoas com deficiência nas redes de ensino. “A escola de atendimento especial é um direito, sim, mas para ser exercido de forma complementar e não excludente”, afirmou.

FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2012-06-02/metas-educacionais-voltam-a-apoiar-classes-so-para-deficientes.html


Estudantes surdos e disléxicos ganharão mais tempo para fazer o Enem


Mudanças no edital que garantem atendimento especializado para atender necessidades dos candidatos também preveem correção diferenciada das redações

O paulista Cláudio da Silva Junior, de 19 anos, se prepara para enfrentar um desafio comum para a maioria dos estudantes do 3º ano do ensino médio como ele: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele, porém, ao contrário da maioria, precisa de condições especiais para competir em pé de igualdade com os milhões de candidatos que farão a prova.
Cláudio é surdo. Utiliza a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para tudo. Para ele e seus pares, essa é sua primeira língua. O português é apenas o segundo idioma. Isso significa que a compreensão de conteúdos, provas e comandos em língua portuguesa fica prejudicada. Especialmente em provas de seleção.

 
 

Divulgação:

No Colégio Rio Branco%2C onde Cláudio e Andrezza 
estudam%2C há intérprete de Libras com eles o 
tempo todo. Estudantes surdos têm o mesmo direito 
no Enem.
 
As regras para atendimento diferenciado para candidatos deficientes têm se aprimorado, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Este ano, o edital deixou bem claro que, além dos alunos com deficiência física, auditiva e visual que, em geral, podem solicitar atendimento especial, outros grupos serão contemplados.


Saiba como se inscrever no Enem

Pela primeira vez, as regras do exame orientam estudantes com dislexia, hiperativos e autistas, por exemplo, a pedir ajuda especial dos organizadores do exame. Todos têm direito a auxílio de um profissional ledor e transcritor, podem solicitar tempo a mais para fazer as provas e suas redações serão corrigidas sob critérios diferenciados de avaliação
“Ao longo de sucessivas realizações do exame, o processo de eliminação de barreiras e de provimento de serviços profissionais especializados e de recursos de acessibilidade vem se aprimorando”, afirma o órgão em documento enviado ao iG. Para quem usufrui do atendimento, são essas peculiaridades que garantem a igualdade de condições.
Para Cláudio, o ideal seria que, além de serem distribuídas escritas na língua portuguesa, as provas fossem gravadas em Libras e ficassem disponíveis em notebooks ou tablets. “O aluno surdo poderia fazer a prova em seu tempo, retomando o vídeo quando necessário”, diz. A colega Andrezza Santos Gomes, 17 anos, acrescenta: “a seleção dos tradutores-intérpretes também precisa ser mais criteriosa”, avalia.

Direito
 
O atendimento diferenciado em provas de seleção é um direito de todas as pessoas com deficiência. De acordo com o Decreto nº 5.296/2004, esses jovens têm direito a instrumentos, equipamentos ou tecnologias adaptados para favorecer a autonomia deles. As ferramentas têm de ser solicitadas no momento da inscrição.
Após a solicitação, funcionários do Inep telefonam para cada candidato, confirmando os pedidos feitos pela internet. É nesse momento que os estudantes podem solicitar também tempo adicional para fazer as provas. Essa é mais uma possibilidade prevista em lei (no Decreto nº 3298/1999). No Enem, esses candidatos ganham uma hora a mais.
Nos casos de dislexia e déficit de atenção, por exemplo, quem não solicitar auxílio extra pode pedir mais tempo para resolver os itens por questões pedagógicas. Vale lembrar que é preciso comprovar, com laudos médicos, as necessidades especiais.
Andrezza e Cláudio dizem que a maior dificuldade que enfrentam é mesmo a compreensão dos comandos e dos itens em língua portuguesa. Por isso, gastam muito mais tempo que outros alunos para preencher todas as questões.


 
Divulgação:

Cláudio e Andrezza aprovam as medidas adotadas 
pelo Inep%2C mas gostariam que tablets fossem 
usados para gravar a leitura das questões em Libras
 
Correção
 
As dificuldades com a linguagem também serão consideradas este ano na correção das redações, segundo o Inep. Os mecanismos de avaliação dos textos de participantes surdos ou com deficiência auditiva são coerentes ao aprendizado da língua portuguesa como segunda língua. Para os disléxicos, as características linguísticas de quem possui esse transtorno também são levadas em conta.

Entenda o novo método de correção das redações do Enem
 
Os estudantes do Colégio Rio Branco também elogiam a medida. “Se isso não acontecer, certamente ocorrerão equívocos na correção, por desconhecimento da escrita dos surdos”, comenta Andrezza.

Confira trechos do edital:
 
"2.2 O PARTICIPANTE que necessite de atendimento DIFERENCIADO e/ou de atendimento ESPECÍFICO deverá, no ato da inscrição:
2.2.1 Informar, em campo próprio do sistema de inscrição, a necessidade que motiva a solicitação de atendimento de acordo com as opções apresentadas:
2.2.1.1 Atendimento DIFERENCIADO: oferecido a pessoas com baixa visão, cegueira, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, autismo, gestante, lactante, idoso, estudante em classe hospitalar ou outra condição incapacitante.
2.2.2 Solicitar, em campo próprio do sistema de inscrição, o auxílio ou o recurso de que necessita, em caso de atendimento DIFERENCIADO, de acordo com as opções apresentadas: prova em braile, prova com letra ampliada (fonte de tamanho 24 e com figuras ampliadas), tradutor-intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), guia-intérprete, auxílio ledor, auxílio para transcrição, leitura labial, sala de fácil acesso e mobiliário acessível."

Quem pode pedir (e qual tipo) auxílio
 
a) Baixa visão: ledor, transcritor, prova ampliada, sala de fácil acesso;
b) Cegueira: prova em Braille, ledor, transcritor, sala de fácil acesso;
c) Deficiência física: transcritor, sala de fácil acesso, mesa e cadeira sem braços, mesa para cadeira de rodas, apoio para perna;
d) Deficiência intelectual: ledor, transcritor, sala de fácil acesso;
e) Deficiência auditiva: tradutor-intérprete Libras, leitura labial;
f) Surdez: tradutor-intérprete Libras, leitura labial;
g) Surdocegueira: guia-intérprete, prova ampliada, prova em Braille, tradutor-intérprete Libras, leitura labial, ledor, transcritor, sala de fácil acesso;
h) Autismo: ledor, transcritor;
i) Déficit de atenção: ledor, transcritor;
j) Dislexia: ledor, transcritor;
k) Gestantes e lactantes: sala de fácil acesso, mesa e cadeira sem braços, mesa para cadeira de rodas, apoio para perna;
l) Idoso: sala de fácil acesso.


FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2012-06-09/estudantes-surdos-e-dislexicos-ganharao-mais-tempo-para-fazer-o-enem.html