segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Sindicato das escolas apoia retorno; o dos professores é contrário...

 A ideia de exigir a volta de alunos e professores não é bem-vista pelo sindicato dos professores, mas agrada a especialistas e às escolas particulares. O presidente da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Artur Fonseca, afirma que a ciência e a saúde devem dizer como voltar às aulas com segurança, mas jamais discutir se devemos retornar. 


"Apenas durante o impedimento nós poderíamos pensar em educação não presencial. Para as crianças menores e especialmente para as pessoas mais vulneráveis a escola é um instrumento de avanço social. Todos os mais vulneráveis dependem da educação presencial. 

O secretário não está inventando nada. Estamos repetindo aquilo que aconteceu em todo o mundo civilizado", defende. 

A professora Nina Ranieri, coordenadora da Cátedra Unesco de direito à educação da USP, destaca que a decisão se faz em benefício do melhor interesse da criança e do adolescente, direitos previstos por documentos internacionais e artigos da Constituição.

 "A essa altura da pandemia já temos mais informações sobre transmissão, tratamento e o que devemos fazer. Está mais do que comprovado que a volta às aulas é melhor do que o isolamento", diz.

Crítica 

"É muito irresponsável a volta às aulas presenciais, sobretudo no contexto da escola pública. Não temos uma estrutura nas escolas. Não podemos fazer o distanciamento, em muitos locais as salas foram improvisadas. Temos até bibliotecas que viraram salas de aula. Não tem arejamento, claridade, não temos sequer espaços abertos para dar aula ao ar livre", explica Maria Izabel, presidente da Apeoesp, sindicato dos professores da rede estadual.

Ela diz não entender o posicionamento do secretário, que chegou a falar sobre a possibilidade de responsabilizar o pai que não levar o filho para a escola. "Se a ciência já desenvolveu uma resposta com vacinas, por qual motivo ele não coloca os professores na primeira fase do plano de vacinação?", indaga Maria Izabel. "A escola é um ambiente de aglomeração. Agora seria a oportunidade do secretário dizer que está em defesa da vida dos professores, funcionários e toda a equipe de educação. Isso não chega a 400 mil. Esse número não vai interferir em nada. A nossa situação é preocupante e eu estou defendendo categoria essencial."

De acordo com Rossieli, "precisamos entender que há uma hierarquia na necessidade da vacina porque temos poucas". Na sua opinião, o ideal é começar a proteger os idosos. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE:https://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-estado/2020/12/22/sindicato-das-escolas-apoia-retorno-o-dos-professores-e-contrario.htm



Em cidade castigada por pandemia, escola acha novas formas de alfabetizar...

 Quando o coronavírus se alastrou com virulência por Manaus, colapsando os sistemas de saúde e funerário logo nos primeiros meses da pandemia, as famílias de Maricleia Silva e Ketia Fontaine Romain não ficaram ilesas. Maricleia, que cozinha marmitas para vender na vizinhança, viu sua rotina virar quando a filha Alice não pôde mais frequentar a escola, onde ficava em tempo integral. 


A família ainda sofreu uma perda difícil: pouco depois de a mãe de Maricleia se recuperar de uma internação por covid-19, o pai dela morreu em decorrência da doença. "A cada dia, a gente tinha medo de receber uma notícia ruim", lembra Maricleia. Ketia, uma imigrante venezuelana há quatro anos no Brasil, conta, com alívio, que ninguém na família adoeceu pelo novo coronavírus. Mas recorda também a insegurança quando precisou recorrer a doações de cestas básicas e ao auxílio emergencial do governo para fechar as contas e alimentar os quatro filhos. Mesmo com as turbulências, Maricleia e Ketia comemoram uma conquista não trivial em 2020: suas filhas Alice e Andrea, ambas de 7 anos, concluíram o primeiro ano de ensino básico plenamente alfabetizadas - conseguem ler e escrever mesmo tendo tido apenas um mês de aulas presenciais, entre fevereiro e março.

Quem garantiu esse aprendizado em um ano tão desafiador foi uma escola também abalada por suas próprias dores em meio à pandemia. "Tivemos muitas perdas de vidas (por covid-19) nas famílias dos funcionários e das crianças. Só a nossa pedagoga perdeu quatro pessoas próximas. 

Foi um momento de medo, ansiedade e desespero", conta Lúcia Santos, diretora da escola municipal Waldir Garcia, que abriga 227 crianças no ensino fundamental 1 (1ª à 5ª série) na capital amazonense. E, a despeito disso, Santos afirma que 2020 foi "tudo menos um ano perdido" para a escola. "Pelo contrário, estamos mais próximos das famílias. Tivemos muitos ganhos."

Em meio a tanta desolação e incerteza rondando a educação, a Waldir Garcia é um retrato do empenho de tantas escolas pelo Brasil em manter seus estudantes engajados e aprendendo, mesmo com os enormes obstáculos do ensino à distância e dos problemas de conectividade e desigualdade. 

'A gente achava que conhecia nossos alunos' 

Os primeiros meses do novo coronavírus deixaram marcas profundas em Manaus. Em abril, a capital amazonense chegou a registrar mais de cem enterros por dia. 

Em todo o Amazonas, a taxa de letalidade pela doença passava dos 8% - em comparação, a média geral no Brasil é hoje de cerca de 2,6%.

Logo no início, a suspensão das aulas presenciais foi amenizada quando as redes municipal de Manaus e estadual do Amazonas passaram a transmitir aulas pela TV aberta. 

Mas foi nesse momento que a equipe da Waldir Garcia descobriu que a vulnerabilidade social de parte de suas crianças era maior do que se imaginava.

 "Nas casas de 27 alunos não havia nem televisão, nem celular nem internet, e eles estavam passando fome", conta Santos.

"Algo que era invisível se tornou visível. Até então, a gente achava que conhecia os alunos. Eles faziam três refeições por dia na nossa escola. (Com a pandemia), muitos pais ficaram sem emprego, sem ter o que comer e sem ter onde deixar os filhos. (...) Vimos que o mais importante naquele momento não era o conteúdo, mas saciar a fome e manter o vínculo com a escola." 

Por intermédio de uma plataforma de financiamento coletivo, a escola conseguiu arrecadar mais de R$ 8 mil para financiar cestas básicas às famílias que precisavam.

A de Ketia foi uma das beneficiadas. "Foi difícil, porque em casa o único que trabalha é meu marido. A cesta chegou quando não havia nada em casa. Com isso, graças a Deus não nos faltou (comida)." 

Outras famílias também receberam doações de aparelhos de TV e celulares para acompanhar as aulas. 

"Em maio, quando conseguimos ter todas as crianças conectadas, começamos nosso trabalho de ensino", conta a diretora Lúcia Santos.

Brasileiros, venezuelanos e haitianos 


A Waldir Garcia já era tida como escola de referência no Amazonas. Localizada em uma área vulnerável de Manaus, abriga crianças de diferentes classes sociais e origens, incluindo 50 estrangeiras, em sua maioria filhas de imigrantes venezuelanos e haitianos - as professoras, inclusive, estudam espanhol para se comunicar melhor com elas.

A escola também é parte do programa Escolas Transformadoras, que promove competências como empatia, trabalho em equipe e criatividade em comunidades escolares de 25 países. Neste ano, Lúcia Santos havia sido uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10, em reconhecimento pelos projetos de protagonismo juvenil adotados em sala de aula. 

E dados do exame oficial Prova Brasil 2017 apontam resultados acima da média nacional: 85% dos alunos da Waldir Garcia concluíram o quinto ano com conhecimentos adequados em português (contra 56% no Brasil) e 85% em matemática (no Brasil, esse índice é de 44%).

Mesmo assim, o ensino remoto durante a pandemia foi desafiador para educadores, pais e crianças. 

Como manter a aprendizagem viva à distância, em um momento tão crítico como o da alfabetização, em que a proximidade entre alunos e professores é tão importante? Como manter o vínculo das crianças com a escola? 

"A gente (educadores) antes tinha dificuldade até para usar email", conta Santos. "Mas aprendemos a usar tecnologias das quais agora não vamos mais abrir mão. As professoras criaram um podcast com contação de história para as crianças, descobriram como usar o Google Classroom e fizeram curso para aprender a usar padlet", em referência à ferramenta que permite criar um quadro de  atividades entre muitos participantes. 

Armadas de máscaras e equipamentos de proteção individual, algumas professoras foram de casa em casa dos alunos para entregar materiais escolares e kits para que as crianças pudessem criar suas próprias hortas em casa - aumentando a oferta de alimentos e de chances de aprendizado.

"A gente aprendeu com eles também: foi bonito ver as famílias plantando, colhendo, se engajando. (Com as visitas e aulas online), conseguimos conhecer a casa de todas as crianças, suas dificuldades, e passamos a respeitar o tempo de cada uma".

 Alfabetização 

Na outra ponta desse processo estavam os pais - como Maricleia, que se desdobrou para ser ao mesmo tempo "cozinheira, professora e a mãe que leva para brincar".

"Não foi fácil. Às vezes eu pedia socorro. Minha filha se distrai fácil. Acho que toda mãe pensou como é difícil ser professora e cuidar de 22, 23 crianças ao mesmo tempo", conta. 

Alice, então com seis anos, já havia tido noções de alfabetização na etapa final da educação infantil, mas, como a maioria das crianças da sua idade, ainda fazia mais rabiscos do que escrita.

Todos os dias, Maricleia recebia por WhatsApp as atividades da escola. Na casa das professoras, cartazes à mão colados na parede apresentavam quais as palavras e sílabas seriam estudadas em cada semana. As mesmas palavras eram usadas pelos professores de artes e esportes em suas atividades.

Os vídeos mostravam às crianças como fazer os movimentos das letras e como os pais poderiam encorajar a leitura. 

"Hoje a gente viu o trava-línguas do 'rato roeu a roupa do rei de Roma. Então agora a tia vai mostrar para vocês como é o movimento do 'r' minúsculo, ele começa bem aqui em cima (no papel)", diz a professora em um dos vídeos.

Maricleia respondia com gravações de Alice lendo e escrevendo as primeiras palavras.

 "Os pais eram nossos mediadores", prossegue Lúcia Santos. "A gente sabe o quanto foi importante as famílias estarem acompanhando o ensino de perto."

A mesma dinâmica se repetia na casa de Ketia, que, mesmo sem falar português fluente, ajudava nos estudos dos filhos e no processo de alfabetização de Andrea.

 "Meus filhos é que me ensinaram português nessas aulas", conta. 

Das 40 crianças de primeira série da Waldir Garcia em 2020, Lúcia Santos diz que 37 estão concluindo o ano letivo sabendo ler e escrever, apesar dos percalços.

Em anos normais, Lúcia Santos diz que esse índice seria de 100%. Mas os três alunos que tiveram dificuldades (bem como crianças de outras séries com dificuldades no conteúdo) receberam reforço presencial, com horário marcado, na própria escola, com a ajuda de professores voluntários. 

Um estudante novo da quarta série também precisou de ajuda individualizada: "ele era novo na escola e chegou sem saber ler ou mesmo escrever o próprio nome", explica a diretora.

"Conseguimos um aparelho de telefone para mantermos contato direto com ele. Com essa atenção personalizada, essa dedicação exclusiva a ele, vimos que ele não tinha nenhum problema cognitivo ou deficiência. 

Ele aprendeu a ler e a escrever." Para ajudar as crianças e famílias a lidar com o isolamento e as perdas, as turmas da quarta série fizeram seu próprio diário da pandemia, inspirado na leitura de "O Diário de Anne Frank", da jovem holandesa que ficou escondida em um sótão para tentar escapar do nazismo.

"Apesar de tudo, tivemos ganhos neste ano", afirma Santos. "A equipe da escola se uniu e isso nos motivou a continuar (o processo de ensino). Tivemos muitas perdas, que não vão ter volta. Agora, temos de nos ajudar a superar. Nisso, aprendemos a ser mais flexíveis e fazer da escola um espaço humanizador: desburocratizar as relações e olhar para aluno, pai e professor como indivíduos que comem, sofrem, sentem."

FONTE:https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2020/12/23/em-cidade-castigada-por-pandemia-escola-acha-novas-formas-de-alfabetizar.htm



terça-feira, 27 de outubro de 2020

Paraná terá 215 colégios cívico-militares, maior programa do Brasil

 O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou nesta segunda-feira (26), no Palácio Iguaçu, que o programa de colégios cívico-militares será implementado em 215 colégios estaduais de 117 municípios de todas as regiões do Estado a partir de 2021. O investimento direcionado a cerca de 129 mil alunos será de cerca de R$ 80 milhões. É o maior projeto do País nessa área.

“Esse programa será transformador para o Paraná. Para entregar a melhor educação do Brasil precisamos ampliar os projetos e trazer novas ideias”, afirmou Ratinho Junior. Ele destacou que a média das escolas cívico-militares no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é 20% maior do que na educação tradicional. “Esse é um modelo vencedor. Se é vencedor, queremos ofertar essa modalidade. A implantação será feita de forma democrática”.

A nova modalidade de ensino funcionará com gestão compartilhada entre militares e civis em escolas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. As aulas continuarão sendo ministradas por professores da rede estadual, enquanto os militares serão responsáveis pela infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança, disciplina e atividades cívico-militares. Haverá um diretor-geral e um diretor-auxiliar civis, além de um diretor cívico-militar e de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.

Os colégios foram selecionados pela Secretaria de Educação e do Esporte e haverá uma consulta à comunidade escolar a partir desta terça-feira (27) para oficializar a indicação. Um dos diferenciais é o aumento da carga horária curricular, com aulas extras de português, matemática e valores éticos e constitucionais. A lei foi aprovada neste ano pela Assembleia Legislativa do Estado, mas o programa está sendo planejado desde o ano passado.

INOVAÇÕES – O governador Ratinho Junior disse que o programa está dentro do contexto do avanço dos índices do Ideb, como o salto para terceiro lugar no Ensino Médio. A rede estadual teve pontuação acima das escolas particulares nos anos iniciais do Ensino Fundamental e houve avanço qualitativo na Capital e no Interior.

Ele também destacou projetos pedagógicos de educação financeira (que será implementado em 2021) e aulas de programação (já disponibilizadas a 10 mil alunos). Citou, ainda, o Prova Paraná, com ampliação da etapa de treinamento e reavaliação dos conteúdos ensinados, e o Presente na Escola, de monitoramento e controle da evasão escolar, com resgate de mais de 60 mil estudantes.

“Não era razoável o Paraná estar em sétimo lugar no Ideb. Esses mecanismos inovadores fizeram com que o Estado conseguisse essa mudança no eixo de evolução. Agora estamos trazendo uma nova modelagem para a população escolher. A ideia é fazer com que os nossos alunos tenham dedicação, disciplina, respeito aos professores e colegas. Queremos um ambiente cada vez mais saudável nas nossas escolas”, acrescentou Ratinho Junior.

UNIDADES – As unidades do programa de colégios cívico-militares foram selecionadas em municípios dos 32 Núcleos Regionais de Educação (NREs) com mais de dez mil habitantes e que tenham ao menos duas escolas estaduais na área urbana, além das seguintes características: alto índice de vulnerabilidade social, baixos índices de fluxo e rendimento escolar e que não ofertem ensino noturno. Esses critérios foram delimitados na lei estadual para que pais e mães possam escolher o modelo educacional que deseja para o filho.

“Teremos aulas adicionais de português, matemática e civismo, para estudar leis, Constituição Federal, papel dos três Poderes, ética, respeito e cidadania. Os alunos vão estudar mais. E no Ensino Médio a principal mudança é a implementação da educação financeira”, afirmou o secretário estadual de Educação e do Esporte, Renato Feder. “A educação está se transformando no Paraná. É um modelo que acreditamos para o futuro”.

Segundo Feder, a seleção priorizou cidades de médio porte e regiões mais vulneráveis do Estado. A lista de municípios e colégios contemplados poderá sofrer alterações, conforme avaliação feita pela Secretaria de Educação a partir das consultas nas comunidades escolares.

OBJETIVOS – Os objetivos detalhados do novo programa passam pela garantia do cumprimento das diretrizes e metas do Plano Estadual de Educação. Entre eles estão atuação contra a violência; promoção da cultura da paz no ambiente escolar; criação de novas possibilidades de integração da comunidade escolar; garantia da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; e auxílio no enfrentamento das causas de repetência e abandono escolar.

As instituições de ensino selecionadas funcionarão em regime de cooperação, por meio de termo entre a Secretaria da Educação e do Esporte e a Secretaria da Segurança Pública do Paraná. O programa será avaliado continuamente a partir da implementação, como forma de aferição da melhoria e do alcance das metas do modelo proposto. Não haverá seleção de alunos.

A Secretaria da Educação e do Esporte vai editar os atos normativos necessários à operacionalização, à gestão e à implantação do programa; apoio técnico e financeiro às instituições; formação continuada aos profissionais da educação e da segurança pública que atuarão nos colégios cívico-militares; e elaboração da proposta pedagógica e dos regimentos internos.

O diretor cívico-militar será indicado pela Secretaria da Educação, responsável pela seleção por meio de entrevista e avaliação. Os militares da reserva podem ser voluntários. Eles serão remunerados por meio de diárias criadas por lei em 2017, cujo valor variará conforme a atribuição desempenhada na instituição de ensino.

“A Polícia Militar foi chamada para participar com policiais aposentados, auxiliando com 200 anos de experiência acumulada. Eles passarão por uma formação na Academia e serão colocados à disposição das comunidades escolares. Eles auxiliarão na administração e na estética militar. Queremos fornecer ambientes calmos e propícios para o aprendizado. A disciplina e o respeito são fundamentais para esse ambiente”, afirmou o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Péricles de Matos.

EXPERIÊNCIA – Segundo o secretário de Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, que tem experiência de dez anos como professor do Colégio Militar de Curitiba, o projeto integrado tem como objetivo ampliar esse modelo para outros locais do Estado. “Um aluno com essa formação sai muito focado para o seu objetivo, seja na formação acadêmia, na formação militar, na plataforma para empreender. Vamos montar um currículo voltado para esse novo conceito, que pede mais formação”, afirmou. “Ajudaremos a implantar esse programa com muita energia”.

Débora Queiroz, diretora do Colégio Estadual da Guarda Mirim do Paraná e pedagoga da rede estadual de ensino, disse que o modelo vem ao encontro da melhoria da qualidade da educação pública. “O novo nos deixa inquietos, mas precisamos acreditar. Acreditamos nessa filosofia. Queremos formar cidadãos críticos, responsáveis e sujeitos da sua própria história. É um alicerce para os professores porque eles se sentem valorizados pelos estudantes”, disse.

CIDADES – Os projetos serão implementados em Almirante Tamandaré, Ampére, Antonina, Apucarana, Arapongas, Arapoti, Araucária, Assis Chateaubriand, Astorga, Bandeirantes, Bela Vista do Paraíso, Bituruna, Cambará, Cambé, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Campo Mourão, Carambeí, Carlópolis, Cascavel, Castro, Catanduvas, Chopinzinho, Cianorte, Clevelândia, Colombo, Colorado, Cornélio Procópio, Coronel Vivida, Curitiba, Curiúva, Dois Vizinhos, Faxinal, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Goioerê, Guaíra, Guarapuava, Guaratuba, Ibaiti, Ibiporã, Imbituva, Inácio Martins, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Jaguariaíva, Jandaia do Sul, Jataizinho, Lapa, Laranjeiras do Sul, Lindoeste, Loanda, Londrina, Mallet, Mamborê, Mandaguari, Mandirituba, Marechal Cândido Rondon, Marialva, Maringá, Matinhos, Medianeira, Nova Londrina, Paiçandu, Palmas, Palmeira, Palmital, Palotina, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Peabiru, Pinhais, Pinhão, Piraí do Sul, Piraquara, Pitanga, Ponta Grossa, Pontal do Paraná, Porto Amazonas, Prudentópolis, Quatro Barras, Quedas do Iguaçu, Quitandinha, Realeza, Rebouças, Reserva, Reserva do Iguaçu, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Rio Azul, Rio Branco do Sul, Rio Negro, Rolândia, Santa Isabel do Ivaí, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Sudoeste, São Jerônimo da Serra, São José dos Pinhais, São Miguel do Iguaçu, São Sebastião da Amoreira, Sarandi, Sertanópolis, Siqueira Campos, Telêmaco Borba, Tibagi, Toledo, Turvo, Ubiratã, Umuarama, União da Vitória e Uraí.

PRESENÇAS – Participaram do evento o vice-governador Darci Piana; os secretários Guto Silva (Casa Civil), Marcel Micheletto (Administração e Previdência), Márcio Nunes (Desenvolvimento Sustentável e Turismo) e João Debiasi (Comunicação e Cultura); o diretor-geral da Secretaria de Educação, Gláucio Dias; o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Welby Pereira Sales; o comandante da Defesa Civil do Paraná, tenente-coronel Fernando Schunig; os deputados federais Aline Sleutjes, Toninho Wandscheer, Schiavinato, Vermelho, Sargento Fahrur e Luizão; os deputados estaduais Ademar Traiano, presidente da Assembleia Legislativa, Hussein Braki, líder do Governo, Alexandre Curi, Luiz Claudio Romanelli, Galo, Do Carmo, Nelson Justus, Alexandre Amaro, Coronel Lee, Artagão Júnior, Soldado Adriano José, Nelson Luersen, Emerson Bacil, Gilson de Souza e Gugu Bueno; e o presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), Darlan Scalco.

Entenda como funcionarão as consultas públicas

As consultas públicas acontecerão nas escolas indicadas para o programa nesta terça-feira (27) e na quarta-feira (28), das 8 horas às 20 horas. Estarão sob consulta da comunidade colégios em regiões com alto índice de vulnerabilidade social, baixos índices de fluxo e rendimento escolar e sem oferta de ensino noturno, conforme a legislação aprovada pela Assembleia Legislativa. A consulta será em formato de referendo, cabendo à população dizer sim ou não ao modelo na escola em questão.

Fazem parte da comunidade escolar professores, funcionários e pais de alunos matriculados na instituição. Caso o estudante seja maior de idade (18 anos), o próprio participa da consulta. É preciso levar um documento pessoal para votar e pais ou responsáveis votam de acordo com o número de matriculados sob sua tutela na escola, ou seja, uma mãe com três filhos pode votar até três vezes. É recomendável que cada pessoa leve sua própria caneta para registrar sua assinatura.

Para ter validade, mais de 50% das pessoas aptas devem participar da consulta. Se uma comunidade escolar for formada por 500 pessoas, é necessário um quórum de pelos menos 251 pessoas. Para migrar ao modelo cívico-militar basta a aceitação de maioria simples dos votantes da escola, ou seja, 50% e mais um voto do total. O resultado de todas as consultas deve sair até quinta-feira (29).

FONTE: http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=109364


Professores de escolas particulares do Rio suspendem greve...

 Os professores de escolas particulares das cidades do Rio de Janeiro, Itaguaí, Paracambi e Seropédica, no Grande Rio, decidiram suspender sua greve a partir da próxima quarta-feira (28). Os profissionais estavam em greve desde 4 de julho para pressionar as escolas particulares a não retomarem as aulas presenciais em meio à pandemia de covid-19. 

Após uma disputa judicial, as aulas das escolas particulares só foram retomadas definitivamente no início de outubro, depois de autorização do governo do estado e liberação pela Justiça do Rio, embora algumas já estivessem funcionando desde setembro.








A decisão de suspender a greve, que durava 112 dias, foi tomada em assembleia ontem do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio). A assembleia decidiu decretar estado de greve e alerta sanitário "em defesa da saúde física e psicológica" dos professores. 

Desde o retorno das aulas presenciais, o Sinpro já recebeu denúncias de descumprimento de normas de segurança e protocolos de segurança por cerca de 30 escolas. As denúncias serão encaminhadas à Secretaria Estadual de Saúde do Rio.

FONTE: https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/10/25/professores-de-escolas-particulares-do-rio-suspendem-greve.htm

'Vontade é que aulas voltem o mais cedo possível', diz ministro da Educação...

 O ministro da Educação Milton Ribeiro disse hoje (26/10) que a vontade da pasta é que as aulas presenciais regulares voltem "o mais cedo possível" nos estados. Até agora, poucas federações promoveram o retorno às escolas de alunos dos ensinos fundamental e médio, priorizando a volta do ensino infantil primeiro. 

Em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, algumas cidades já se aproveitaram de autorizações estaduais para retomar as aulas regulares de forma voluntária nas redes pública e privada. A adesão, porém, principalmente no ensino público, tem sido baixa.








"Nossa vontade é que as aulas voltem o mais cedo possível. Sempre claro, observadas as questões sanitárias e de cuidado com as nossas crianças", afirmou Ribeiro em entrevista à CNN Brasil enquanto cumpria agenda hoje no Rio de Janeiro. 

O chefe do MEC (Ministério da Educação) fez questão de citar o investimento que a pasta fez para tentar garantir um retorno com menos riscos de contaminação pelo novo coronavírus.

"Sobre isso, o governo [do presidente Jair] Bolsonaro, nós, enviamos para 117 mil escolas em todo Brasil, o valor rateado, naturalmente, proporcional de R$ 525 milhões somente para a compra de EPI's [Equipamentos de Proteção Individual], de álcool em gel, pequenos reparos", disse o ministro. 

"Tudo isso indicando que há um desejo do governo e do próprio MEC que a normalidade possa voltar o mais breve possível", completou Ribeiro. As aulas foram suspensas pelos estados ainda no início da pandemia no país, em meados de março. 

Atualmente, federações como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina tentam estabelecer um cronograma de retorno, mas ainda estão sob incertezas e alguns estados vivem brigas jurídicas sobre o retorno. 

Uma exceção na volta às aulas foi Manaus, que retomou atividades presenciais regulares ainda em julho na rede privada e em agosto na rede pública.

FONTE: https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/10/26/vontade-e-que-aulas-voltem-o-mais-cedo-possivel-diz-ministro-da-educacao.htm

domingo, 6 de setembro de 2020

SP determina 'fechar' turma por 14 dias se aluno testar positivo para covid...

 Se, depois da volta às aulas presenciais nas escolas de São Paulo, um aluno receber resultado positivo no teste para a covid-19, a turma à qual ele pertence deve ser "fechada" por 14 dias. Isto é, todos os alunos da turma que tiveram contato com ele deverão ficar em isolamento por esse período, sem frequentar a escola. 

Esta é uma das determinações publicadas hoje pelo governo João Doria (PSDB) em uma resolução no Diário Oficial. 

As diretrizes para a volta das atividades presenciais valem tanto para escolas públicas quanto para as particulares.


Governo João Doria (PSDB) divulgou hoje as diretrizes para a volta das atividades nas escolas do estado - Rodolfo Santos/Getty Images/iStockphoto

Governo João Doria (PSDB) divulgou hoje as diretrizes para a volta das atividades nas escolas do estado

A resolução diz também que, se houver um caso suspeito de covid-19, "a turma poderá frequentar a escola, pois há outras infecções respiratórias que se assemelham aos sinais e sintomas" da doença. 

Nas unidades escolares, a entrada de pessoas com sintomas de infecção pelo novo coronavírus não será permitida. 

O texto estabelece que, no caso de menores de idade que se encontrarem sintomáticos, pais ou responsáveis devem ser comunicados para buscar o aluno, "que deve aguardar em sala isolada e segura".

Estudantes, pais e profissionais da educação que apresentarem sintomas serão orientados a buscar o serviço de saúde e a manter isolamento por um período de dez dias a partir do início dos sintomas. 

Passado esse período, o aluno ou servidor poderá voltar à escola. Caso o estudante ou professor receba diagnóstico negativo para a covid-19, a volta às atividades escolares fica imediatamente autorizada. 

No caso de um professor ou outro servidor testar positivo para a covid-19, o governo determina que sejam rastreadas "todas as pessoas dentro da escola que estiveram a menos de um metro deste servidor por pelo menos 15 minutos". 

Esta informação deve ser então registrada em um sistema de monitoramento e as pessoas devem ser orientadas a permanecer em isolamento por 14 dias. 

Além disso, as escolas que oferecem ensino em tempo integral só poderão ofertar atividades escolares presenciais por até cinco horas diárias por aluno. 

Na oferta da merenda e alimentação escolar, será dada preferência à utilização de gêneros que não dependem de manipulação e preparo para o consumo.

Retorno opcional 

A partir de 8 de setembro, escolas públicas e particulares do estado de São Paulo poderão abrir para a realização de atividades de recuperação e acolhimento, desde que estejam em regiões que tenham permanecido na fase amarela do Plano São Paulo por pelo menos 28 dias. A retomada das aulas está programada para o dia 7 de outubro no estado.

O plano de retomada prevê um retorno gradual dos alunos. A resolução publicada hoje estabelece que as unidades da rede estadual poderão receber 20% dos alunos matriculados a cada dia, independentemente da etapa de ensino. 

Na cidade de São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) já descartou o retorno das atividades nas escolas em setembro. Segundo Covas, a prefeitura decidirá ainda em setembro se as aulas voltam ainda este ano ou apenas em 2021 na capital paulista.

Entre os protocolos estabelecidos pela resolução, há determinações para que os estudantes sejam separados em grupos ou turmas fixas para os recreios. Esses intervalos deverão ser feitos com revezamento das turmas, em horários alternados, e o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas deve ser sempre respeitado. 

O texto também diz que a lavagem das mãos ou o uso de álcool em gel 70% antes das refeições deve ser incentivada tanto para alunos como para professores.

Há ainda orientações para a ida às escolas. A resolução estabelece que servidores, pais, responsáveis e alunos devem medir a temperatura tanto antes de ir à escola como na volta. "Caso a temperatura esteja acima de 37,5°C, a recomendação é ficar em casa", diz o texto. 

Os alunos e servidores também devem usar máscaras de tecido em todo o percurso de casa até a escola. No transporte escolar, a determinação é que a lotação dos veículos seja adequada de modo que se intercale um assento ocupado e um livre.

"Os estudantes devem ser orientados para evitar tocar nos bancos, portas, janelas e demais partes dos veículos do transporte escolar", diz a resolução, que especifica ainda que nos veículos devem ser disponibilizado álcool em gel 70% para que os alunos possam higienizar as mãos. 

Séries priorizadas na volta e atividades permitidas

A resolução publicada hoje estabelece que, para a volta, devem ser priorizados os 1º, 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental, além do 3º ano do ensino médio. 

O documento determina ainda que fica permitido o oferecimento das seguintes atividades nesta primeira etapa de retorno: 

Atividades de reforço e recuperação da aprendizagem; 

Acolhimento emocional; 

Orientação de estudos e tutoria pedagógica; 

Plantão de dúvidas; 

Avaliação diagnóstica e formativa; 

Atividades esportivas e culturais; 

Utilização da infraestrutura de tecnologia da informação da escola para estudo e acompanhamento das atividades escolares não presenciais.

FONTE:https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/09/01/sp-determina-fechar-turma-por-14-dias-se-aluno-testar-positivo-para-covid.htm

SP anuncia contratação de mil psicólogos para alunos e professores...

 O governo de São Paulo anunciou em (02/09) ,um novo programa para ajudar no equilíbrio emocional de alunos, professores e servidores da rede estadual de ensino no contexto da pandemia do novo coronavírus. 

João Doria (PSDB) disse que a administração estadual já contratou mil profissionais no âmbito do programa Psicólogos da Educação. "É o maior número de psicólogos contratados por um governo estadual ou federal em qualquer tempo. Uma licitação foi feita e conduzida pela Secretaria de Educação para estes psicólogos atenderem 3,5 milhões de estudantes e 250 mil professores e servidores do estado de São Paulo", afirmou o governador durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Medida anunciada por João Doria visa ajudar alunos e professores por causa da pandemia - DEYVID EDSON/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Medida anunciada por João Doria visa ajudar alunos e professores por causa da pandemia

Segundo Doria, pesquisas recentes têm demonstrado que alunos e professores estão sofrendo transtornos psicológicos por causa da pandemia. 

As aulas presenciais seguem suspensas no estado desde março e o planejamento é que a partir do dia 8 de setembro sejam retomadas apenas atividades de reforço. 

"Pesquisas de opinião demonstram que 75% dos alunos e 50% dos professores tiveram alterações emocionais causadas pela pandemia", afirmou o governador, explicando também que os atendimentos psicológicos se darão inicialmente à distância.

"Os atendimentos serão feitos inicialmente por videoconferência, remotamente, como determina o Centro de Contingência (da covid-19)", disse Doria. "O suporte de psicólogos já era uma demanda histórica, mas se tornou ainda mais necessário diante da pandemia", acrescentou. 

Escolas fazem planejamento 

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, explicou melhor como funcionará o programa e disse que as escolas serão responsáveis por planejar como será usado o tempo disponível dos profissionais contratados pelo programa.

"A escola faz o planejamento do uso do psicólogo. Se uma escola tiver uma necessidade específica (pode apontar), mas em geral parte do próprio planejamento", afirmou o secretário. "Uma escola pequena, que vai ter cinco horas semanais de atendimento, pode ser usada para formação, orientação, para melhoria do próprio planejamento, e para um caso pontual."

Soares também orientou pais a procurarem a escola para se utilizarem do programa caso identifiquem algum provável caso de abuso dos seus filhos.

"Se identificou alguma coisa de um abuso, o psicólogo pode ajudar? A própria escola dirá. Se o pai sentir necessidade, ele logicamente já procura a escola", disse o secretário estadual.

FONTE:https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/09/02/sp-anuncia-contratacao-de-mil-psicologos-para-alunos-e-professores.htm

Escolas estaduais de São Paulo se mobilizam contra reabertura...

 Professores e diretores se mobilizaram contra a abertura das escolas estaduais de São Paulo e enviaram comunicados à Secretaria da Educação do Estado sobre a impossibilidade de volta às atividades presenciais em setembro. 

A previsão é de que escolas estaduais reabram a partir de terça em cidades paulistas que autorizaram o retorno, mas, mesmo nessas localidades, a pressão de parte dos docentes é para que colégios continuem fechados sob o argumento de risco de contaminação pelo coronavírus.

Professores e diretores de escolas estaduais de São Paulo enviaram comunicados à Secretaria da Educação - Getty Images

Professores e diretores de escolas estaduais de São Paulo enviaram comunicados à Secretaria da Educação.

Ontem, a Justiça negou liminar do sindicato dos professores que pedia o veto à reabertura. 

A Seduc afirma que casos de escolas que se recusam a reabrir são pontuais e 128 municípios sinalizaram permissão para abrir colégios estaduais, metade deles por meio de decretos.

Segundo a pasta, resultados preliminares de pesquisa com pais indicaram que de 20% a 30% dos alunos têm a intenção de voltar à escola neste mês. 

Já o porcentual de professores que desejam retornar em setembro não foi informado. 

"Não tive caso de escolas em que nenhum professor queira voltar", disse o subsecretário de articulação regional, Henrique Pimentel.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Júlia Marques

05/09/2020 

FONTE:https://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-estado/2020/09/05/escolas-estaduais-de-sao-paulo-se-mobilizam-contra-reabertura.htm

Brasil pagará por abrir bar antes da escola', diz ativista da educação...

 Priscila Cruz, que se tornou a maior liderança de educação no terceiro setor nos últimos anos, enxerga um futuro triste para um país há quase seis meses com escolas fechadas e sem previsão de abertura em breve. 

"O Brasil vai pagar um preço muito alto por escolher abrir bar antes de escola", diz a presidente executiva do Todos pela Educação. 

"Dá para afirmar com certeza, a desigualdade e a evasão vão aumentar, a aprendizagem vai cair. E a consequência no médio e longo prazo para o País é brutal."

Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação - Todos Pela Educação

Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação

Mestre em Administração Pública por Harvard, Priscila gostaria de ver governadores e prefeitos obcecados por educação. "Queria que eles estivessem perdendo o sono porque as escolas estão fechadas." Em vez disso, temendo um mau resultado nas eleições de novembro, muitos têm se guiado por pesquisas em que a maioria da população se diz contrária à retomada. "A decisão de deixar a abertura para o ano que vem é a pior que pode existir. O prefeito pensa: é muito complexo, tem muita opinião. E empurra o problema com a barriga.".

O debate sobre a volta às aulas está polarizado e contaminado? 

É um debate complexo, tem vários componentes, e todos têm uma carga de verdade muito grande. Pais e professores estão inseguros. A educação e a aprendizagem estão sendo brutalmente afetadas, um problema enorme para cada estudante, que define as oportunidades que ele vai ter na vida, e um passivo para o País. Um terceiro componente é que as escolas não deveriam reabrir enquanto a pandemia não estiver controlada. E o quarto é que as aulas remotas são muito limitadoras e com resultados insuficientes. Qual é a dificuldade do debate público? Em geral, as pessoas pegam uma só dessas afirmações, uma bandeira. Qualquer posição que não inclua a complexidade do sistema vai ser parcial e reducionista. 

Qual é a solução então? 

O gestor público que visa ao bem coletivo olha para todos os argumentos, vê a verdade deles. Mas é função de uma liderança pública tomar a decisão e deixar claros os critérios. Não dá para virar uma bandeira, como "só volta depois da vacina". O resultado que se quer está claro: reduzir o impacto na educação e não fazer que a abertura tenha grande impacto na pandemia porque estamos falando em aumento de mortes. O que deveria ter sido feito se o Brasil priorizasse a educação - e isso não quer dizer não se preocupar com as vidas - era abrir as escolas antes do comércio, como outros países.Às custas da educação, Estados e municípios reabriram o comércio. Poderíamos, às custas do comércio, ter reaberto as escolas. 

As crianças eram tidas como grandes transmissoras da covid. 

Elas circulam nos shoppings também. Os espaços públicos estão lotados de crianças agora. Há pais que estão na praça, mas não querem volta às aulas.

Mas agora dá para abrir escolas? 

Já que o comércio foi reaberto, não temos mais essa carta na manga, a gente precisa ter um indicador claro do momento em que a escola pode abrir. O que significa ter a pandemia sob controle? Em São Paulo, é uma cesta de indicadores que gera as cores. É um sistema razoável, resolve para o gestor, mas não para a população. Porque há a insegurança com relação ao gestor. A gente tem uma cacofonia, presidente fala uma coisa, governadores outra, especialistas, outra, tem fake news. As cores não tranquilizam a população, ninguém sabe o que tem na caixa preta do amarelo, laranja. Se não tranquilizar, os pais não vão mandar os filhos, os professores não vão dar aula, e a abertura não vai funcionar. Tem de ter um indicador que todo mundo entenda, pode ser número de casos, média móvel, que indique o momento em que se ache razoável abrir. A comunicação é um fator determinante quando há tantos componentes no debate.

Alguns prefeitos estão colocando 2021 como esse indicador. 

Isso não é indicador, é decisão reducionista, preguiçosa, não considera a complexidade. Ele diz: independentemente de tudo, só volta ano que vem. Se estiver controlada em outubro, a decisão será mantida? E se a pandemia não estiver controlada em 2021, as aulas voltam? A decisão de deixar para 2021 é a pior que pode existir. O prefeito pensa: é complexo, tem muita opinião, e empurra o problema com a barriga. É ano eleitoral, tira o problema da frente. Decisões tomadas em 2020 vão moldar o País por décadas. Lideranças precisam entender que decisões difíceis e impopulares têm de ser tomadas.

Isso tudo demonstra desvalorização da educação no País? 

A população brasileira valoriza a educação da boca para fora. Quando uma população pressiona para abertura de bares e shopping, aí a verdadeira prioridade é revelada. O prejuízo para a educação desses seis meses vai ser muito profundo. Os livros de história vão mostrar. O Brasil vai se arrepender de ter optado por uma reabertura fora de ordem. Se o País tomar mais decisões equivocadas, a gente pode não recuperar nunca. A gente pode acelerar para um fracasso retumbante e não vai se recuperar dos efeitos da economia, vai aprofundar as desigualdades. Eu gostaria de ter governadores e prefeitos obcecados pela educação, perdendo o sono, estresse tóxico, violência doméstica, abusos. Dá para afirmar com certeza, a desigualdade e a evasão vão aumentar, a aprendizagem vai cair. A consequência no médio e longo prazo ao País é brutal. Ao reduzir a evasão, reduz a taxa de homicídio e há relação entre aprendizagem e salário futuro, crescimento econômico, condição sanitária. Se puder voltar as aulas um dia, esse dia vale a pena.

Muita gente acha que não vale. 

O vínculo com escola, com os professores, é premissa para a aprendizagem. O ensino remoto é menos eficiente porque a formação de vínculo é mais frágil. O fato de a criança ir para a escola um dia mantém o vínculo já construído ou ajuda a refazer o que foi enfraquecido. 

Se abrir em outubro, você mandará suas filhas para a escola? 

Sim.... 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE:https://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-estado/2020/09/06/brasil-pagara-por-abrir-bar-antes-da-escola-diz-ativista-da-educacao.htm

Pandemia pode reduzir acesso de crianças refugiadas à educação...

 Ainda que a pandemia de covid-19 tenha afetado a rotina escolar de crianças em todo o mundo, a situação de estudantes refugiados causa preocupação entre especialistas. 

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a convergência de obstáculos que se acentuaram com a crise sanitária pode resultar na negação ao direito de acesso à educação. 

O alerta consta no relatório Unindo Forças pela Educação de Pessoas Refugiadas.

De acordo com a entidade, até o final de 2019, 79,5 milhões de pessoas foram sujeitadas a deslocamentos forçados, das quais 26 milhões tiveram formalmente o reconhecimento da condição de refugiadas. 

No período, 264 mil recorreram ao governo brasileiro para reconhecimento da condição de refúgio. 

Desse total, cerca de 50 mil refugiados, de 55 nacionalidades, adquiriram o status formalmente, sendo que 90% eram provenientes da Venezuela e 4% crianças.

Crianças refugiadas caminham em chão repleto de lama em campo de refugiados na cidade de Grande-Synthe, no norte da França - Stephanie Lecocq/Efe

Crianças refugiadas caminham em chão repleto 

de lama em campo de refugiados na cidade de 

Grande-Synthe, no norte da França.

O relatório apresentado foi feito com base na análise de dados de 12 países, que concentram mais da metade da população de refugiados (Chade, Etiópia, Iraque, Jordânia, Líbano, Paquistão, Quênia, Ruanda, Sudão do Sul, Tanzânia, Turquia e Uganda). O alerta, entretanto, vale para outras localidades já que é possível que haja recrudescimento das dificuldades entre crianças e adolescentes refugiadas em idade escolar.

No Brasil, com a pandemia e a digitalização das salas de aula, a exclusão escolar para as camadas mais pobres da população já é realidade, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

 Segundo a chefe do escritório do Acnur em São Paulo, Maria Beatriz Nogueira, a anulação de direitos ocorreu não apenas quanto à oferta educacional, mas em termos de conectividade, algo essencial em uma fase na qual o ensino remoto se consolida. 

Também foram relatados problemas de acesso à água potável, habitação, transporte, saneamento básico e oportunidades de emprego. 

Ela destaca, ainda, que a inserção no ambiente escolar é um dos principais mecanismos, senão o principal, de integração local das famílias. 

"As crianças começam uma atividade diária, o ensino da língua local é potencializado de uma forma exponencial, os pais começam a conviver, preconceitos começam a ser desfeitos, novos apoios começam a surgir. Então, sempre, de nossa experiência, é uma das principais ferramentas, senão a principal, de inclusão social das famílias e isso está cada vez mais distante nesse contexto de pandemia", afirma.

FONTE:https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/09/05/pandemia-pode-reduzir-acesso-de-criancas-refugiadas-a-educacao.htm



segunda-feira, 25 de maio de 2020

Educação na pandemia vira desafio para os pais em Dourados

Educadora comenta modalidade EAD no sistema público de ensino


Que a pandemia do novo coronavírus vai transformar todas os setores sociais, isso é indiscutível. As metodologias de trabalho, de investimento financeiro, as formas de se relacionar e até mesmo a maneira de se aprender: todas elas devem sofrer mudanças importantes. Na educação, a pandemia provou o valor da escola e do professor. Também levantou debates importantes sobre a democratização da internet, uma vez que esta tem sido a ferramenta mais explorada para minimizar os distanciamentos provocados pela pandemia.

(Foto: Divulgação) -

Na casa da jornalista Caroline Ribeiro, de 34 anos, o fechamento das escolas representou um enorme desafio. A filha dela, Lorena, tem 4 anos, e estuda numa instituição particular em Dourados. Desde que os encontros foram suspensos, as atividades têm sido realizadas à distância através da internet. A interatividade com os professores via plataformas digitais não tem sido suficientes e exigiu da douradense e do esposo ainda mais participação na vida escolar da pequena. 
“A Lorena está em fase de aprendizagem e talvez se eu não der o meu melhor, isso a prejudique. Então incorporo a “tia Carol” e vamos lá”, disse relacionando o desafio ter que se tornar ‘professora auxiliar’ da noite para o dia. Claro que esta é uma ilustração para a atividade, mas em tempo de suspensão das aulas, obrigou os pais a se reinventarem na forma de apoiar os filhos. 
Caroline e o esposo estão sentindo na pele e ainda não sabem como irão proceder nos próximos meses. Eles aguardam as atualizações das organizações de saúde. A mãe ressalta que mesmo com a possibilidade de retorno em breve, ainda teme a exposição da filha ao novo coronavírus. 
“É um exercício de paciência diário, porque eu tenho que entender que ela tem 4 anos. Mas ao mesmo tempo tenho que ter disciplina, afinal ela tem reconhecer que aquele momento é hora da aula. Mas eu percebo que ela sente falta da rotina escolar. Dos amigos, da professora, porque quando a tia aparece no vídeo, ela fala q tá com saudade, fica com os olhinhos vidrados”, relatou.
Quem também viu a rotina dentro de casa virar de ‘cabeça para o ar’ foi a douradense Jamilyê De Pieri. Mãe de dois meninos, de 7 e 11 anos, ela tem se desdobrado para ajudar o mais velho com as atividades escolares. Ele estuda em uma unidade pública do Estado, está no sexto ano, mas segundo a mãe, tem tido um déficit de aprendizagem enorme com a mudança nos formatos de aula. Jamilyê confessa sentir que o ano escolar do filho está perdido, caso a realidade não mude. 
“Preferia que ele fizesse o sexto ano novamente no ano que vem, com calma, aprendendo. Já estamos passando por tantos desafios. Para as crianças existe uma dificuldade imensa em não poder sair, não poder brincar com os amigos e etc, e mais isso. Sem contar as provas”, afirma. 
Ela relata alguns desafios no apoio ao filho, sendo os principais a dificuldade de associar o ambiente de casa como a ‘nova sala de aula’, a dificuldade para gerenciar o tempo em função do filho (Jamilyê é viúva, cuida dos filhos sozinha e precisa trabalhar para sustentar a família), sem falar no esforço dos professores, que segundo ela estão fazendo o possível, mesmo que isso seja pouco eficiente. 
“Já meu outro, que estuda no Município, esse seria o ano em que ele aprenderia a ler. Mas o município decidiu não enviar atividades, pois muitos alunos não têm acesso a internet. Achei sábia a decisão”, comentou sobre o filho mais novo.
Na rede municipal as crianças estão sem qualquer cronograma escolar adaptado desde que as aulas foram suspensas, em março.
Milena Brum é mãe de uma menina de 6 anos. Nos últimos meses precisou adaptar a vida para cuidar da mãe, que está acamada. Esse é um esforço que ela garante assumir com prazer, mas a chegada da pandemia trouxe uma responsabilidade ainda maior: gerenciar a rotina escolar da filha. A menina ainda está em fase de aprendizagem, ainda não sabe ler com precisão, e precisa do suporte familiar para suprir as necessidades que o distanciamento provocou. 
“Olha, agora de uma semana pra cá que a escola adaptou o formato das aulas e passou a ter aulas onlines, mas até então eles mandavam as atividades no Google Classroom e as crianças tinham que resolver na apostila, tirar foto e enviar novamente. Minha filha mal aprendeu a ler, então quem tinha que praticamente resolver as atividades era eu. Ela é uma criança de 6 anos, que está aprendendo a ler agora, não sabe mexer com tecnologia ainda. Na minha opinião aulas online só funcionam com as crianças maiores, eles deviam se adaptar a outro método para as crianças pequenas”, afirmou.
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS?
Para a educadora Maísa Barbosa da Silva Cordeiro, as transformações na forma de educar não devem ser tão expressiva após a pandemia do novo coronavírus. “Pelo menos no Brasil”, considera.
Maísa não vê na educação à distância uma possibilidade no País. Ela considera a falta de acesso à internet como o principal fator. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta semana, 45,9 milhões de brasileiros ainda não tinham acesso à internet em 2018. Este número corresponde a 25,3% da população com 10 anos ou mais de idade.
Essa falta de democratização da internet precisa ser considerada na hora de avaliar a eficácia do estudo remoto. 
“Aulas remotas, para a educação básica, só são válidas neste momento de crise”, considera. 
Confira a entrevista concedida ao O PROGRESSO.
O PROGRESSO: Quais devem ser as transformações na forma de educar, a partir do pós-pandemia, dentro das escolas? 
Maísa: Olha, para o pós-pandemia, sinceramente não há como prever. Não acredito que haverá grandes transformações no modo de se ensinar, pelo menos por aqui.
O.P: Você acha que o ensino a distância é algo que deve ser implementado de forma mais colaborativa quando tudo isso passar? Qual sua avaliação sobre o método dentro do ensino básico?
Maísa: Não acho uma opção, nem parcialmente, para o ensino básico, em especial, o público. A escola é mais que um espaço de ensino e de aprendizagem, é local de socialização. Privar a criança ou o adolescente disso é prejudicá-lo em sua sociabilidade, o desenvolvimento de sua percepção ética em situações que só são possíveis no contato diário com colegas e professores. Tirando as dificuldades financeiras, as diferenças sociais, o fato de não termos democratização de internet, de condições de acesso a computadores. 
O.P: Mas descartar essa possibilidade não seria negar uma realidade cada vez mais inserida no ambiente social? Por exemplo, se isso tornar o ensino mais dinâmico, acessível e barato, não poderia ser uma alternativa a ser implementada, nem que seja parcialmente?
Maísa: Eu acredito que é possível dinamizar o ensino, inserir o aluno em uma realidade virtual, ensiná-lo a usar computadores e a tecnologia. Tudo isso dentro da escola. O foco em qualquer ação de políticas públicas não deve ser o de baratear o ensino. Isso é extremamente problemático. Ainda mais dentro de um governo que já sucateia a educação. Baratear mais só se prof der aula de graça
O.P: Você acredita que essa crise também serviu para que os pais compreendam o papel da escola e passem a valorizar ainda mais a educação? Desde as instituições aos professores?
Maísa: Olha, a construção da ideia do professor e da escola como ambientes prejudiciais e/ou ruins para crianças e adolescentes é antiga e vinculada a uma ideia de poder e de dominação que precisa negar um saber institucionalizado. Desde a desvalorização da ciência. Agora, por exemplo, vivemos em um ambiente de crescimentos de movimento anti científicos, seja o movimento do terra planismo, os movimentos antivacinas. Há todo um movimento de negação do saber científico. Começou com as ciências humanas, com a desvalorização de áreas como a filosofia, sociologia, entre outros. Agora, está em seu grau mais absurdo, como, por exemplo, do presidente indicando remédio. E um remédio que não está aprovado pelos médicos. Há então a negação do saber científico de toda a medicina. É necessário mais do que uma pandemia para que esses pais, que desvalorizam o professor, a escola e o saber científico, mudem. É preciso um resgate de valorização do saber científico, o planejamento de uma participação dos pais de modo mais efetivo na escola, entre outras ações. Escola é lugar de assimilação de conhecimentos científicos, técnicos, mas também  éticos e o desenvolvimento de percepção crítica acerca dos microcosmos e dos macrocosmos.
O.P: Sentir na pele o desafio de apoiar os filhos na educação vai sensibilizar os pais para essa importância, tantas vezes ignorada?
Maísa: Quem valoriza a educação valoriza em qualquer cenário. Quem desvaloriza, desvaloriza em qualquer cenário. Quem perde, nesse processo, são os educandos. Mas não creio que as aulas remotas são suficientes para inverter uma desvalorização histórica da figura dos professores por parte de uma parcela de brasileiros. 
O.P: Por fim, o que esperar da educação nesses dias? Como as nossas crianças sofrerão com essas mudanças? O momento é de compreender, reinventar, parar e esperar... o que fazer?
Maísa: O momento é de nos adequarmos a uma situação que, espera-se, é temporária. As aulas remotas são válidas e importantes nesse momento, mas também deve ser tempo para compreender que tanto tecnologicamente não estamos preparados, tendo em vista que há uma parcela significativa de brasileiros sem internet, sem computadores e sem conhecimento de manipular ferramentas virtuais de ensino. Igualmente, professores não estavam habituados com as aulas remotas, e estão aprendendo na prática algo completamente diferente do que estão acostumados. Aulas remotas, para a educação básica, só são válidas neste momento de crise. Creio que seja importante interrogar como as crianças já estão sofrendo: isolamento, falta dos colegas e professores, necessidade de aprender em um ambiente ao qual não estão acostumadas, dificuldades financeiras de acesso. Para mim, o momento é de adequações ao momento em que estamos, e, também, um momento de compreensão das crianças, dos professores e dos pais e responsáveis, pois estão todos e todas imersos em um cenário absolutamente diferente.