quarta-feira, 26 de julho de 2023

Inteligência Artificial na Educação: conheça os efeitos dessa tecnologia no ensino e na aprendizagem

 Saiba como a IA impacta no aprendizado e na gestão...

A Inteligência Artificial (IA) vem impactando as relações sociais e diversos processos organizacionais. Na educação, novas soluções para ensino e aprendizagem estão sendo usadas em diversos contextos de modo a apoiar as atividades dos professores. Instituições de ensino e governos também estão usando a IA em sistemas de gestão escolar e análise de dados. São tecnologias diferentes trabalhando juntas para permitir que as máquinas percebam, compreendam, ajam e aprendam com níveis de inteligência semelhantes aos humanos.

Atualmente, entretanto, a maioria das tecnologias educacionais baseadas em IA são usadas no setor privado. Para quem trabalha no setor público, em países em desenvolvimento, como o Brasil, surgem algumas questões sobre as possibilidades dessa tecnologia, suas aplicações práticas, como se preparar para seu uso e como mitigar possíveis riscos para a segurança e a reprodução de desigualdades.


A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma realidade distante ou restrita à ficção científica e está cada vez mais presente em nossas vidas – inclusive na educação. A temática não é nova, já nos anos 1930 o pai da computação e matemático Alan Turing formalizava o termo algoritmo em artigo sobre a máquina de Turing. O algoritmo é o ingrediente fundamental para a Inteligência Artificial, termo cunhado pelos pesquisadores John McCarthy, Marvin Minsky e Claude Shannon em uma conferência em 1956.

É difícil ter uma definição única para IA, pelo fato de ser um campo multidisciplinar e em constantes atualizações. Um dos objetivos do uso da IA na educação é abrir a chamada "caixa preta do aprendizado", ou em outras palavras, contribuir para uma compreensão mais profunda e detalhada de como o aprendizado realmente acontece (por exemplo, como é influenciado pelo contexto socioeconômico e físico dos alunos ou por tecnologia).

Neste contexto, a IA na educação oferece a possibilidade de uma aprendizagem mais personalizada, flexível, inclusiva e envolvente. Além disso, as ferramentas fornecem informações não apenas sobre o que está sendo aprendido, mas também como está sendo aprendido e como os alunos estão se sentindo. Ainda, a IA pode ajudar os professores a criar ambientes de aprendizagem colaborativa e a atender as necessidades de seus alunos por meio de técnicas de mineração de dados educacionais para "rastrear" o comportamento dos alunos, processamento de linguagem natural, rastreamento ocular e outros sensores.

Para que sistemas de análise de aprendizagem sejam eficazes, é necessário ter utilidade e relevância para estudantes e educadores. O processamento de dados em tempo real deve se traduzir em feedback em tempo real, intervenção mais rápida e instrução individualizada. Professores e diretores precisam de autonomia suficiente para gerenciar suas respectivas salas de aula e escolas, pois são eles que estão mais familiarizados com as necessidades de seus alunos. No entanto, para serem capazes de usar tecnologias de IA de forma eficaz, novas competências precisam ser assimiladas pelos professores, tais como crítica, analítica e habilidades para dados.

FONTE:https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/inteligencia-artificial-na-educacao.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Palestra conscientiza estudantes sobre as consequências do uso do álcool e das drogas

 Como parte da ação “De Mãos Dadas”, os estudantes do Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) José Amável, localizado no bairro dos Noivos, em Teresina, participaram de uma palestra, na manhã da terça-feira (21), realizada pela equipe multiprofissional da 20ª Gerência Regional de Educação (GRE) com o objetivo de trabalhar a temática do uso de álcool e outras drogas, apresentando os efeitos e as consequências para a vida dos jovens, na perspectiva da redução de danos.





A palestra contou com os psicólogos Cleiton Melo e Hanna Pires, e a assistente social Juliane Carvalho, que compartilharam informações a respeito do uso de drogas lícitas e ilícitas, e incentivaram os alunos participarem do momento com perguntas e colocações relacionadas à influência do meio em que vivem, os aspectos sociais que levam os adolescentes às drogas e como fazer para evitar o consumo das drogas.


Para o diretor da instituição de ensino, Helcimar Furtado Soares, o projeto é voltado para a conscientização dos alunos sobre as escolhas que todos eles precisam fazer para evitar passar por caminhos que trarão consequências para suas vidas. “O objetivo dessa ação é mostrar aos alunos que eles não estão sozinhos nessa caminhada como adolescentes que estão em busca de uma formação, de uma autoafirmação e de um propósito para suas vidas. O projeto é voltado para a conscientização do aluno sobre as escolhas que todos eles têm que fazer, das dificuldades que enfrentarão e que todos nós, pais, gestores, equipe multiprofissional e professores, não largaremos suas mãos, ao contrário, estaremos sempre prontos a lhes mostrar através de exemplos e ações que suas escolhas serão pautadas no verdadeiro conhecimento de quais males e benefícios cada caminho traz”, destaca.


De acordo com a psicóloga multiprofissional da 20ª GRE, Hanna Pires, o projeto “De Mãos Dadas” foi idealizado pela equipe multiprofissional da 20ªGRE para realizar ações em alusão as temáticas abordadas em cada mês. “No mês de março vem sendo abordado o uso de álcool e outras drogas para adolescentes. Em abril, serão abordadas a Diversidade e Inclusão social. Em maio, o combate à exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes, e assim por diante. A intenção é que em cada mês ocorram palestras educativas e informativas sobre os temas, incluindo divulgação da rede protetiva e socioassistencial. Todas as ações serão realizadas em parceria com a rede de referência ou com profissionais habilitados na área”, explica.





Destacando a temática que está sendo abordada durante o mês de março nas escolas, Hanna enfatiza que a adolescência é a fase mais complexa do desenvolvimento humano, por ter muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, vários conflitos internos e externos, questionamentos sobre integrações em grupo, sendo necessário um cuidado e atenção maior. “Quando levamos informações a respeito de álcool e outras drogas com base em estudos para o ambiente escolar, estamos conscientizando os estudantes do que essas substâncias causam no corpo e na mente, interferindo no processo de aprendizagem. Possibilitando também a divulgação da rede e locais de apoio que podem ser buscados. Para além, é uma maneira de buscar reduzir a evasão escolar por conta da dependência química, buscar evitar o consumo ou a possibilidade de venda dentro das escolas. E por fim, apresentar alternativas saudáveis (de acordo com cada contexto social e territorial), que podem proporcionar a sensação de relaxamento, bem-estar e animação que se buscam ao consumir essas substâncias", reforça.


A gerente da 20ª GRE, Luísa Vieira, revela que a ação está sendo realizada em várias escolas jurisdicionadas à GRE, com o intuito de envolver a participação de toda a comunidade escolar. “A ação é feita pela equipe multiprofissional da 20ª GRE, que está realizando palestras em várias escolas, e proporciona momentos muito ricos de informações e trocas, contando com a participação de estudantes, professores e gestores”, afirma.

FONTE:https://www.seduc.pi.gov.br/noticias/noticia/10624

quarta-feira, 15 de março de 2023

Censo Escolar: Paraná é líder do ranking nacional em oferta de computadores e conectividade

 O Paraná é o estado brasileiro que oferece a maior quantidade de computadores por aluno entre todas as redes de ensino estaduais do Brasil. É o que apontam os dados da primeira etapa do Censo Escolar 2022, divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Segundo o levantamento, o Paraná conta com computadores e/ou notebooks em 99,4% das instituições da rede estadual de ensino, numa distribuição equivalente a um computador para cada seis alunos da rede estadual, aproximadamente. Em seguida ficam os estados de Mato Grosso do Sul (cobertura em 98,6% das escolas) e Ceará (98%).

Outro destaque da pesquisa é a oferta de conectividade nas escolas. Neste quesito, a rede estadual do Paraná ocupa o primeiro lugar nacional em oferta de Internet entre as redes públicas estaduais. Tal indicativo mostra que todas as 2.109 escolas da rede estadual de ensino do Paraná estão conectadas à internet.

Consequência dos investimentos feitos em tecnologia nos últimos anos, o resultado é fruto dos esforços do Governo do Estado na integração cada vez maior dos recursos multimídia à educação tradicional, garantindo um ensino multidisciplinar, atualizado e cada vez mais dinâmico. Somente entre 2019 e 2022, por exemplo, foram adquiridos e distribuídos 35,7 mil notebooks destinados à rede de ensino estadual: número 62% maior comparado ao do período compreendido entre os anos de 2014 e 2018 (quando 22 mil equipamentos foram entregues).

Para 2023, o objetivo é manter o Paraná no topo dos estados que mais investem em infraestrutura tecnológica. Para se ter ideia, nos dois primeiros meses deste ano, 77.300 equipamentos de informática foram adquiridos e serão entregues às escolas da rede estadual nos próximos meses. São novos computadores e notebooks, além de kits de robótica, que somam um investimento de aproximadamente R$ 200 milhões por parte do Governo do Estado.







Para o secretário da Educação, Roni Miranda, os recursos tecnológicos conquistaram posição essencial na educação, sendo - hoje - aliados importantes dos professores em sala. “O uso da tecnologia é fundamental para o processo de modernização que a educação pública do Paraná tem lutado para promover. Por meio do uso destes recursos - em complemento à educação tradicional - é possível vislumbrar uma formação cada vez mais forte para os alunos do nosso estado", destaca.

As plataformas pedagógicas digitais desenvolvidas pelo Governo do Estado também são essenciais para o desenvolvimento de atividades e fixação dos conteúdos em sala. "Somente em 2022 foram quase 20 milhões de atividades realizadas entre a escrita de redações com inteligência artificial, inglês com exercícios práticos por aplicativo e resolução de problemas matemáticos por meio de jogos lúdicos. A expectativa é de que os números sejam ainda maiores neste ano com a disponibilidade dos novos equipamentos", reforça Miranda.

ROBÓTICA AMPLIADA – Os 18.320 notebooks que fazem parte do pacote entregue serão utilizados prioritariamente nas aulas de robótica, que passaram por uma ampliação expressiva em relação a 2022. Junto deles, será distribuída a mesma quantidade (18.300) de kits de robótica, que são compostos por um conjunto de peças com 448 componentes eletrônicos, incluindo motores, sensores, atuadores e microprocessadores arduinos, uma plataforma que trabalha com protótipos eletrônicos de fácil manejo, ideal para o aprendizado. 

FONTE:http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=3025&tit=Censo-Escolar-Parana-e-lider-do-ranking-nacional-em-oferta-de-computadores-e-conectividade


Ensino em tempo integral cresce 51% na rede estadual, alcançando 55 mil estudantes

 O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou , em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado, a ampliação da educação em tempo integral na rede estadual do Paraná. A partir deste ano letivo, 253 colégios paranaenses passaram a contar com o ensino integral no fundamental e médio, 86 instituições a mais do que no ano passado, o que representa uma expansão de 51% na rede. Com isso, 55 mil estudantes estão sendo atendidos na modalidade.

O anúncio foi feito durante o Seminário de Diretores Escolares, que reúne os dirigentes das 2,1 mil escolas da rede estadual. Na oportunidade, o governador também destacou o investimento de R$ 100 milhões para revitalização de colégios da rede estadual, dentro do programa Escola Bonita, e o pagamento de uma gratificação a diretores e diretores-auxiliares de toda a rede estadual, condicionada à manutenção da frequência escolar superior a 85% no ano.

“O Paraná foi reconhecido como a melhor educação pública do País. Isso é fruto de um grande trabalho que envolve não apenas o governo, mas toda a comunidade escolar, diretores, professores, equipe pedagógica, os pais e os alunos. Mas é também fruto de muito investimento e inovações”, afirmou Ratinho Junior.

Uma delas, ressaltou o governador, é a ampliação constante do modelo. “Quando assumimos o governo, o Paraná tinha pouco mais de 70 escolas em tempo integral, e hoje estamos iniciando o ano com mais de 250 nessa modalidade”, disse. “Junto à ampliação dos colégios cívico-militares, às três merendas por período e à melhoria da tecnologia em sala de aula, temos demonstrado o compromisso do Governo do Estado com a educação pública, valorizando o corpo técnico e todos os alunos”.




O secretário estadual da Educação, Roni Miranda, destacou como o avanço da modalidade na rede estadual beneficia a aprendizagem dos estudantes. “A educação em tempo integral traz o estudante para dentro da escola e também tem a ação social voltada à aprendizagem. Ela busca a formação por inteiro do indivíduo, em que o aluno tem aulas de projeto de vida, empreendedorismo e liderança, entre outras”, explicou.

EXPANSÃO – 

O número de escolas no modelo mais do que triplicou em quatro anos. Em 2019, o Paraná contava com 73 unidades atendendo em período integral. O avanço ocorreu mesmo após a pandemia, com a expansão sendo feita em ritmo acelerado desde a retomada das aulas. De 2021 para cá, o número de instituições cresceu 175%, passando de 92 unidades para as atuais 253.

Além da ampliação da modalidade, pela primeira vez estão sendo ofertados cursos técnicos para a educação em tempo integral. A educação profissional agora está presente em 33 desses colégios, com seis cursos: Administração, Agronegócio, Desenvolvimento de Sistemas, Formação de Docentes, Gastronomia e Marketing.

Do ano passado para cá, o número de municípios com essa modalidade também aumentou, passando de 103 para 154 cidades atendidas nos 32 Núcleos Regionais de Educação do Estado (NREs). Com a inovação, 106 colégios estarão inseridos no programa Paraná Integral, em que todos os alunos estudam em período integral, e outros 147 fazem parte do Integral +, que conta com algumas turmas dentro do modelo.

ENSINO INTEGRAL – 

Nessa modalidade, os estudantes passam nove horas por dia no colégio: são nove aulas diárias de 50 minutos, uma hora de almoço e dois intervalos de 15 minutos, um pela manhã e outro à tarde. Durante esse período, os alunos recebem cinco refeições.

Para Marcela de Campos, diretora do Colégio Estadual Érico Veríssimo, de Faxinal, no Vale do Ivaí, o ensino em tempo integral transforma a realidade dos estudantes. Ela conta a história de um aluno que chegou a a trocar de turno para poder estudar à noite e trabalhar durante o dia, mas que retornou tempos depois porque o salário que recebia acabava sendo menor que a economia da família com a alimentação, já que ele fazia todas as refeições no colégio.

“Esse aluno nos motivou porque ele avançou não só estando na escola, mas também evoluiu academicamente. Ele mudou sua vida e também os nossos olhares”, explicou Marcela. “Começamos no ano passado com algumas turmas, no Integral +, e agora todas estão inseridas na modalidade, pois passamos para o Paraná Integral. É um grande desafio, viramos a chave total, mas com mais investimentos e também com a verba do Escola Bonita, estamos prontos para avançar. A história de cada aluno nos motiva a cada dia seguir em frente”.

Ao todo, a carga horária da matriz curricular é de 45 horas-aula semanais, ou 1.500 ao longo do ano, quase o dobro do ensino fundamental regular (800) e 50% superior à do novo ensino médio (1.000). Além das disciplinas da Base Nacional Comum Curricular, os alunos do ensino fundamental têm aulas de robótica, educação financeira, redação e leitura, pensamento lógico, projeto de vida, entre outras.

Com o Novo Ensino Médio, que passou a valer no último ano letivo, o currículo é formado pela Formação Geral Básica, dividida em quatro áreas de conhecimento, e pelos Itinerários Formativos, em que o aluno escolhe uma área em que tenha mais interesse e aptidão. Na modalidade, as disciplinas também seguem a área escolhida pelos alunos.

Nas escolas do Paraná Integral, a jornada ampliada também é aplicada ao professor, que cumpre todas as 40 horas semanais na instituição. Na prática, os docentes contam com mais tempo para planejar as aulas e criar estratégias interdisciplinares.

MODELO- 

Em 2019, além de planejar a expansão, a Secretaria de Estado da Educação criou uma nova proposta pedagógica e gestão para o integral, adotando o modelo da Escola da Escolha, também utilizado em outras unidades federativas e que conta com parcerias de institutos da sociedade civil. O modelo funciona com o currículo integrado pelos componentes da Base Nacional Comum e uma parte de formação diversificada, oportunizando experiências contextualizadas ao estudante, considerando suas necessidades e interesses.

Dentro dessa proposta entram disciplinas como Estudo Orientado, Práticas Experimentais, Protagonismo e o Projeto de Vida, na qual o estudante reflete sobre os seus sonhos, suas ambições e aquilo que deseja para a sua vida. Desde o ano passado, este componente também está inserido no Novo Ensino Médio.

A ideia é permitir que os estudantes tenham mais protagonismo na escola, entendendo melhor as referências sobre valores e ideais e sobre onde querem chegar e quem pretendem ser. Além disso, o modelo tem criado uma comunidade escolar mais participativa, com alunos, professores, diretores e pais construindo uma relação de mais confiança.

FONTE:http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=3031&tit=Ensino-em-tempo-integral-cresce-51-na-rede-estadual-alcancando-55-mil-estudantes

Professora, chefe, mãe e amiga: as várias mulheres que habitam uma diretora da rede estadual

 Uma das coisas que distinguem a sala da diretoria da Escola Estadual Paula Gomes, no bairro Santa Quitéria, em Curitiba, é a fila para conversar com Cristina Maria da Costa Felisbino de Matos, diretora da instituição. No corre-corre da rotina à qual está acostumada, ela recebe demandas, atende ligações, assina documentos e oferece café. Tudo isso sem perder o foco na administração de uma escola estadual com 600 alunos. Tudo o que acontece nas dependências da unidade chega rápido à sua mesa da diretora.

“Aqui nada fica solto. Ser diretora é ter visão panorâmica do que acontece, todos os dias, todas as horas, dentro da escola”, afirma.

Sorridente e expansiva, Cristina tem voz potente e riso fácil. Nascida em Bandeirantes, no Norte Pioneiro, é diretora na rede estadual há 11 anos e não revela a idade nem por decreto: “sou como a Glória Maria. Não conto a idade de jeito nenhum”.

Com longa trajetória nas salas de aula do Estado, antes da direção da Paula Gomes ela atuou como professora de matemática desde o ano de 1998, quando foi aprovada no concurso - ainda no município de Andirá - onde morava. “A vinda para Curitiba foi dolorosa porque tive que deixar meus pais, meus  irmãos e a vida que eu mais amava no Interior. Eu sabia, no entanto, que era aqui que estariam as oportunidades certas pra mim”, relembra. De fato, mal imaginaria a jovem professora que seria em Curitiba que ela se descobriria como profissional, mulher e mãe.

De caráter forte, ao melhor estilo “Rochelle”, do seriado norte-americano "Todo o Mundo Odeia o Chris", Cristina colhe os frutos da construção de uma personalidade resoluta e decidida, que ao longo dos anos possibilitou o desenvolvimento de um trabalho cuja ordem e o compromisso sempre foram norte. “Nada é de graça. Tudo é uma construção e, até alcançar os resultados que temos hoje, foram muitos anos em análise, buscando compreender melhor a mim mesma e ao universo pedagógico no qual escolhi trabalhar”, revela. 

Os bons frutos vieram. Para se ter ideia, em 2012  - quando assumiu a direção - a Escola Estadual Paula Gomes vivenciou um verdadeiro boom no desempenho acadêmico dos estudantes, resultado do olhar atento da diretora e também do trabalho intenso de sua equipe.

“Quando fui chamada para assumir a diretoria, a imagem da escola estava um pouco enfraquecida junto à comunidade. A estrutura estava prejudicada e os índices de evasão eram altos”, relembra. A situação logo mudaria. Com a implementação da modalidade de ensino em tempo integral na escola e a melhora na qualidade do ensino oferecido, o interesse dos estudantes aumentou, trazendo resultados expressivos nos indicadores que mensuram o desempenho escolar.

“No último levantamento, a escola apresentou um aumento de quase 80% nos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2012, por exemplo, a nota era de 3,2 para o ensino fundamental. O levantamento mais recente aponta que esse número saltou para 5,0 no ano passado. O mesmo vale para o ensino médio, que registrou uma nota de 4,7 no Ideb”, relata a diretora.

Cristina faz o estilo “faço mais e falo menos”. Tanto é verdade que as duas condecorações com as quais foi reconhecida publicamente em homenagens cívicas, estão - segundo ela própria - “enfiadas em alguma gaveta”. “Eu tenho esse problema. Ao invés de pendurar na parede, guardo num canto e lá eles ficam”, afirma a diretora que foi homenageada, em 2011, com o prêmio João Crisóstomo. Entregue pela Câmara Municipal de Curitiba, a premiação se destina ao reconhecimento do trabalho dos profissionais das áreas de educação e cultura em Curitiba.

Já em 2017, ela recebeu o Prêmio de Gestão Paraná - desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação, que, à época, selecionou escolas que desenvolveram projetos pedagógicos inovadores e praticaram gestão participativa dos recursos públicos, além de terem promovido o envolvimento da comunidade no cotidiano escolar. 





UMA MULHER, OUTRAS VERSÕES – Pelos corredores da escola é fácil perceber o carinho e respeito que os alunos e colaboradores rendem à diretora. Enquanto anda de um lado a outro, num rápido ‘tour’ pelo colégio, apertos de mão, abraços, sorrisos e mais demandas a resolver pipocam conforme passa pelos departamentos. Das portas do Paula Gomes para fora, entretanto, anseios, dilemas e desafios comuns a todas as mulheres também fazem parte da rotina de Cristina.

Há cinco anos, quando ela e o marido optaram por adotar um filho após inúmeras tentativas de engravidar, a ideia era recorrer à adoção tardia: termo utilizado em referência à adoção de crianças mais velhas. “Nossa opção inicial era pela adoção de uma só criança. Porém, quando fizemos os primeiros contatos com S. e M., que eram irmãs e aguardavam para serem adotadas, sabíamos que aquelas eram nossas filhas”, relembra. 

O processo, que durou seis meses, incluiu visitas semanais, passeios em família e as primeiras visitações à nova casa. Concluída a adoção, novas adaptações. “Não tive um parto doloroso e não perdi noites de sono. Não amamentei ou passei pelas mudanças de uma gestação. Mesmo assim, o processo de adaptação das minhas filhas representou este nascimento: meu e delas”, afirma.

Segundo Cristina, a associação dos papéis de mãe e diretora foi inevitável. “Ser diretora me ajudou a compreender que boa parte do comportamento inicial, durante o processo de adaptação, não era pessoal. Tratava-se do único meio de interação que elas conheciam. Naquele momento, por mais desafiador que fosse, eu sabia que aquela era a única reação possível para elas e, como na escola, não seria ‘no grito’ que a situação mudaria, mas sim, com diálogo e muita paciência: assim como acontece na sala da diretora”, relembra.

Nessa multitarefa da vida, Cristina deixa um conselho especial neste Dia Internacional da Mulher. “Se tem algo que aprendi, principalmente depois da adoção das meninas, foi a desacelerar. Mães, assim como professoras, diretoras, advogadas, médicas, merendeiras, donas de casa e quase todas as mulheres hoje em dia, tendem a fazer tudo correndo. Meu conselho é: dê tempo ao tempo. Seus filhos vão crescer rápido, seus anos de trabalho passarão depressa. Aprenda - assim como eu tive que aprender - a viver cada etapa sem apressar as coisas”, finaliza.

REDE ESTADUAL – As mulheres representam 75% do corpo de professores da rede estadual, onde elas têm voz e vez. No Mês da Mulher, a Secretaria da Educação, por meio da Agência Estadual de Notícias, apresenta cinco histórias inspiradoras protagonizadas por professoras, pedagogas, diretoras, colaboradoras e merendeiras da rede estadual. A primeira foi com Sandra Silva Baldissera, professora de Biologia do Colégio Estadual Rui Barbosa (CERB), do município de Nova Laranjeiras, que sua jornalismo para dar voz aos alunos.

FONTE:http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=3033&tit=Professora-chefe-mae-e-amiga-as-varias-mulheres-que-habitam-uma-diretora-da-rede-estadual

Dia da Educação: defasagem, evasão escolar e falta de investimento são desafios para educação brasileira em 2023

 

Dia 24/01, é celebrado o Dia Mundial da Educação, e simboliza o compromisso de 164 nações, incluindo o Brasil, com o desenvolvimento da educação na formação humana em diversos aspectos. Mesmo sendo uma das políticas mais importantes dentro de uma sociedade, a educação não tem o devido valor e, no Brasil, tem sofrido nos últimos anos.

Dentro muitos desafios, a pandemia do Coronavírus foi um agravante para o ensino em muitos países, aumentando a defasagem escolar e prejudicando milhares de estudantes em todo o mundo. Só no Brasil, segundo um estudo realizado pelo Ipec para o UNICEF, 2 milhões de meninas e meninos com idade entre 11 e 19 anos deixaram a escola, o que representa 11% do total da amostra pesquisada.




Em 2023, um dos principais desafios de líderes e educadores em todo o mundo é encontrar maneiras de conter a evasão escolar e diminuir o impacto negativo na vida dos cidadãos.
 A falta de acesso à educação é prejudicial ao desenvolvimento econômico, social e político da sociedade, além de ser agravante para o crescimento da violência e desinformação, o 
que contribui para o aumento de diversos tipos de preconceitos e desigualdade social.

São muitas as barreiras e causas da defasagem escolar, principalmente questões sociais complexas. Em geral, os alunos atingidos vêm de famílias de baixa escolaridade, vivem em condições inadequadas para a aprendizagem, como falta de tecnologia, mobília, espaço e segurança alimentar. Além de que muitos desses alunos têm empregos precários com salários baixos e que dificultam ainda mais a permanência na escola por conta de outros fatores, como sustento familiar ou ainda precisam estar presentes em casa, realizando atividades domésticas, como cuidar de irmãos menores. Essas barreiras comprometem o desempenho escolar desses alunos.

O fortalecimento da busca ativa e o trabalho conjunto entre os órgãos governamentais responsáveis, como a Secretaria Estadual de Educação e as Secretarias Municipais de Educação, são aliados no combate à evasão escolar. Segundo a diretora do Colégio Stella Maris Água Verde, em Curitiba, Ana Cláudia Alexandrini, uma das formas de as escolas conterem a evasão escolar é oferecer apoio pedagógico aos alunos. “É o que fazemos com os alunos do período integral do Stella, todos os dias os alunos têm uma hora aula de apoio pedagógico. Além disso, os professores precisam ter um olhar diferenciado na individualidade de cada estudante e não apenas se preocuparem com os conteúdos, mas sim focar na aprendizagem do educando”, explica Alexandrini.

Para a diretora pedagógica regional do Grupo Acesso, Kamila Fernanda Silva, não há receita pronta para evitar a defasagem escolar, mas existem ações que norteiam o trabalho. “Como conhecer o nosso alunado e seu contexto familiar, realizar um monitoramento de faltas e acompanhamento pedagógico, manter uma comunicação efetiva com a família, realizar busca ativa quando o aluno tem faltas injustificadas e acionar o Conselho Tutelar quando necessário, além de aulas de reforço, garantindo a recuperação desses estudantes”, completa Silva.

Educação digital

Durante a pior fase da pandemia do Coronavírus, as tecnologias foram grandes aliadas da educação. Porém, o uso demasiado das telas por crianças e adolescentes é extremamente prejudicial à saúde e ao aprendizado. A educação digital tem muitos benefícios, mas é preciso saber usá-la.

Alexandrini acredita que a tecnologia deve ser trabalhada como uma aliada no processo de ensino aprendizagem, como um material de apoio para uma vivência diária, mas é preciso ficar alerta ao excesso da tecnologia, pois prejudica o desenvolvimento social e psicológico dos alunos. “O aluno escreve menos e se estressa mais devido ao tempo que passa em frente às telas, deixa de conviver com a família presencialmente, apresenta maior irritabilidade, sem contar que perde a prática da escrita”, explica.

São inúmeras as ferramentas disponíveis, desde livros e artigos até vídeos e atividades disponíveis no ambiente digital. Uma das formas que os professores têm para usar a tecnologia a favor é o ensino híbrido, mesclando aulas e exercícios presenciais e online. “É inegável que a tecnologia trouxe muitos benefícios e fácil acesso às informações, mas na mesma proporção que liberta ela aprisiona. Precisamos com urgência engajar e orientar nossos jovens para uma percepção crítica e consciente quanto aos conteúdos que acessam e alertá-los sobre os riscos que correm com o uso inconsequente desse recurso”, pondera Silva.

Educação socioemocional em 2023

Gestão de tempo, trabalho em equipe, cooperação, inteligência emocional, concentração, tomada de decisão e capacidade de comunicação e argumentação são algumas das competências exigidas pelo mercado de trabalho atualmente. Tanto que uma das exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para este ano é o ensino dessas habilidades dentro da sala de aula.

Segundo Kamila Silva , o ensino das soft skills é uma das principais tendências para a educação em 2023, e é muito importante seu ensino por conta da fragilidade emocional relacionada ao contexto pós-pandêmico e que vem se intensificando no âmbito escolar. “Outra forte tendência é o ensino personalizado com foco no desenvolvimento das defasagens de aprendizagem e na potencialização das habilidades de forma individualizada com o uso de recursos tecnológicos, como plataformas educacionais”, finaliza.


FONTE:https://www.bemparana.com.br/noticias/educacao/dia-da-educacao-defasagem-evasao-escolar-e-falta-de-investimento-sao-desafios-para-educacao-brasileira-em-2023






Brasil deixa de ganhar 2 pontos no PIB com educação de má qualidade...

 Por não chegar ao menos à nota média dos estudantes de países desenvolvidos em avaliações internacionais, o Brasil deixa de ganhar 2 pontos porcentuais no Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. A conclusão está em um estudo de pesquisadores da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que faz uma síntese das evidências sobre o impacto da educação no crescimento de uma nação. O Brasil é um dos últimos colocados em rankings de avaliações e seu PIB médio, na última década, foi de 0,26%.... 

O trabalho também deixa claro que o aumento da riqueza de um país se dá pelo incremento na qualidade da educação e não apenas pela taxa de escolaridade, como se acreditava no passado. As dezenas de estudos analisados consideraram resultados dos países em avaliações como o Pisa, feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e pelo TIMSS (Tendências em Matemática Internacional e Estudos em Ciência, em inglês). Um dos estudos, de Eric Hanushek, da Universidade de Stanford, de 2022, indica que se os países da América Latina garantissem que todos os estudantes alcançassem o nível básico de proficiência no Pisa, os ganhos para a região ao longo do século XXI somariam US$ 76 trilhões. 

"A educação é condição necessária para o crescimento sustentável, para um ciclo virtuoso. Não é só que o país produz mais, há melhora da vida das pessoas, em saúde, com menos criminalidade, salários mais altos, inovação, participação política", diz o professor da FGV e diretor do Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para a África Lusófona e o Brasil (Clear), André Portela, responsável pelo estudo. Estudos considerados pela FGV mostram também como uma escola de mais qualidade influencia positivamente outros aspectos sociais, reduzindo taxas de homicídios e violência doméstica, por exemplo.

Há ainda uma pesquisa brasileira que indica que o aumento no Ideb, o índice de desenvolvimento da educação no País, está associado a maiores taxas de geração de emprego nos municípios. "O verdadeiro motor da economia não é a taxa de juros, é o capital humano. Ele perdura e tem impactos reais a longo prazo", afirma o diretor de conhecimento, dados e pesquisa da Fundação Lemann, Daniel De Bonis. O estudo foi feito a pedido da entidade. "A gente vê sempre o debate econômico ganhando destaque, quando deveríamos estar discutindo o investimento em educação. Cada ano que a gente perde não garantindo uma aprendizagem adequada para as crianças é uma riqueza futura que a gente está perdendo".

Pesquisas mostram que a melhora na educação impacta ainda mais os países em desenvolvimento. Em países de renda média baixa, o PIB poderia ser elevado em até 28%; entre os de renda média alta, como o Brasil, em até 16%, e nos de renda alta, 10%. Entre os exemplos de nações que tiveram melhora na educação e crescimento econômico nas últimas décadas estão Cingapura, Coreia do Sul, Portugal e Polônia, todos com notas acima da média dos países membros da OCDE. Na última avaliação do Pisa, que foi feita em 2018 e divulgada em 2019, o Brasil teve nota 382 em matemática, por exemplo, enquanto a média OCDE é de 489. Em Ciência, foram 404 e 489, respectivamente.

Segundo Portela, se os estudantes brasileiros aumentassem a nota em cerca de 50 pontos, o equivalente à metade do caminho até chegar à média dos países desenvolvidos, o PIB do País já cresceria 1 ponto porcentual. Em toda última década (2011-2020), com recessão e pandemia, o Brasil registrou PIB médio de 0,26%, ao ano, o pior desempenho da história.


Com a nota atual no Pisa, a maioria dos alunos brasileiros está em níveis considerados abaixo do básico em Leitura, Matemática e Ciência, as três áreas avaliadas pelo Pisa. Mesmo com um aumento na nota nos últimos anos, quatro em cada dez adolescentes do País - o exame é feito aos 15 anos - não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros ou entender um experimento científico simples. Segundo estudos analisados, se o Brasil continuar no mesmo ritmo de desenvolvimento de capital humano, demoraria uma década para chegar ao nível do Chile e três décadas para alcançar nações como Portugal e Japão.

A situação ainda piorou com a pandemia de covid-19, cujas pesquisas mostram perda de aprendizagem das crianças em todo o País - especialmente na etapa de alfabetização. Para De Bonis, o estudo é oportuno para o momento atual, de novo governo, federal e estaduais. "Para que tenham perspectiva de longo prazo e menos imediatista. Talvez não consigam fazer em quatro anos, mas podem criar bases, colocando a educação na centralidade da política." O Brasil, completa, precisa investir mais em educação, mas também registra desempenho pior do que outras nações de renda semelhante.

"É preciso ampliar de forma responsável o investimento na educação, valorizando professor, investindo em infra estrutura".

FONTE:https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/03/06/brasil-deixa-de-ganhar-2-pontos-no-pib-com-educacao-de-ma-qualidade.htm