segunda-feira, 28 de novembro de 2016

MEC já trabalha com possibilidade de aplicar novo ensino médio só em 2019


O MEC divulgou nesta terça-feira (4) as notas das escolas no Enem 2015. Na foto, a secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro, o ministro da Educação Mendonça Filho e a presidente do Inep, Maria Inês Fini | Elza Fiuza/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC), que previa a implementação da reforma do ensino médio em 2018, já trabalha com a hipótese de que o novo currículo só valha a partir de 2019 nas escolas brasileiras. A aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), essencial para concretizar as mudanças, “é algo que demora”, disse a secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro. “A reformulação também vai exigir muito de cada Estado”, completou.
Em evento para divulgar os resultados do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) , autoridades do MEC não quiseram comentar se a reformulação desta etapa - considerada o gargalo da educação básica no Brasil - vai alterar o estilo da prova nas próximas edições. “Só vamos falar do Enem 2017 depois que o deste ano estiver finalizado”, afirmou a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini. O exame é, hoje, a principal via de acesso ao ensino superior.
Apesar de ter havido piora nas médias de três das cinco áreas de conhecimento requeridas no Enem, a titular do Inep, órgão responsável pela aplicação das provas, pediu à imprensa para “ressaltar os dados positivos”. A queda nas notas em Matemática, Linguagens e Ciências da Natureza, para ela, são “lições” que apontam para a “urgência” da reforma do ensino médio. “Hoje temos um currículo conservador e tradicionalista, em que os alunos estão aprendendo muito pouco”, disse.
Ela também afirma que os resultados do Enem por Escola revelam uma “enorme desigualdade”, já que as maiores notas são de escolas privadas ou federais - essas últimas aplicam um “vestibulinho” para selecionar os melhores alunos. Outro motivo, segundo ela, é o fato de os estudantes de nível socioeconômico baixo terem pouca participação no Enem, ao contrário dos de classes média e alta. “Alunos de estratos inferiores de renda nem se inscrevem”, constatou Fini.
“A autoexclusão é algo a ser combatido. Eles têm autoestima tão baixa que sequer se apresentam para fazer a prova, mesmo com a disponibilidade de recursos como bolsas de ProUni e Fies. Não veem o ensino médio como uma chance de promoção pessoal. A reforma vai promover mais equidade”, complementou Maria Helena Castro.
Ambas informaram que ranquear todas as escolas em uma única lista de resultados é “inapropriado” para indicar à sociedade e aos pais a qualidade do colégio que o aluno frequenta. Por isso, os rankings foram separados em 14 “contextos”, que consideram o índice de permanência na escola, o porte da instituição e indicadores socioeconômicos. Presente no início da coletiva, o ministro Mendonça Filho pediu licença logo após a primeira pergunta e se retirou, pois teria de viajar.

6 fatos que os estudantes das ocupações não sabem


Escola ocupada em São José dos Pinhais | Henry Milleo/Gazeta do Povo

Há dois temas em que os estudantes em escolas ocupadas estão certos. O primeiro é que o ensino médio está ruim e precisa melhorar. O segundo é que o governo federal quer fazer a maior reforma da educação básica de forma atabalhoada e sem recursos, ao invés de criar projetos-piloto, discutir o que deu certo e errado e replicar com calma as experiências bem-sucedidas. Mas, saindo disso, há muita confusão de ideias nos corredores desses colégios. A Gazeta do Povo fez entrevistas com mais de dez alunos dessas ocupações, que não quiseram dar seus nomes, e listou seis ideias equivocadas que os movem a participar da mobilização.
1. Eles acham que os alunos que trabalham não vão poder mais estudar porque em curto prazo as escolas serão de tempo integral.
“Com o ensino médio integral, só vai estudar quem é rico e quem é pobre vai ter de sair da escola para trabalhar”, comentou um aluno da ocupação, depois de perguntado por que ele era contra a reforma do ensino médio. O fato é que por mais que a MP realmente preveja a elevação da carga horária anual no ensino médio, dificilmente a maior parte das escolas do Brasil será de tempo integral, simplesmente porque o governo não tem recursos para isso – e nem interesse imediato. Das 400 escolas do Paraná, por exemplo, hoje três são de tempo integral e apenas 30 poderão participar do edital do governo para tentar conseguir verba para transformar a carga horária de quatro horas para sete horas diárias. Como o governo disse que vai disponibilizar só R$ 1,5 bilhão em 2017 para ser dividido entre todas as escolas do Brasil, claramente não haverá dinheiro para todos.
2. Alguns acreditam que o Enem vai acabar.
Ao percorrer o interior de uma das escolas ocupadas de São José dos Pinhais, alguns garantiram à reportagem que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que facilita a entrada dos estudantes em algumas universidades, vai terminar. “Vai ser mais difícil entrar na faculdade”, garantiram. Na realidade, essa questão não está nem em discussão.
3. Eles acham que a medida provisória da reforma do ensino médio (MP 746) já começou a ser adotada nos colégios.
Ao perguntar aos alunos por que eles decidiram ocupar a escola, a primeira resposta é algo do estilo “para acabar com a reforma do ensino médio aqui no meu colégio”. O que eles não entendem é que, apesar de uma medida provisória em teoria produzir efeitos imediatos, no caso da MP 746 nada do que ela prevê pode ser colocado em prática agora. Ela depende, principalmente, da aprovação do currículo comum das escolas (a Base Nacional Curricular Comum), em discussão há mais de um ano, e da capacidade dos estados de fazer tudo o que a MP prevê. Além disso, se o Congresso Nacional não votar o tema em 120 dias – e o assunto nem passou ainda pela comissão destinada para avaliá-lo – ou não aprovar o texto, a MP nem entrará em vigência.
4. Alguns estudantes disseram que estavam ocupando a escola porque queriam escolher as matérias que vão estudar.
“O que você quer que mude no ensino médio?”, perguntou um repórter a um aluno. “Queremos escolher o que estudar, eu quero ser professor de História, porque estudo Química e Física?”, respondeu, repassando a pergunta. “Mas não é isso o que diz a MP?”, retrucou o repórter, sem receber resposta. O que o estudante não sabe é que é exatamente isso que a MP prevê, ou seja, que os alunos possam, a partir do segundo semestre do segundo ano do ensino médio, dedicar-se a matérias afins ao seu futuro profissional.
5. Alguns alunos acreditam que as escolas técnicas serão privatizadas.
“Vão privatizar todas as escolas técnicas, as empresas vão se aproveitar das escolas públicas”, disse um aluno de ocupação. A MP não fala de “privatização”, mas de parcerias para a experiência prática em cursos técnicos, como ocorre hoje nesse tipo de ensino, por exemplo, nos institutos técnicos federais.
6. Eles acham que a ideia da reforma é do governo recém-formado por Michel Temer.
“Como o governo Temer pensa em uma mudança dessa do dia para noite?”, perguntou uma menina na ocupação de uma escola de ensino médio, com a concordância dos colegas. O que ela não sabe é que existe uma preocupação por mudar o ensino médio há mais de 10 anos, manifestada de forma concreta em 2013, por meio do projeto de lei 6.840. Com medo de que a educação continuasse a não se prioridade no Brasil, a equipe de Dilma Rousseff, já na época do ex-ministro Renato Janine, tinha formulado esse projeto, que estava à espera de um bom momento para ser apresentado. Temer só o apresentou no pior momento possível.

Esporte e amizade

Gabriel era um menino doce, esperto, alegre e brincalhão. No entanto era muito tímido. E essa timidez o limitava em muitos campos, principalmente na relação com o próximo. Gabriel não tinha amigos e isso preocupava imensamente os pais. Um dia, a professora de educação física descobriu que ele gostava muito de nadar e que poderia utilizar isso como um caminho para que descobrisse amigos. Convidou-o a fazer parte da equipe de natação da escola e logo Gabriel começou a se destacar na equipe. Começou a sentir-se mais confiante. Seus colegas começaram a pedir ajuda e conselhos para melhorarem. Aos poucos Gabriel foi se abrindo e descobrindo amigos maravilhosos. O esporte transformou sua vida.
Assim como Gabriel, existem muitas outras crianças que podem encontrar no esporte um caminho para relacionamentos saudáveis e verdadeiros. Os esportes contribuem para a formação de relações profundas e duradouras, pois as pessoas trabalham em sincronia visando alcançar um objetivo. Podemos perceber isso mais claramente nos esportes coletivos. A confiança faz-se necessária entre os esportistas, assim como a adaptação a lugares e situações diversas contribui para novas interações. Dos esportes individuais nascem o respeito e a amizade nos “fair play”. Relações verdadeiras entre rivais de um mesmo esporte surgem em meio a campeonatos e disputas. O mesmo ocorre durante os treinos. Provavelmente nesses momentos os “rivais” descobrem que possuem o mesmo nível de habilidade, compartilham interesses comuns e provavelmente, admiram-se profundamente. E por isso torcem também uns pelos outros.
Se formos analisar os valores Olímpicos descobriremos que são fixados em três pilares: amizade, excelência e respeito. A amizade faz com que as mãos sejam estendidas ao outro buscando o entendimento. Apesar das diferenças o amigo procura entender o próximo e cultiva, nas relações com o próximo, atitudes e sentimentos positivos como a honestidade, simpatia, compaixão, solidariedade, confiança. Essa amizade também envolve o respeito ao próximo que se resume na honestidade, respeito às regras, respeito aos limites (seu, de seu corpo, do próximo e do meio ambiente) independente de religião, raça ou cor. Dessa maneira e buscando a excelência, isto é, dar o melhor de si tanto no esporte quanto na vida, o esportista pode tornar-se um ser mais humano e responsável.
Portanto, olhemos o esporte também como uma oportunidade de fazer com que nossos filhos encontrem os verdadeiros valores que uma amizade deve ter e que assim possam desenvolver relações saudáveis e maduras.

FONTE:http://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/esporte-e-amizade/?utm_source=facebook_sabara&utm_campaign=psicologia_humanizacao&utm_medium=midia

sábado, 12 de novembro de 2016

Conheça a história do dia 15 de novembro e seus personagens

A confusão é grande para muitos brasileiros quando se trata dos feriados de 7 de setembro e 15 de novembro. Independência? Proclamação da República? Afinal, o que é comemorado na próxima terça-feira (15)?
“O grito do Ipiranga” foi dado no dia 7 de setembro de 1822 pelo então príncipe Dom Pedro I. Neste dia, comemora-se a independência do Brasil da Coroa Portuguesa. Já, 67 anos, dois meses e nove dias depois, o Brasil iniciava um novo trecho de sua história.
Há 126 anos, uma estratégia político-militar desbancou o regime monárquico que tinha Dom Pedro II, filho de Dom Pedro I, como imperador do Brasil. O líder do grupo de militares republicanos, Marechal Deodoro da Fonseca, proclamou a República em 15 de novembro de 1889, na Praça da Aclamação, no centro do Rio de Janeiro – praça esta que, não por acaso, teve o nome mudado para Praça da República.
Após a Guerra do Paraguai, que acabou em 1870, o Império já vinha perdendo prestígio diante da elite econômica do país, pois o país acabou se endividando e entrando em uma crise econômica. Além disso, a igreja também estava descontente com o Império.
Outro fato que contribuiu para a queda do Império foi o movimento de uma elite intelectual que encabeçou o movimento abolicionista, que acabou com a escravidão no país um ano antes. Além disso, o fato de Pedro II não ter filhos e apenas filhas, o trono seria herdado pela princesa Isabel, que era casada com o francês Gastão de Orléans. Corria-se o risco, portanto, do país ser governado por um estrangeiro.
Para Wilson Maske, professor de história contemporânea do departamento de História da PUCPR, o principal objetivo do grupo de militares e ativistas, que envolvia nomes como Marechal Floriano Peixoto, Antônio da Silva Jardim e José do Patrocínio, era depor o governo de Pedro II e não a monarquia em si. “A República já era um fato consumado e a população acabou por aceitar o novo regime. O próprio Pedro II já havia expressado a sua admiração pela República, dizendo que, se não fosse Imperador, seria Ministro, Presidente ou professor”, contou o especialista.
Ainda de acordo com Maske, o Brasil era visto com maus olhos pelos vizinhos latino-americanos, já que era o último dos países a ter um governo monárquico. “A República foi uma consequência, já que era o regime mais moderno, adotado por todos os países vizinhos, inspirados pela independência dos Estados Unidos”, disse.

Apoio, mas não muito

Segundo o historiador, os militares proclamaram a República e não houve resistência por parte de grande parte da população, mas não por muito tempo. Quando começaram a surgir revoltas como a Guerra de Canudos, na Bahia, e, um pouco mais tarde, a Guerra do Contestado na divisa de Santa Catarina com o Paraná. “Os governos militares eram na realidade, ditaduras, e a população começa a se revoltar, pois os ideais de justiça social que foram prometidos não estavam sendo cumpridos. As revoltas têm um caráter religioso forte, com figuras fortes de liderança”, comentou Maske.
O regime republicano, na opinião do professor, se encaminha para um modelo mais democrático após a saída dos militares do poder. “Quando Prudente de Morais assume, o modelo passa a ser mais voltado para a democracia, por ser o primeiro presidente civil do Brasil”, completou.

A invasão e o autoritarismo

A natureza e os objetivos de ambas as ações – nas escolas estaduais e na UFPR – são exatamente os mesmos

Na noite de quinta-feira(03/11), um grupo de mascarados invadiu o Prédio Histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade, intimidando alunos, professores e funcionários, chegando inclusive a ameaçar e agredir alguns deles, de acordo com relatos de quem estava no local; em outros casos, os invasores impediram os demais de sair do prédio, mantendo-os contra a vontade dentro das instalações da UFPR. Os motivos são os já conhecidos: a PEC do Teto de Gastos e a medida provisória da reforma do ensino médio.
As cenas da invasão chocaram os paranaenses, mas as sementes do ato na UFPR já estavam plantadas havia várias semanas, e com a conivência de muitos que agora se dizem perplexos. No início de outubro, pequenos grupos de estudantes se julgaram os porta-vozes de toda uma comunidade escolar e resolveram impedir os direitos alheios – o direito de trabalhar, no caso dos professores e funcionários; e o direito à educação, no caso dos alunos. Tomaram conta de várias escolas, paralisando as atividades docentes. E, quando se formaram movimentos de pais preocupados com o que ocorria dentro dos colégios, esse mesmo grupo ainda se autoatribuiu o poder de decidir quem poderia entrar e quem ficaria de fora. Não houve agressões nem quebra-quebra, mas mesmo assim tratou-se de um movimento autoritário desde o seu início – por mais nobre que fosse o desejo desses jovens de colocar seu idealismo em prática, envolvendo-se no debate sobre a reforma do ensino médio.
E a resposta que esse movimento recebeu, em sua grande maioria, oscilou entre a omissão e o apoio. Para muitos, os estudantes estariam apenas exercendo seu direito democrático à manifestação. Eles eram motivo de orgulho, chegou a escrever a senadora Gleisi Hoffmann (PT). Conselheiros tutelares tomaram o lado dos manifestantes e os ajudaram a impedir os pais de entrar nas escolas tomadas pelo movimento. Reintegrações de posse foram negadas (só passaram a ser concedidas posteriormente). Os líderes dos protestos se tornaram estrelas, viralizando na internet e discursando em Brasília.
Só um acontecimento trágico – a morte de um estudante de 16 anos dentro de uma escola em Curitiba – quebrou o torpor, e ainda assim apenas parcialmente. Entidades importantes passaram a se posicionar e a pedir a liberação das escolas, mas sem deixar evidente o caráter antidemocrático do movimento. Faltou a certeza de que, como expusemos em editorial no último fim de semana, “a democracia pressupõe a convicção de que há direitos que não podem ser limitados pelos outros”, e de que “nem mesmo a absoluta nobreza de uma ideia justifica que se tente fazê-la valer pela força ou pela marra, sem diálogo e prescindindo dos canais institucionais”. Como tanta gente pôde perder isso de vista?
Ora, quando se tolera ou até se defende esse tipo de situação, quando se considera legítimo que um pequeno grupo se aproprie de uma escola inteira, prejudicando toda uma comunidade com a interrupção das aulas, quando não se percebe o risco antidemocrático que está embutido no próprio DNA desses protestos, as consequências mais graves não tardam a chegar. À medida que o movimento dos estudantes secundaristas é enfraquecido com decisões de reintegração de posse, a turma para quem os fins justificam os meios percebe que a via pacífica pode não ser suficiente, e julga que é chegado o momento de fazer algo mais para chamar a atenção.
A verdade é que a natureza e os objetivos de ambas as ações – nas escolas estaduais e na UFPR – são exatamente os mesmos: em uma postura autoritária, um pequeno grupo se concedeu o poder de decidir suprimir os direitos dos demais. Vítimas do déficit democrático de que falamos dias atrás, muitos paranaenses não perceberam o ovo da serpente escondido no protesto secundarista. Pois o ovo eclodiu agora, com a mudança nos métodos usados pelos manifestantes. E quanto mais legitimidade se lhes concede mesmo diante de circunstâncias como as da invasão do Prédio Histórico, maior é a confusão conceitual que toma conta da sociedade e da qual se aproveitam os adversários da democracia.

O diálogo como exercício da função educativa da universidade


Para que haja diálogo, deve haver simetria entre os que dele participam

Muito oportuna a intervenção do admirável professor René Ariel Dotti nesta seção da Gazeta do Povo, com a publicação do artigo “O atentado fascista na universidade” na quarta-feira. Seria formidável que a sua atitude desencadeasse atitudes idênticas por parte de personalidades de igual sabedoria acadêmica e estatura moral e política, a fim de qualificar os debates públicos sobre as recentes medidas do governo federal no campo das políticas públicas de educação, saúde, e ciência e tecnologia. Contudo, mesmo tendo aprendido bastante com as suas primorosas informações e admiráveis reflexões, tomo a liberdade de delas discordar num de seus menores segmentos.
O trecho a que me refiro é a reprovação do professor Dotti à “tentativa de dissuadir os invasores, promovendo um tipo de ‘diálogo entre a corda e o pescoço’, em vez de acionar o Judiciário”. Difícil saber exatamente o que pretendia o professor com a sua metáfora do “diálogo entre a corda e o pescoço”, mas, a contar por um outro artigo de sua autoria, que leva exatamente a expressão como título, ele provavelmente estava a se referir a um “desequilíbrio de armas”. No caso em questão, um desequilíbrio de armas entre os invasores e aqueles que os tentaram dissuadir. Se for assim, a reprimenda do professor Dotti está endereçada à inépcia dos gestores da UFPR (o pescoço), que optaram pelo diálogo sem perceber o desequilíbrio de forças a favor dos invasores (a corda).
Ora, equivoca-se quem pensa que a universidade possa existir sem ter o diálogo como a sua regra básica de convivência. E, para que haja diálogo, deve haver simetria entre os que dele participam. Essencializar sempre foi o caminho mais curto para o preconceito, a intolerância e a violência simbólica. Numa relação dialógica, não pode haver distância e diferenças determinadas por lugares essencialmente distintos. A simetria exigida entre os sujeitos da prática educativa já foi cristalinamente apanhada pela prosa de Guimarães Rosa: “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”. Nada de essências eternas; nada de lugares naturais. A prática educativa exige sujeitos dispostos a dialogar e a abandonar sua zona de conforto cognitiva e prática.
Agiram muito bem os gestores da UFPR, particularmente a reitoria e a direção do Setor de Ciências Jurídicas, quando pautaram as suas ações por essa moral universitária e educativa. Os ditos invasores eram, de um modo ou de outro, nossos estudantes. E, tão logo o caso pôde ser tratado com um mínimo de razoabilidade, eles não se recusaram ao diálogo, nem impuseram sua vontade acima das necessidades da instituição.
Não se quer, assim, desconhecer que houve momentos de tensão e conflito, quando a atmosfera de razoabilidade desceu a níveis insuportáveis. Seria aqui, enfim, o momento de “acionar o Judiciário”, conforme reivindica o ilustre professor? Tampouco se pode aceitar que fosse esse o caso. As razões são as mais variadas possíveis. Mas uma sobressai às demais, em vista do que se disse acima.
Lamentavelmente, em nosso país, talvez não haja um palco de relações mais assimétricas e antirrepublicanas que a esfera do Judiciário. Instituições do Estado como a universidade têm à sua disposição exímios operadores do direito e a irrestrita atenção dos tribunais. Nada mais justo. Mas cabe à universidade ter sabedoria para empregá-lo a seu favor. Acionar o Judiciário – isto é, mobilizar esse seu patrimônio moral e jurídico contra seus próprios estudantes – jamais poderá ser a primeira ou a única medida a ser tomada. A melhor resposta a qualquer tipo de atentado que venha a sofrer a universidade não pode deixar de ser o exercício incondicional daquilo que ela deve irrestritamente à sociedade que a mantém: a educação.
Eduardo Salles O. Barra é professor de Filosofia e diretor do Setor de Ciências Humanas da UFPR.


Campanha Papai Noel dos Correios começa nesta sexta-feira (11/11/16)

Os Correios iniciam hoje (11) a campanha Papai Noel dos Correios de 2016. Realizada há 27 anos, a campanha tem o objetivo de responder às cartas das crianças que escrevem ao Papai Noel e atender aos pedidos de presentes daquelas que estão em situação de vulnerabilidade social.
“É a campanha mais bacana dentro da empresa. As cartas ficam à disposição para a pessoa adotar e proporcionar um Natal diferente àqueles que estão pedindo para serem lembrados. Às vezes, é a única oportunidades para as crianças ganharem um presente no fim do ano”, disse o presidente dos Correios, Guilherme Campos.
cartas correios natal
Foto: Pedro França/Agência Senado
O lançamento oficial da campanha será na sede histórica da empresa, em São Paulo. A ação vai até o dia 16 de dezembro e as informações estarão disponíveis no blog dos Correios.
Em 2015, mais de 830 mil cartas foram recebidas pela empresa, cerca de 570 mil selecionadas e 460 mil adotadas.
Em todo o Brasil, as cartas enviadas pelas crianças são lidas e selecionadas pelos funcionários dos Correios. As que atenderem aos critérios da campanha são disponibilizadas para adoção na casa do Papai Noel ou em outras unidades. Os Correios não entregam cartas para adoção diretamente à população, em suas residências, elas ficam disponíveis apenas nos locais indicados pela empresa.
Os presentes destinados a cada carta adotada são encaminhados para que posteriormente os Correios façam a entrega. Não é permitida a entrega direta do presente e, para assegurar o cumprimento desse critério, o endereço da criança não é informado ao padrinho.
Entre os requisitos, as cartas devem ser manuscritas, remetidas por crianças e conter, preferencialmente, pedidos de brinquedos, material escolar e roupas. Desde 2010, os Correios estabeleceram parcerias com escolas públicas, creches e abrigos que atendem a crianças em situação de vulnerabilidade social. O objetivo é auxiliar no desenvolvimento da habilidade de redação e de endereçar a carta.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Temer critica ocupação das escolas e ironiza estudantes: 'Sabe o que é uma PEC?'

Durante encontro com empresário, o presidente pediu para que as pessoas respeitem as instituições.

O presidente Michel Temer criticou as ocupações nas escolas públicas contra a reforma do ensino médio e a aprovação da PEC 241, que limita o teto de gastos públicos. Em discurso para uma plateia de empresários e executivos, Temer afirmou que as pessoas precisam aprender a respeitar as instituições e que ao ocupar os locais essas pessoas deixam de usar argumentos intelectuais e passam a usar os físicos.
"Nós precisamos aprender no país a respeitar as instituições, e o que menos se faz hoje é respeitar as instituições. Isso cria problemas e o direito existe exatamente para regular as relações sociais. Hoje, ao invés do argumento intelectual e verbal, usa-se o argumento físico. Vai e ocupa não sei o quê e bota pneu velho em estrada para impedir trânsito", disse o peemedebista.
Resultado de imagem para temer correio 24h
(Foto: Divulgação)
Michel Temer ainda ironizou o desconhecimento da Proposta de Emenda Constitucional 241. A PEC já foi aprovada na Câmara, mas ainda vai passar pelo Senado antes de se tornar lei. A medida prevê o congelamento das despesas do governo no período de 20 anos.
"Você sabe o que é uma PEC? É uma Proposta de Ensino Comercial. Estou dando um exemplo geral de que as pessoas debatem sem discutir ou ler o texto", disse ele.

Estudantes da UFRGS decidem manter ocupação de Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Alunos contra a interrupção das aulas pediram liberação dos espaços, mas ocupantes do IFCH decidiram manter o protesto contra a PEC do Teto

Estudantes da UFRGS decidem manter ocupação de Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Omar Freitas/Agencia RBS
Foto: Omar Freitas / Agencia RBS

Namanhã desta segunda-feira, estudantes que ocupam o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em protesto contra a PEC do Teto decidiram permanecer no prédio depois que, na sexta-feira, um grupo de alunos pediu a retomada das aulas. 
A resposta, por escrito, foi lida em voz alta no Campus do Vale em meio à tensão que marca a divisão entre estudantes da maior universidade gaúcha. Na última sexta-feira, defensores da desocupação tentaram entrar no prédio do IFCH, mas foram impedidos por um cordão de isolamento que incluía a presença de professores. Segundo a estudante de Engenharia da Computação Laís Karsburg, 18 anos, o objetivo era negociar a liberação do primeiro andar do prédio, ou pelo menos de algumas salas para disciplinas que envolvem outros cursos.
Os estudantes que fazem a ocupação se comprometeram a discutir o assunto em assembleia no último domingo e marcaram de entregar a resposta em forma de nota — no mesmo horário em que o outro grupo havia convocado uma mobilização no Facebook, na manhã desta segunda-feira.
Enquanto combinavam o trâmite para isso — a ideia era que um mesmo número de representantes dos dois movimentos estivesse presente na entrega da nota —, um grupo em favor da desocupação fez a volta no prédio. Foi o bastante para os ânimos se exaltarem dos dois lados: o grupo argumentou que buscava um espaço mais propício para dialogar, enquanto os ocupantes encararam a ação como uma tentativa de entrar no prédio.
Após momentos de tensão, o grupo de ocupantes entregou a nota e a leu em voz alta enquanto alunos de ambos os lados gravavam tudo com celulares: 
— Tendo em vista nossas estratégias de autodefesa e a manutenção do caráter de incentivo à paralisação geral em protesto às propostas em trâmite no Senado Federal, decidimos (...) que não liberaremos qualquer sala de aula atualmente ocupada — disseram os ocupantes, que não se identificaram e se manifestam apenas por sua página no Facebook.
Estudantes contrários à ocupação dizem que irão à AGU
Conforme Gabriel Carneiro da Fontoura Argiles, estudante de Engenharia Civil de 18 anos, o grupo que coordena a página Eu digo NÃO à invasão na UFRGS vai se reunir e providenciar uma tréplica. Além disso, o movimento pretende acionar a Advocacia-Geral da União (AGU), seguindo o que fizeram estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG). Lá, um juiz decidiu favoravelmente à reintegração de posse de salas de aula na última sexta-feira.
— Não estamos falando da PEC. Muitos de nós, inclusive, são contra ela. Só que somos contra a ocupação. Não vemos relação entre a ocupação do IFCH e os senadores, eles não vão mudar de ideia por isso. Só queremos ter aula — justifica Argiles. 
Na sexta-feira, esse mesmo grupo entregou uma representação Ministério Público Federal (MPF) pedindo a desocupação. Segundo a assessoria de comunicação do órgão, ainda não há nenhuma novidade em relação a esse caso.
— O procurador vai oficiar a UFRGS para que ela se manifeste sobre o assunto para depois, com base nessas informações, decidir o que fazer — respondeu o MPF.
Em meio ao conflito gerado e gerido pelos próprios alunos, circulavam alguns professores e membros do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-UFRGS). Segundo o presidente da entidade, Mathias Luce, eles apoiam a ocupação da universidade, pois são contra a PEC do Teto. No entanto, defendem o diálogo.
— O movimento em favor da desocupação é formado por vários grupos diferentes. Alguns querem diálogo, outros não. Estamos aqui pra ajudar a mediar o conflito — disse Luce.

Estudantes deixam ocupação para fazer a prova do Enem em outras escolas


O jovem Weverton Ramon, 20, vai deixar a ocupação em que está há 19 dias, na Escola Estadual Manoel Lúcio, em Arapiraca (130 km de Maceió), para fazer prova do Enem em outro local, não ocupado.
Rikelly e Weverton (à esq.) deixarão a escola que ocupam em Arapiraca (AL) para fazer as provas do Enem
Rikelly e Weverton (à esq.) deixarão a escola que ocupam em Arapiraca (AL) para fazer as provas do Enem

Aluno do terceiro ano do ensino médio da primeira escola ocupada na cidade, ele pensa em fazer faculdade de filosofia ou design, em Maceió. Para ele, foi um erro suspender as provas.
"Deveria ter cancelado para todo mundo. Quem tiver mais tempo para estudar, terá vantagem", defende o estudante, que fará prova no colégio particular Êxito.
Enquanto deixa a escola, dois fiscais informam a quem chega que a escola está ocupada, e o Enem está cancelado no local ocupado. "Já vieram umas três pessoas buscar informação", diz uma fiscal.
Na mesma escola, em Arapiraca, Rikelly Maria Silva, 18, também irá fazer Enem neste fim de semana. No segundo ano do ensino médio, ela fará a prova apenas por experiência.
"O MEC poderia ter conversado conosco e feito provas aqui e nas demais escolas ocupadas. Não teve eleição em tantos locais? E em Minas Gerais houve acordo com estudantes, poderiam todos fazer prova hoje, seria mais justo", conta.

Enem foi adiado em mais de 400 escolas

Por conta das ocupações, o MEC (Ministério da Educação) cancelou o Enem em mais de 400 locais de prova. Os estudantes protestam contra a PEC que limita os gastos públicos e a medida provisória sobre reforma do ensino médio, ambas em votação no Congresso. 
Cerca de 270 mil estudantes farão o exame nos dias 3 e 4 de dezembro. 
Hugo Cordeiro/UOL
Fernanda Baeda, 18, está se revezando em duas ocupações em Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, a estudante Fernanda Baeda, 18, deixou uma ocupação  para fazer as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na PUC (Pontifícia Universidade Católica), localizada no bairro Coração Eucarístico.
Segundo ela, que vai tentar o curso de medicina, as ocupações são uma maneira de mostrar a insatisfação dos secundaristas contrários à PEC 241 e à reforma do ensino médio. É a primeira vez que ela se inscreveu para o Enem.
"Acredito que estamos fazendo, sim, um protesto válido. É uma forma de mostrar as nossas reivindicações também", explicou. A estudante disse que se reveza em duas ocupações feitas por alunos secundaristas na capital mineira. "Uma delas é na Escola Estadual Olegário Maciel. A outra, é na Escola Estadual Professor Francisco Brant", afirmou.

3 e 4 de dezembro

Na escola Manoel Lúcio, cerca de 30 alunos se revezam na ocupação. Metade do grupo dorme no local. Com doações da comunidade e do MST, não precisaram tirar dinheiro do bolso para comprar comida. "Todos estão ajudando, inclusive a cozinhar", conta Daniel Rodrigues, 20, aluno do terceiro ano.
O jovem também fará Enem, mas apenas na segunda leva de estudantes. "Claro que tenho vantagem por ter mais tempo, não acho justo", diz o estudante.
Arapiraca é cidade do Nordeste com mais ocupações: oito locais de prova tiveram suspensão, sendo seus escolas e duas universidades.

Com escolas desocupadas, alunos voltam às salas de aulas no Paraná


Segundo governo estadual, mais de 700 escolas já foram desocupadas.
Por conta das ocupações, vestibulares e Enem precisaram ser adiados.


Para muitos estudantes do Paraná, esta segunda-feira (7) foi de recomeço. Até esta manhã, 776 escolas já tinham sido desocupadas no Paraná, segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed).
As desocupações começaram no dia 24 de outubro. Ainda conforme a Seed, 55 escolas seguem ocupadas todo o estado. Já de acordo com o Ocupa Paraná, movimento que coordena as ocupações no Paraná, 190 colégios ainda permanecem ocupados.
Agora, os colégios devem se reorganizar para repor as aulas perdidas e, assim, cumprir o calendário escolar. Teve gente que esperou muito para voltar à escola, para rever os amigos, para estudar.
"Estou bem feliz, estava com saudades", afirma a estudante Ana Heloísa Pereira, de 16 anos.
Depois de tantos dias sem aula, agora, o momento é de empenho para dar conta de cumprir o calendário escolar.
No Colégio Estadual Professor Lysímaco Ferreira da Costa, em Curitiba, os alunos já começaram a repor o conteúdo que não tiveram no período de ocupação.
Agora, eles têm seis aulas por dia em vez de cinco. Por isso, precisam chegar mais cedo e sair mais tarde da escola. Além disso, eles também têm aula aos sábados.
"Repor as aulas nas férias não é bom para ninguém, ninguém queria isso, mas vamos correr atrás do prejuízo", afirma a aluna Ana Beatriz de Oliveira, de 16 anos.
Os portões do Colégio Estadual Doutor Xavier da Silva, ainda em Curitiba, também foram abertos. "Os alunos voltaram felizes, os professores estão tranquilos. Tudo na paz", conta a diretora Ednamar Salvina Silva.
Ainda não deu tempo pra discutir como as aulas que foram perdidas devem ser repostas, mas os alunos estão com todo o gás para voltar aos estudos. "Bastante estudo e dedicação para a gente ver se consegue recuperar até o fim do ano", afirma o estudante Renan Gabriel, de 14 anos.
Já na Escola Estadual João Turin, que estava ocupada desde o dia 14 de outubro, ainda falta definir com os pais e alunos como vai ficar a reposição. Mas, segundo o diretor da escola, as aulas devem ir, pelo menos, até o dia 30 de dezembro.
"Utilizamos o recesso, utilizamos os sábados e avançamos naquela semana do Natal e do Ano Novo. Ali, nós concluímos toda a carga horária letiva", explica Davi de Miranda.
Para a aluna Mayara Luiza, de 17 anos, não rem problema. Ela quer é retomar os estudos porque esses dias sem aula, às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fizeram falta. "Fez falta para tirar as dúvidas com os professores"
Já o estudantes Lucca Tharik, de 17 anos, não fez a prova do Enem. Ele foi um dos mais de 43 mil estudantes paranaenses que tiveram a prova adiada para o primeiro fim de semana de dezembro por conta das ocupações.
Agora, ele quer aproveitar ao máximo o tempo em sala de aula até o dia do exame. "Vou tentar correr atrás e estudar tudo o que não tive".
Ocupações
Desde 3 de outubro, o Paraná vivencia o movimento de ocupação das escolas estaduais contra à apresentação da medida provisória que promove mudanças no Ensino Médio.Por conta disso, o Ministério da Educação (MEC) precisou adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para alguns estudantes. Por conta das ocupações, vestibulares também precisaram ser adiados.
Um dos colégios de Curitiba sendo desocupado nesta segunda-feira (Foto: Amanda Menezes/RPC)Um dos colégios de Curitiba sendo desocupado nesta segunda-feira (Foto: Amanda Menezes/RPC)FONTE:http://g1.globo.com/pr/parana/educacao/noticia/2016/11/com-escolas-desocupadas-alunos-voltam-salas-de-aulas-no-parana.html

Richa lamenta morte de estudante e critica ocupações


O governador Beto Richa se manifestou por meio do Facebook, na tarde desta segunda-feira (24/10), sobre a morte do estudante em uma escola ocupada em Curitiba. Richa lamentou o ocorrido e criticou as ocupações no Paraná.
Em sua página na rede social, ele afirmou que se trata de uma “tragédia chocante, que merece uma profunda reflexão de toda a sociedade” e prestou condolência à família do jovem.
O governador também voltou a criticar as ocupações das escolas do estado. “É ainda mais gravíssimo e lamentável, porque [a morte] aconteceu no interior de uma escola ocupada [...] Peço ainda, mais uma vez, que os estudantes encerrem esse movimento”. “A ocupação de escolas no Paraná ultrapassou os limites do bom senso e não encontra amparo na razão, pois o diálogo sobre a reforma do ensino médio está aberto, como bem sabem todos os envolvidos nessa questão”, disse na postagem.

Confira a nota de Richa na íntegra:

“A morte do estudante de 16 anos, é uma tragédia chocante, que merece uma profunda reflexão de toda a sociedade. É ainda mais gravíssimo e lamentável, porque aconteceu no interior de uma escola ocupada, que deveria estar cumprindo a sua missão de irradiar a luz do conhecimento e a formação da cidadania.
Externo à família desse estudante a minha solidariedade neste momento tão doloroso. E renovo o meu apelo para que os pais redobrem o cuidado com seus filhos. Peço ainda, mais uma vez, que os estudantes encerrem esse movimento.
A ocupação de escolas no Paraná ultrapassou os limites do bom senso e não encontra amparo na razão, pois o diálogo sobre a reforma do ensino médio está aberto, como bem sabem todos os envolvidos nessa questão. Que não se aleguem quaisquer justificativas para a continuidade desse movimento que vem causando prejuízos à educação do Paraná.
É hora de responsabilidade e consciência sobre os direitos e deveres de estudantes, professores, famílias, autoridades e sociedade.”
*O nome foi ocultado para preservar a identidade do adolescente.

APP-Sindicato pede que movimento das ocupações não seja criminalizado

A diretoria da APP-Sindicato, entidade que representa os professores do Paraná, divulgou nota lamentando a morte do estudante. A nota pede que o movimento das ocupações de escolas públicas do estado não seja criminalizado e ainda que o assassinato não seja vinculado ao sindicato. “Assim como a sociedade paranaense, esperamos a apuração do caso pelos órgãos competentes”, disse a APP.
/ra/pequena/Pub/GP/p4/2016/10/24/VidaCidadania/Imagens/Cortadas/lineu-betoricha (63)-kfmF-U2010608006835aF-1024x683@GP-Web.JPG
Lineu Filho/Gazeta do Povo/Arquivo

Confira a nota da APP-Sindicato na íntegra:

“A APP-Sindicato, que representa os trabalhadores em educação das escolas públicas do Paraná, se solidariza à família e ao movimento dos estudantes pela morte de um adolescente na tarde desta segunda-feira (24) no Colégio Santa Felicidade, em Curitiba.
Infelizmente neste momento triste, surgem tentativas de criminalização do movimento legítimo dos estudantes e vinculação do sindicato ao episódio. A APP-Sindicato repudia tais ações. Assim como a sociedade paranaense, esperamos a apuração do caso pelos órgãos competentes.
Segundo informações do movimento Ocupa Paraná, “não há nenhuma informação concreta sobre a motivação dessa morte e também nenhuma informação repassada aos mais de 10 advogados do movimento que estão proibidos de entrar no local para dar suporte aos outros estudantes da ocupação que estão lá dentro com a polícia civil”.”