sexta-feira, 15 de abril de 2016

Ética e moral: Qual é a diferença?

Ética e moral: Qual é a diferença?

Isso é certo ou errado? Bom ou ruim? Devo ou não devo? Provavelmente você já deve ter feito alguma dessas perguntas na hora de tomar uma decisão ou fazer uma escolha. Essas perguntas permeiam a reflexão sobre dois termos: ética e moral.
É muito comum esses termos serem confundidos como se significassem a mesma coisa. Embora estejam relacionados entre si, moral e ética são conceitos distintos.
A palavra “ética” vem do grego ethos. Em sua etimologia, ethos significa literalmente morada, habitat, refúgio. O lugar onde as pessoas habitam. Mas para os filósofos, a palavra se refere a “caráter”, “índole”, “natureza”.
Sócrates coloca o autoconhecimento como a melhor forma de viver com sabedoria. E seguindo a máxima de Aristóteles em “Ética a Nicômaco” e em seu pensamento moral de forma geral, “somos o resultado de nossas escolhas”. Aristóteles acreditava que a ética caracteriza-se pela finalidade e pelo objetivo a ser atingido, isto é, que se possa viver bem, ter uma vida boa, com e para os outros, com instituições justas. Já Platão entende que a justiça é a principal virtude a ser seguida.
Neste sentido, a ética é um tipo de postura e se refere a um modo de ser, à natureza da ação humana, ou seja, como lidar diante das situações da vida e ao modo como convivemos e estabelecemos relações uns com os outros. É uma postura pessoal que pressupõe uma liberdade de escolha.
O que estamos fazendo uns com os outros? Quais são as nossas responsabilidades pessoais diante do outro? Uma postura ou conduta ética pode ser a realização de um tipo de comportamento mediado por princípios e valores morais.
A palavra “moral” deriva do latim mores, que significa “costume”. Aquilo que se consolidou ou se cristalizou como sendo verdadeiro do ponto de vista da ação. A moral é fruto do padrão cultural vigente e incorpora as regras eleitas como necessárias ao convívio entre os membros dessa sociedade. Regras estas determinadas pela própria sociedade.
Na época medieval, por exemplo, a moral era muito atrelada a crenças religiosas. A sociedade buscava na religião um meio para orientar o homem a agir de acordo com valores éticos. Após a Idade Moderna, o Estado passou a estimular regras e valores éticos, por meio de leis e o reconhecimento dos deveres de um sujeito em responder pelas consequências de seus atos.
E o que seria um comportamento moral ou imoral? Assim como a reflexão ética, uma conduta moral também é uma escolha a ser feita. As normas ou códigos morais são cumpridos a partir da convicção íntima da pessoa que se comporta. Uma pessoa moral age de acordo com os costumes e valores de uma determinada sociedade. Ou seja, quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral.
Uma pessoa moral ou imoral não é necessariamente aquela que segue as leis ou regras jurídicas. Comportamentos como furar fila no banco, jogar lixo no chão, colar na prova, falar mal de um colega na frente do outro ou não dar espaço para os mais velhos no metrô não são considerados ilegais, mas podem ser atos imorais.
A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete e questiona sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, como ultrapassadas ou simplesmente erradas do ponto de vista pessoal.
Os filósofos antigos (gregos e romanos) consideravam a vida ética transcorrendo como um embate contínuo entre nossos apetites e desejos – as paixões – e nossa razão. Eles estabeleceram três aspectos principais para a ética: o racionalismo (a vida virtuosa é agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o deseja e guia nossa vontade até ele); o naturalismo (a vida virtuosa é agir em conformidade com a Natureza - o cosmos - e com nossa natureza – ethos -, que é uma arte do todo natural); e a inseparabilidade entre ética e política, ou seja, entre a conduta do indivíduo e os valores da sociedade.
Um exemplo. Como lidar com uma pessoa que roubou um remédio para salvar uma vida? Seu comportamento é imoral, ela quebrou a regra de uma sociedade. Mas será que seria justificado eticamente?
A moral é constituída pelos valores previamente estabelecidos e comportamentos socialmente aceitos e passíveis de serem questionados pela ética, em busca de uma condição mais justa. É possível uma ação moral ou imoral sem qualquer reflexão ética, assim como é possível uma reflexão ética acompanhada de uma ação imoral ou amoral.
Basicamente, quando se trata de moral, o que é certo e errado depende do lugar onde se está. A ética é o questionamento da moral, ela trata de princípios e não de mandamentos. Supõe que o homem deva ser justo. Porém, como ser justo? Ou como agir de forma a garantir o bem de todos? Não há resposta predefinida. Mas há sempre uma resposta a ser pensada.
Ninguém nasce com ética ou com moral. São construções culturais e simbólicas. As pessoas podem aprender ética na família, na escola, na rua, no trabalho. Esses conceitos são adquiridos ao longo da experiência humana, seja pela cultura, pelas regras jurídicas, pela educação ou por reflexões pessoais.
Quando uma empresa diz que possui um “código de ética”, na verdade o que se está presente no texto são códigos ou regras de moral que buscam criar uma cultura ética. A moral é convenção e a ética, reflexão.
O aprendizado da ética seria o aprendizado da convivência. Aprender a conviver juntos é um dos maiores desafios no século 21. A ética pode ser uma bússola para orientar o pensamento e responder a seguinte pergunta: qual sociedade eu ajudo a formar com a minha ação?

BIBLIOGRAFIA
O Que é Ética, Coleção Primeiros Passos (Editora Brasiliense)
Filosofia prática: Ética, vida cotidiana, vida virtual, de Marcia Tiburi (Record)
Ética e Moral, Paul Ricoeur
Convite à filosofia, Marilena Chauí (Ática)
Ética a Nicômaco, Aristóteles
Por Carolina Cunha, da Novelo Comunicação 

Olimpíada Brasileira de Matemática abre inscrições

Estão abertas as inscrições para a 38ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), que busca encontrar talentos e contribuir para a melhoria do ensino da disciplina no País, além de selecionar estudantes para representar o Brasil em competições internacionais.

                                        Competição é aberta a estudantes do ensino fundamental, do ensino médio e também da graduação
Competição é aberta a estudantes do ensino fundamental, do ensino médio e também da graduação

As escolas das redes pública e privada podem inscrever seus alunos e indicar o coordenador até o dia 31 de maio, pelo site da competição. A competição é aberta a estudantes do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, divididos em três níveis. Os estudantes de graduação também podem participar, e, para esse grupo, a inscrição vai até o dia 2 de setembro.
A olimpíada tem três fases: a primeira etapa será no dia 17 de junho; a segunda, em 16 de setembro; e a terceira, nos dias 22 e 23 de outubro. Para o nível universitário são duas fases, aplicadas nos mesmos dias da segunda e terceira etapas.
O coordenador-geral da OBM, Carlos Gustavo Moreira, disse que a competição é bem diferente da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que chega a ter 18 milhões de participantes. Além de ser menor, com cerca de 600 mil alunos, a OBM é mais antiga – foi criada em 1979 – é aberta à participação de qualquer escola e, por selecionar estudantes para as competições internacionais, têm provas mais difíceis na última fase.
Para Moreira, a OBM tem cumprido o papel de estimular a curiosidade científica nos jovens, como ocorreu com o matemático Artur Ávila, primeiro brasileiro vencedor da Medalha Fields, considerada o Prêmio Nobel da matemática.
“Artur Ávila foi premiado na OBM desde muito jovem, foi para a olimpíada do Cone Sul, ganhou medalha de ouro, depois na ibero-americana e na internacional, na qual ganhou medalha de ouro em 1995. Certamente, as olimpíadas tiveram um papel importante para estimular Artur a seguir carreira científica na área de matemática, e isso é verdade para vários dos jovens matemáticos brasileiros em atividade.”
Ensino criativo
A competição também tem entre seus objetivos estimular formas mais criativas de ensinar Matemática, segundo o coordenador. “A Matemática em geral poderia ser ensinada de um jeito muito mais estimulante para muita gente. As olimpíadas podem ter esse papel também de levar a Matemática interessante, divertida e criativa, mostrar que os alunos podem descobrir e fazer matemática por conta própria desde muito cedo.”
No site da OBM há materiais gratuitos para estudo, como videoaulas e provas anteriores. Pelo site, os estudantes também podem participar do programa Polos Olímpicos de Treinamento Intensivo (Poti).
A premiação dos medalhistas será feita na 20ª Semana Olímpica, em janeiro de 2017, quando também começa o processo de seleção de estudantes para as competições internacionais de matemática, como a Romanian Master in Mathematics e a olimpíada de matemática do Cone Sul, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Ibero-americana, Internacional, Ibero-Americana Interuniversitária, e a Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários.
A OBM é uma iniciativa conjunta do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), com apoio dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil
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Semana contra o Aedes contou com 75% das escolas do País

Cerca de 75% das escolas brasileiras participaram da Semana de Mobilização da Família e Comunidade na Escola pelo combate ao Aedes aegypti e o zika, realizada de 4 a 9 de abril. Palestras, gincanas, teatro e a elaboração de cartazes e folders foram algumas das diversas atividades lúdico-pedagógicas realizadas nas escolas públicas e privadas do País para sensibilizar a população.

 Entre os dias 4 e 9 de abril, estudantes participaram de palestras, gincanas, teatro e a elaboração de cartazes
Entre os dias 4 e 9 de abril, estudantes participaram de palestras, 
gincanas, teatro e a elaboração de cartazes.

De acordo com o secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Paulo Gabriel Nacif, a semana foi extremamente proveitosa, e os brasileiros saem fortalecidos na luta contra o Aedes aegypti e suas consequências. “A semana demonstra um Brasil vivo, forte e pronto para enfrentar o Aedes aegypti e qualquer outro desafio”, afirmou Nacif.
Dos 5.570 municípios brasileiros, 223 foram considerados prioritários pelo Ministério da Saúde. Desse total, 192 municípios foram monitorados durante a semana de mobilização. O MEC, por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), teve a oportunidade de visitar 20 deles nas diferentes regiões do País. No município de Ibitinga, no Estado de São Paulo, cerca de 29 escolas públicas e privadas participaram das atividades, e em torno de 11 mil alunos, docentes e funcionários estiveram envolvidos na mobilização.
Para a secretária municipal de educação, Branca Vergança, foi emocionante ver a disposição e a vontade de ajudar dos alunos, professores e seus familiares. “As crianças dão um show de entusiasmo e cooperação. São eles que levam os recados para família. Acredito que a educação é o único meio para acharmos soluções para os problemas”, destaca.
Além do MEC, a mobilização contou com a parceria do Ministério da Saúde, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consede), Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), entre outros.
Concurso
Ainda promovendo o combate ao mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, o Ministério da Educação lançou o concurso de vídeo Pesquisar e conhecer para combater o Aedes aegypti. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas entre 18 e 31 de maio.
Dividido em etapas regional e nacional, o edital do concurso limita a inscrição a apenas um vídeo por escola nas diferentes categorias. Produzidos por três amigos e um professor, os filmes inscritos podem ter no máximo 90 segundos de duração. As imagens devem ser captadas por aparelhos de telefone celular ou câmeras digitais domésticas, com boa qualidade de imagem e som.
Mais informações no Edital da Secadi nº 1/2016, publicado no Diário Oficial da União de quarta-feira (6). As inscrições serão feitas exclusivamente na página do MEC sobre o zika vírus.

FONTE:http://www.brasil.gov.br/educacao/2016/04/semana-contra-o-aedes-contou-com-75-das-escolas-do-pais