segunda-feira, 25 de março de 2013

DIRETORA É ESPANCADA POR ALUNO DE 15 ANOS

Agressão ocorreu dentro de escola pública na Zona Norte. Vítima está em choque e com hematomas no rosto. O caso foi parar na polícia. Estudante nega.

Rio - A diretora da Escola Municipal João Kopke, em Piedade, Leila Soares, foi espancada por um aluno de 15 anos após adverti-lo no corredor da unidade. O episódio ocorreu na última sexta-feira, por volta das 10h30. A vítima foi empurrada contra a parede, imobilizada pelo estudante e levou vários socos no rosto. Ela está com hematomas na gengiva e com a audição prejudicada. O caso foi registrado na 24ª DP (Piedade) e o estudante foi expulso da escola.


Episódio foi sexta-feira na Escola Municipal João Kopke, em Piedade | Foto: João Laet / Agência O Dia
Episódio foi sexta-feira na Escola Municipal João Kopke, em Piedade | Foto: João Laet / Agência O Dia

 
“A gente encheu meio balde de papel com sangue que saía do nariz dela. Para o garoto, foi como se nada tivesse acontecido. Depois que agrediu, ele foi para o pátio e ficou rindo”, contou uma professora.
A confusão começou quando Leila foi até um dos pavilhões verificar se havia um casal de namorados se beijando. Ao chegar lá, ela se deparou com o estudante de 15 anos brincando de luta com um colega. A diretora mandou que eles parassem. No entanto, quando estava indo embora, acabou empurrada pelo adolescente, que continuava trocando golpes.
A diretora, então, os repreendeu. O jovem não gostou e a empurrou, só que, desta vez, de propósito. Leila avisou que iria ligar para a casa dos pais dele e chamar a ronda escolar. O aluno a seguiu até a secretaria e a empurrou de novo, sendo segurado por um professor. Solto, ele foi atrás da diretora na sala dela, onde Leila iria fazer as ligações, e a segurou, dando vários socos.

‘Muito triste e inaceitável’

A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, classificou o episódio na João Kopke como “muito triste e inaceitável”. Segundo ela, a orientação foi para fazer um boletim de ocorrência. Além disso, foi instaurado um procedimento administrativo para apurar o que aconteceu.
O jovem, que estuda num projeto para alunos com defasagem idade-série, foi expulso da escola, mas não pode ser excluído da rede de ensino: irá para outra unidade. Na delegacia, ele teria dito que foi empurrado. Leila Soares está em choque. Aos amigos, ela escreveu: “O agressor sai de cabeça erguida, olhando para trás e rindo. Não só do agredido, mas de cada um de nós. Ri daquele que foi empurrado, xingado, ameaçado, socado.”

FONTE:http://riodejaneiro.ig.com.br/?url_layer=http://odia.ig.com.br/portal/rio/diretora-%C3%A9-espancada-por-aluno-de-15-anos-1.564502

sexta-feira, 22 de março de 2013

“Todos podem fazer coisas grandiosas”, diz escritor que morava na favela

Filho de ex-drogado, Eduardo Lyra, 25 anos, escreveu livro sobre brasileiros pobres como ele que, com muita teimosia, deram certo. Eleito jornalista-revelação pelo Itaú Cultural, ele faz palestras motivacionais em empresas e escolas e busca novos “falcões”



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Eduardo Lyra acredita que, não importa a origem, todos são
capazes de mudar sua vida e o mundo
 

Um jovem que mora em uma favela violenta, dominada pelo tráfico de drogas, filho de um dependente químico, tem todas as chances do mundo de se tornar vitorioso, desde que seja muito persistente. O que pode parecer um contrassenso é o que prega o jornalista e escritor paulista Eduardo Lyra, 25 anos, criado na periferia de São Paulo.
Quando nasceu, um amigo deu à mãe um balde, tipo uma bacia, como pedido por ela. Serviria como berço para Eduardo por nove meses. Seu pai, Márcio Luiz, foi dependente de cocaína, seu tio morreu numa briga de bar, e o primo-irmão foi assassinado em uma boca-de-fumo em Guarulhos (SP) com a arma que acabara de trocar por drogas.
No senso comum, ele tinha tudo para dar errado. Mas Eduardo contradisse essa lógica e hoje faz sucesso, dando palestras motivacionais para executivos, escolas e eventos internacionais, como o Global Entrepreneuship Congress (GEC), de empreendedorismo, esta semana, no Rio.
“Ninguém escolhe onde vai nascer. O que menos importa é de onde você vem, mas para onde vai. Você pode decidir para onde vai, só precisa de iniciativa e persistência para dar certo. Todos podem fazer coisas grandiosas. É uma decisão de cada um”, diz Eduardo, que ainda mora com os pais, em Poá, no extremo leste de São Paulo.

Agressões respondidas em forma de declaração de amor

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Eduardo lançou projeto "Gerando Falcões", em
que fala a jovens em escolas

“Viver numa favela é uma agressão diária. Quem vem de lá tem um monte de traumas, uma carga pesada: é criança violentada, agredida pelos pais... Ou se dá uma resposta ressentida à exclusão social ou transforma essa agressão em uma declaração de amor pela juventude. Hoje, faço isso de forma consciente. Esperavam que fosse bandido, sou o que não imaginavam que eu pudesse ser”, afirmou ele, escolhido Fórum Econômico Social de Davos um “global shaper”, jovem com potencial para “transformar o mundo”.
Ele pede aos jovens que façam a diferença impactando pessoas e o mundo com suas ideias, em vez de ganhar US$ 1 milhão antes dos 30 anos, meta dos anos 80. "Está abrindo uma nova modalidade de jovem, com um novo perfil: É o jovem que não quer ganhar R$ 1 milhão antes dos 30, é o que quer impactar, com seus produtos, ideias e inovações, um milhão de pessoas antes dos 30 anos", disse, em palestra.
Eduardo é uma simpatia e exala carisma, com sua fala rápida e paulistana. Abraça, como se fossem amigos de anos, o recém-conhecido e os fãs, que se aproximam em grupos, após a palestra no Global Entrepreneuship Congress, interrompida por aplausos e risos, a cada dois minutos. “Você é muito inspirador!”, é o que mais se ouvia de jovens bem-nascidos, no congresso de empreendedorismo, quarta-feira (20). Quando as palmas não vinham, ele mesmo pedia e as ganhava, imediatamente. “Vocês não vão bater palmas?” Mas jura que a bajulação e o reconhecimento não lhe “roubam a humildade”.

“Seu professor é um burro, um jumento, idiota”

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Eduardo Lyra vendeu 5 mil livros porta a porta

Depois de romper as barreiras iniciais e chegar ao “sonho” da faculdade, foi desencorajado por um professor de jornalismo, que o orientou a abandonar a carreira no primeiro texto, por escrever “muito mal”. Humilhado, encontrou no amor e na veemência da mãe o estímulo para seguir adiante. “Seu professor é um burro, um jumento, idiota, não sabe o que está falando!”, respondeu Maria Gorete, hoje com 43 anos.
Ele insistiu e hoje prega a persistência nos sonhos como a chave para qualquer um dar certo. Sugere que as pessoas se perguntem não se “vai dar certo?”, mas se “vale a pena?”. “Se tiver entusiasmo, brilho nos olhos, paixão, emoção, você consegue! É preciso ter muita teimosia, porque vai aparecer muita gente para dizer ‘não’ a você”, afirma.
No fim da faculdade, o encontro com uma das jornalistas mais premiadas do Brasil, Eliane Brum, mudou sua vida. “Se ela dizia que eu podia mudar o mundo, quem vai dizer que não? Transformei toda a agressão que vivi em amor e empreendedorismo, para inspirar os jovens.”
Partiu para escrever um livro com as histórias de 14 jovens brasileiros de origem pobre que deram muito certo na vida, como empreendedores. Para bancar suas viagens para as entrevistas, vendeu tênis All-Star, calças jeans e o que mais aparecesse. Encontrou gente como Alessandra Freire, que batizou como “banqueira da esperança”. “Ela dizia assim para o cara da favela: ‘O que você quer fazer? Um salão de cabeleireiro? Eu acredito em você!’. Ouvia como resposta: ‘Mas o meu irmão está na cadeia...’ E dizia: Não importa quem é seu irmão, sua mãe, seu pai. Meu banco acredita em você!’”, contou.
 
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Eduardo Lyra escreveu livro "Jovens Falcões"
para inspirar jovens brasileiros
 
Publicou com recursos próprios “Jovens Falcões – O Espírito Transformador da Juventude Brasileira”. Foi escolhido o jornalista-revelação pelo Itaú Cultural. Depois de vender de porta em porta os primeiros 5 mil exemplares, o livro foi lançado pela editora Novo Século, com prefácio de Marcelo Tas e contracapa do publicitário Washington Olivetto.
Criou o projeto “Gerando Falcões”, em que faz palestras gratuitas na rede pública de São Paulo, buscando inspirar os jovens a reproduzir seu sucesso. “Vou às escolas levando inspiração. Todo mundo pode! Quem nasceu na favela também pode. Só depende do cara! Alcancei 25 mil jovens em 2012.”
Ganha dinheiro com palestras em empresas e com a venda do livro. Diz que já teve inúmeros convites para estudar fora do Brasil, mas não quer sair do País. “Passo a bola. Quero aproveitar o melhor momento que estou vivendo.”
Terminou a grade de matérias, porém não pegou o diploma da faculdade de jornalismo – que já não é obrigatório para a profissão. E até se regozija de se sentir mais à vontade de falar aos meninos e meninas da periferia como um deles, sem diploma, embora já transite livremente nos dois mundos. Dá de ombros. “Para contar histórias e inspirar pessoas não se precisa de diploma.”
 

Estudo mostra que 44% das escolas do País não têm TV ou computador

Maioria dos colégios possui apenas condições elementares de funcionamento. Pior situação é das escolas municipais. No lado oposto, apenas 0,6% tem infraestrutura avançada

Grande parte das escolas brasileiras possui apenas condições mínimas de funcionamento e não oferece sequer televisores ou computadores a professores e alunos. O resultado faz parte de um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Com base nos dados disponíveis no Censo Escolar 2011 sobre estrutura e equipamentos dos colégios, pesquisadores criaram uma escala de avaliação da infraestrutura escolar das redes pública e privada do País. Os resultados revelam que 44% das 194.932 escolas analisadas possuem apenas condições elementares de funcionamento.
Segundo os parâmetros propostos pelos pesquisadores, isso significa que 86.739 colégios oferecem apenas água, sanitários, cozinha, energia elétrica e esgoto aos funcionários e alunos que os frequentam. Não há salas para diretores, TV, DVD, computadores ou impressoras nesses ambientes.

Robson Mendes
Maioria dos colégios no País possui apenas
condições elementares de funcionamento

Aliás, essas características já colocariam essas escolas em outra categoria do estudo: a de quem possui uma infraestrutura básica. Nesse caso, encontram-se outras 78.047 escolas brasileiras (40%). Apenas 14,9% das unidades escolares do País (29.026) oferecem um ambiente considerado adequado para o ensino e a aprendizagem.
No estudo, a categoria adequada foi dada a quem oferece também sala de professores, biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, parque infantil, acesso à internet. Em condições “avançadas”, estão somente 0,6% das escolas. São 1.120 unidades que possuem a mais laboratório de ciências e ambientes para atender alunos com necessidades especiais.

Desigualdades
Os dados também revelam grande desigualdade nas condições das escolas. A primeira é geográfica. Das 24.079 escolas da região Norte, 71% (17.090) têm infraestrutura elementar. No Nordeste, a proporção é de 65,1% (49.338) do total. Nas outras regiões, o nível básico é o que possui os maiores percentuais: 51,7% no Centro-Oeste, 57% no Sudeste e 49,8% no Sul.
O outro lado da desigualdade aparece entre as diferentes redes de ensino. A pior situação da infraestrutura escolar está na rede municipal. Das 124.614 escolas municipais avaliadas, 61,8% têm infraestrutura elementar; 31,6% básica; 6,4% adequada e só 0,2% avançada. Entre as estaduais, a maior parte está na categoria básica (51,3% de 32.316) e 33,3% na adequada.
A rede privada oferece condições piores que as duas redes. De seus 37.551 colégios, 13,9% oferecem condições elementares; 58,4% condições básicas; 26,8% adequada e somente 0,9% avançada. A melhor situação é das escolas federais, mas poucas têm estrutura avançada (4,4%). A maior parte (58,1%) é considerada adequada e apenas 5,1% é elementar.
Para os responsáveis pela pesquisa – Joaquim José Soares Neto, Girlene Ribeiro de Jesus e Camila Akemi Karino (todos da UnB) e Dalton Francisco de Andrade, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) –, os resultados demonstram que “é preciso avançar para garantir aos estudantes um ambiente escolar com infraestrutura adequada a educação de qualidade”.
“O que mais me chamou a atenção foi a enorme diferença entre as escolas, especialmente entre as urbanas e rurais. Tomamos muito cuidado para não valorizar demais uma categoria ou outra e causar distorções, mas a situação é muito diferente”, afirma Soares Neto. Quase todas as escolas rurais são elementares (85,2%). Nas urbanas, o número cai para 18,3%.

Infraestrutura das escolas brasileiras

As escolas federais são as que oferecem a melhor estrutura de ensino e aprendizagem aos alunos. A pior situação é das municipais (em %).

Escala para avaliação
Os pesquisadores criaram uma escala de avaliação a partir da Teoria de Resposta ao Item (TRI), mesma metodologia estatística em que se baseia o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com isso, será possível avaliar a evolução da infraestrutura ano a ano e também conseguir medir o impacto dessas diferentes estruturas no aprendizado do aluno.
“Esse ainda é um tema pouco pesquisado no mundo. Passamos boa parte do tempo testando para ver se a TRI poderia ser usada para fazer avaliação e ficamos satisfeitos com o resultado”, diz Soares Neto. Ele conta que, de todas as informações disponíveis no Censo Escolar, algumas tiveram de ser desconsideradas para criar a escala.
Ao todo, 22 itens foram analisados: abastecimento de água, energia elétrica, esgoto sanitário, sala de diretoria, sala de professor, laboratório de informática, laboratório de ciências, sala de atendimento especial, quadra de esportes, cozinha, biblioteca, parque infantil, sanitário (inclusive para educação infantil e deficientes físicos), dependências para deficientes físicos, TV, DVD, copiadora, computadores, impressora e internet.
A partir deles, as quatro categorias (elementar, básica, adequada e avançada) foram criadas. Os itens mais raros nos colégios são os ambientes específicos para atendimento especial, laboratório de ciências, quadra esportiva e biblioteca. “A escala é objetiva e nos mostra que estamos distantes da equidade e da garantia de um padrão mínimo de qualidade”, diz Neto.
Ao todo, 194.932 escolas foram analisadas. No Censo, havia dados sobre 263.833, mas as que estavam com atividades paralisadas ou inativas e as que não haviam preenchido corretamente o censo foram excluídas da amostra.
    FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-03-22/estudo-mostra-que-44-das-escolas-do-pais-nao-tem-tv-ou-computador.html

    quinta-feira, 14 de março de 2013

    EDUCAÇÃO DO PAÍS TEM MELHORA "ESPETACULAR"

    Brasil mantém 85ª posição no ranking do IDH da ONU
    Apesar da estagnação no ranking, ONU afirma que País mudou padrão histórico em muito pouco tempo
    O Brasil manteve o 85º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano preparado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, posto apresentado desde 2007. O índice obtido foi de 0,730, em uma escala que vai de 0 a 1. Com essa nota, o País permanece no grupo de Desenvolvimento Humano Alto.

    Apesar da estagnação refletida no ranking, integrantes do PNUD capricharam nos elogios feitos ao desempenho do País nas últimas décadas. "O País mudou o padrão histórico em muito pouco tempo e é reconhecido por isso", afirmou o coordenador residente do sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek.

    O IDH é calculado com base em indicadores de renda, educação e longevidade, ou seja, saúde. Os dados revisados para 2011 atribuem ao Brasil o índice 0,728. A Noruega, primeira colocada no ranking, chegou a 0,955.

    O PNUD reconheceu que utiliza em seu trabalho dados menos atualizados que os do governo brasileiro - motivo de críticas oficiais no passado. Se os dados mais recentes tivessem sido utilizados, o IDH seria mais alto: 0,754.

    O Brasil aparece 137 vezes nos textos, gráficos e tabelas do relatório - um recorde desde a primeira avaliação do PNUD, feita em 1990. Uma das razões desse destaque é o próprio enfoque do trabalho, centrado no crescimento econômico dos países em desenvolvimento e nas consequências sociais do fenômeno. O título do relatório é "A ascensão do Sul - progresso humano em um mundo diverso".

    Entre 1990 e 2012, praticamente todos os países tiveram melhoras em seu IDH. Mas o Brasil aparece em um grupo de 40 nações que, no período, apresentaram desempenho "significativamente superior" ao previsto, dada sua condição em 1990. Na mesma categoria estão China, Índia, Coreia do Sul, Turquia e México, entre outros.

    Para os autores do relatório, o que explica a performance superior de alguns países nas últimas duas décadas são fatores como "Estado desenvolvimentista proativo, aproveitamento dos mercados mundiais e inovações em políticas sociais".

    Educação e saúde
    O desempenho na área social foi o principal impulsionador dos avanços do Brasil: o País teve melhoras mais significativas na educação e na saúde que na renda média de sua população.

    De 1990 a 2012, entre os 15 países que mais reduziram seu "déficit de IDH" (distância em relação à pontuação máxima), estão Brasil, Argélia e México, "apesar de sua renda per capita ter crescido, em média, apenas entre 1% e 2% ao ano".

    O desempenho econômico não tão forte desses países foi compensado, de acordo com o relatório, pela "primazia nos investimentos estatais (...) em saúde, educação e nutrição".

    No caso da educação no Brasil, os pesquisadores detectaram uma melhora "espetacular". Citaram o fato de o País ter apresentado, entre 2000 e 2009, o terceiro maior "salto" de pontuação em matemática nos testes do Pisa, programa internacional de avaliação do desempenho de estudantes. Como deflagrador desse avanço, o relatório cita a criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), em 1996, que estabeleceu um piso nacional de gastos por aluno e ampliou os investimentos em ensino nas regiões mais pobres do País.

    O Brasil também ganhou elogios por ter reduzido a desigualdade entre seus cidadãos, graças "à criação de um programa de redução da pobreza, à extensão da educação e ao aumento do salário mínimo".

    O relatório destaca o fato de o Bolsa Família - "versão otimizada do Bolsa Escola", programa criado em 2001 - ter alcançado mais de 97% de sua população-alvo em 2009. Como resultado, além da redução da pobreza, observou-se um fenômeno de "empoderamento das mulheres", já que elas têm prioridade no recebimento dos cartões magnéticos para a retirada do benefício.

      quarta-feira, 13 de março de 2013

      Como ganhar uma discussão

      Conduza o raciocínio antes de dar opinião, não confronte o oponente de maneira direta e nem pense em devolver acusações: descubra dez passos para argumentar bem


      Getty Images
      "Derrubar" o ponto de vista do outro não é o
      objetivo do bom argumentador"

      A maioria das pessoas acredita que argumentar é “vencer” o outro, colocando por terra suas ideias e opiniões. Mas este é um grande engano.
      Segundo o professor de linguística Antônio Suárez Abreu, autor do livro “A Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e Emoção” (Ateliê Editorial, 2008), saber argumentar é, em primeiro lugar, aprender a integrar-se ao universo do outro. “É preciso fazer com que o outro tenha condições de ver o objeto da disputa de um ponto de vista diferente daquele a que está acostumado e, ao final, tenha o desejo mudá-lo, concordando com quem argumenta”, explica.
      Portanto, em uma discussão, está terminantemente proibido querer impor o seu ponto de vista a qualquer custo. Aquele que logo de cara diz “eu não concordo com você” provavelmente não vai conseguir convencer ninguém. Sendo assim, mostrar consideração pelo que o outro pensa ou sente é o melhor caminho. “Quando nosso interlocutor acredita que pensamos de maneira igual, fica mais fácil ele concordar com as teses que estamos defendendo”, afirma Ana Lúcia Tinoco Cabral, pesquisadora da área de linguística e autora do livro “A Força das Palavras – Dizer e Argumentar” (Editora Contexto, 2010).

      1. Não bata de frente

      Em primeiro lugar, é importante aprender a ouvir, para detectar o que o outro pensa sobre um determinado assunto. “Ninguém consegue convencer o outro batendo de frente com seus valores ou modelos mentais. É sempre importante, antes de propor um argumento, conseguir abrir uma brecha nesses modelos”, ensina o professor Antônio Suárez Abreu.

      2. Foque no que o outro tem a ganhar

      Depois que você ouviu atentamente a exposição do outro, coloque o foco da sua fala no que o interlocutor tem a ganhar, e não naquilo que é objeto imediato do seu desejo. Foi assim que o analista de logística Rafael Dalecio Luiz conseguiu uma vaga em uma multinacional automobilística para a qual prestava serviço. “Eu era de uma empresa terceirizada e tinha sido transferido de São Paulo para Curitiba há um ano. Quando vi que havia vagas no cliente, percebi que era uma chance de voltar. Então, resolvi me oferecer ao cargo”, diz.
      Mas quando procurou o responsável pelo processo seletivo, Rafael embasou os argumentos naquilo que a companhia teria a ganhar com a sua contratação, em vez de simplesmente dizer que gostaria de retornar à cidade natal. “Mostrei que a empresa economizaria, pois não precisaria arcar com custos de transferência, e também apresentei os resultados da minha performance na área com números, que deixam a informação mais crível”, conta ele, que conseguiu a vaga.

      Alexandre Carvalho/ Fotoarena
      O analista Rafael Dalecio Luiz na empresa onde trabalha:
      ele conseguiu o emprego argumentando com foco na vantagem
      que traria para a firma

      3. Use os argumentos certos

      Para “vencer” uma discussão, também é preciso escolher os argumentos de maneira apropriada e conduzi-los de forma lógica. De acordo com o professor de oratória Reinaldo Polito, o mais adequado é embasar sua fala em exemplos, comparações, estatísticas, pesquisas, estudos técnicos e científicos, teses e testemunhos. Desta forma, é essencial manter-se sempre bem informado sobre o que acontece à sua volta. Quando necessário, vasculhe dados que possam ser úteis para um argumento consistente.

      4. Foque nas ideias principais

      Um erro bastante comum no processo de “convencer” o outro é usar muitos argumentos ao mesmo tempo. Isso pode confundir a pessoa e enfraquecer o poder de persuasão. Por isso, o melhor é eleger as ideias mais consistentes e focar apenas nelas. No entanto, evite ficar repetindo o mesmo discurso a todo momento, para que a alegação não perca a força.

      5. Não apresente sua opinião de cara

      Uma técnica que costuma funcionar bem é não apresentar a sua opinião logo de cara. O bom orador, aquele que argumenta de forma eficaz, conduz o raciocínio para depois apresentar a tese. Daí, se o outro concordou com o pensamento todo fica mais fácil, e até inevitável, aceitar a ideia.
      Nestes casos, uma boa dica é usar argumentos dedutivos, ou seja, aqueles que partem do geral para o particular. Por exemplo: Todos os habitantes da ilha são alfabetizados (informação de conhecimento geral). Alberto é um habitante da ilha. Logo, Alberto é alfabetizado (dado de caráter particular).

      Getty Images
      "Sobrepor" um ponto de vista é uma maneira
      eficiente de convencer seu interlocutor

      6. Mude a importância dos valores

      No livro “A Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e Emoção”, Antônio Suárez Abreu mostra a re-hierquização de valores como um bom método para argumentar. “Você não destrói um valor do outro, apenas põe um outro acima, em termos de hierarquia”, diz. Na verdade, é uma espécie de drible. Um exemplo disso é o que fez Monteiro Lobato em seus livros infantis. Em sua época, por volta de 1920, o “modelo do pai rigoroso” imperava. Em vez de combatê-lo, o autor colocou as crianças em férias no Sítio do Picapau Amarelo, um lugar em que o pai foi substituído por uma avó carinhosa, Dona Benta, que podia ensinar sem punir.

      7. Fuja da retorsão

      Nao abuse da chamada retorsão, o ato de mostrar que o interlocutor pratica ações contrárias às que defende. É o caso de alguém que, confrontado por chegar atrasado, diz algo como: “Mas, você, no mês passado, também chegou atrasado três vezes”. Este argumento é o mais usado nas chamadas DRs, as temidas “discussões de relacionamento”. E é por isso que um casal raramente chega a um consenso.

      8. Transmita credibilidade

      De acordo com o professor de oratória Reinaldo Polito, o melhor de todos os argumentos é a credibilidade do orador. Assim, a alegação só terá o efeito desejado se existir coerência entre o discurso e a atitude de quem fala. “Por melhores que sejam as palavras, se não encontrarem respaldo no comportamento do orador, não terão crédito e não serão suficientes para convencer”, diz.

      9. Fale com domínio e entusiasmo

      Outro ponto importante para passar credibilidade no argumento é ser natural, espontâneo e, principalmente, demonstrar conhecimento sobre o assunto que se expõe. Também é essencial transmitir emoção. “A força da argumentação também depende da maneira como ela é exposta. Se a pessoa falar sem motivação, sem energia, sua causa poderá parecer inconsistente”, analisa o professor Reinaldo Polito.

      10. Trate o outro com educação e gentileza

      Seja qual for o debate, é importante sempre tratar o outro com educação e gentileza. Sem isso, nada funciona. “Por favor”, “entendo seu ponto de vista” e “obrigado por expor tão claramente aquilo que pensa” são maneiras de se mostrar comprometido com a imagem do outro.

      FONTE:http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-03-13/como-ganhar-uma-discussao.html

      quarta-feira, 6 de março de 2013

      Escolas privadas são menos equipadas que públicas


      Dados do Censo Escolar quebram mito de que colégios particulares têm melhor infraestrutura e revelam desigualdade regional

      As informações recolhidas pelo Ministério da Educação junto às 153 mil escolas de educação básica do País quebram um mito: o de que pagar uma mensalidade é garantia de acesso à melhor infraestrutura escolar.

      Os dados do Censo Escolar 2011 mostram que a rede privada, proporcionalmente, está menos equipada com laboratórios de informática e internet, possui tão poucas quadras de esporte quanto a rede municipal e oferece o mesmo tanto de bibliotecas e laboratórios de ciências que a rede estadual.
      De cada 10 colégios particulares, seis possuem laboratório de informática. Comparando com as escolas municipais urbanas, o número sobre para sete. Na rede estadual, 89% dos colégios oferecem acesso a computadores e, na federal, 95% deles.
      No quesito internet, apesar dos números próximos, há menos colégios privados (84,5%) com acesso à banda larga do que públicos. Na rede federal, o acesso chega a 90,6% das escolas. Entre os colégios estaduais, 89,7% das escolas têm banda larga, e, na rede municipal, 86,1%.
      A análise foi feita pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Thiago Alves a partir dos microdados do Censo Escolar 2011, liberados há pouco mais de um mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
      “Os números dos itens de infraestrutura desmentem o mito de que a escola privada tem sempre melhor infraestrutura que as públicas. É preciso considerar que as escolas privadas com infraestrutura de primeira são exceção e destinadas a uma minoria que pode arcar com mensalidades altas”, pondera.
      Alves comenta que o item mais ausente na infraestrutura das escolas é laboratório de ciências. De cada cinco escolas urbanas, apenas uma oferece esse ambiente (22%). Nos colégios urbanos, a presença de laboratórios é comum a 67,7% da rede federal, a 34,7% da rede estadual, a 32,1% das escolas privadas e a apenas 6,9% das municipais.

      Foto: Marina Morena Costa Estudantes brincam
      em quadra coberta de escola estadual do interior de São Paulo
       
      Diferenças regionais

      A falta de infraestrutura adequada nas escolas privadas ocorre, principalmente, nos Estados do Norte e Nordeste. Nas duas regiões, cerca de 69% dos estabelecimentos de ensino oferecem acesso à internet de banda larga, enquanto nas públicas a oferta supera os 73% em todas as redes.
      Menos da metade das escolas privadas (43%) possui laboratórios de informática no Nordeste e, no Norte, está em 52%. Entre as públicas, a rede urbana municipal nordestina é que oferece a menor quantidade de computadores (56,6%). Laboratórios de ciências também estão em poucas escolas. Só existem em 17,9% das privadas nessas regiões e em menos de 4% das municipais.

      Cidade X campo

      Nas comparações dos números, Alves descarta as escolas rurais. Apesar de serem numerosas – 71,5 mil do total de 153 mil – poucas são privadas (354). Além disso, elas atendem menos estudantes e têm uma realidade muito específica para serem agrupadas nas análises gerais, segundo o pesquisador.
      “É preciso separar a análise da área rural da urbana. Essas escolas são pequenas, têm poucas salas de aula e, claro, sofrem com a falta de muitos equipamentos disponíveis nas estruturas urbanas. Por isso, é danoso incluí-las nas comparações”, afirma.
      Na opinião do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a preocupação com a infraestrutura das escolas não pode se esgotar apenas com a oferta dos insumos. “Não adianta apenas ter o insumo, é preciso usá-lo. O importante é discutir o projeto pedagógico da escola”, diz.

      FONTE:http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=818074997448437856#editor/target=post;postID=3763951127160718334

      Escola adapta aula de educação física para deficientes


      Alunos de escola da zona sul de São Paulo participam de todas as atividades na aula, mesmo com limitações físicas

      Atender às necessidades de todos os alunos e descobrir suas potencialidades são os grandes desafios do professor. “Eu não gosto de ver ninguém parado. Se vejo alguém desanimado já coloco para fazer alguma atividade e vou observando para perceber o que ele gosta de fazer para estimular”, diz a professora de educação física do Colégio Adventista de Interlagos, na zona sul da capital paulista, Maria Conceição Moreira Lopes.

      Dessa forma, descobriu que um de seus alunos, que detestava jogos coletivos com bola, era ótimo para provas de atletismo; viu que um estudante alto era péssimo em basquete, mas era tão bom em vôlei que agora, aos 17 anos, já ganha R$ 3 mil em um clube para jogar profissionalmente.
      Mas em 2005, Maria da Conceição encontrou um desafio diferente: fazer toda a sua classe do 5º ano se adaptar às limitações da aluna Mônica Guimarães, portadora de deficiência motora, causada por hemorragia cerebral ocorrida no nascimento prematuro, aos seis meses de gestação da mãe.
      Mônica, desde que chegou à escola, nunca deixou de participar das atividades em quadra. “A professora sempre me incluiu em tudo. Quando era futebol, eu jogava com a muleta e ela me segurava por trás, para não cair. Ela e os meus amigos ajudavam a empurrar a cadeira para eu jogar basquete. Era eu quem sacava no vôlei, nunca fiquei de fora de nada”.
      A adaptação da aula foi gradual. Para o basquete, no ínicio, foi usada a bola mirim, mas em pouco tempo a oficial foi adotada. Com o vôlei, a bola de EVA (material leve, semelhante a um emborrachado) facilitava o saque. No futebol, Mônica era a única que podia usar algo além do pé. “Eu podia chutar com a muleta”, conta.



      A aluna enfrentou apenas um obstáculo: o ciúme de alguns colegas que achavam que ela recebia mais atenção que o resto da classe. Para resolver esse problema, Maria da Conceição levou a todos para ver uma realidade mais impactante ainda que as limitações de Mônica. “Eu levei a classe toda para conhecer a AACD (Associação de Assistência da Criança Deficiente). Eles viram casos mais difíceis, como um garotinho que precisava de um skate para se locomover, pois não tinha pernas. Eles ficaram bastante tocados e entenderam melhor a situação da Mônica”, lembra.

      Adaptação precoce

      Maria da Conceição, neste ano, tem mais dois alunos com limitações. Dudu, do 3º ano, tem atraso cognitivo, mas sem deficiências físicas. Recebe a ajuda dos amigos para fazer as atividades e eles, segundo a professora, “nem percebem que estão fazendo algo adaptado”. “Todo mundo participa, leva o Dudu para cá, para lá e nem percebe que a aula está diferente".
      Outro caso é o de Márcio, do 2º ano, deficiente auditivo. Com ele, Maria da Conceição teve uma experiência diferente. “Disseram que o aluno não ouvia nada, mas eu apitava durante a aula e ele virava para ver. Achei estranho e falei para a mãe, que o levou para fazer mais testes e descobriu que tem um pouquinho de audição. Hoje o Márcio usa aparelho nos dois ouvidos e consegue ouvir alguns sons”.
      Como a deficiência do aluno não o impede de praticar qualquer exercício, Maria da Conceição precisa apenas passar as instruções das atividades com ele posicionado à sua frente e confirmar se ele entendeu tudo o que ela disse, sem necessidade de adaptação.

      Exceção

      Pesquisa realizada pela professora de educação física Marcia Greguol Gorgatti para sua tese de doutorado mostra que as escolas do sistema regular não estão preparadas para atender alunos com deficiência física.
      A pesquisa mostra também que 48% dos professores não gostam de receber alunos com deficiência, pois se sentem despreparados para atender as necessidades especiais destes alunos.
      Maria da Conceição se deparou com um problema deste tipo na escola. Em 2004, o colégio contava com a presença de um aluno cadeirante, Denis, que participava da aula apenas apitando as partidas em que os amigos atuavam.
      “Um dia, estávamos fazendo uma atividade no pátio, a minha turma e a do professor que tinha este aluno com deficiência. O exercício envolvia uns colchões e começamos a brincar de colocar um aluno deitado neles para que dois carregassem. A gente pegou o Denis e carregou pelo pátio inteiro. Foi uma diversão enorme para ele, que nunca tinha participado de nada”, lembra.
      Depois desse episódio, o professor de Denis passou a envolvê-lo nas atividades e, no ano seguinte, foi a vez de Maria da Conceição receber Mônica e aprender com ela. “Eu fiz vários cursos, sempre que a coordenadora pedagógica descobre um relacionado a trabalho com crianças especiais eu vou, mas a gente aprende muito com eles também.”

      FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/escola-adapta-aula-de-educacao-fisica-para-deficientes/n1237682753068.html

      Com professor bem formado e motivado, educação física não inova


      Pesquisa aponta que disciplina está à margem de projeto pedagógico na rede pública. Infraestrutura tem diferenças entre campo e cidade

      A educação física nas escolas públicas enfrenta grandes diferenças entre as áreas rural e urbana, quanto a infraestrutura, e inova pouco pedagogicamente. Estas são as principais conclusões da pesquisa “Educação física nas Escolas Públicas Brasileiras”, realizada pelo Ibope em parceria com os institutos Ayrton Senna e Votorantim e a ONG Atletas pela Cidadania, e divulgada nesta quarta-feira (28).
      Na análise feita dos docentes e de suas práticas pedagógicas, os pesquisadores avaliaram que os professores de educação física são bem capacitados, estão satisfeitos com a profissão, sabem de sua importância para a formação do aluno, mas ainda estão à margem do processo pedagógico.
      De acordo com o levantamento feito com professores e diretores de 458 escolas públicas de áreas rurais e urbanas de todo o País, 94% dos professores de educação física têm formação superior e 83% em educação física; 44% fizeram pós-graduação ou especialização e 3% mestrado. Além disso, 78% participaram de formação continuada.

      Os docentes estão motivados, 74% estão muito satisfeitos, e dão nota média 8,2 para a profissão. Quase 100% concordam que a educação física é tão importante quanto as outras disciplinas e pode ajudar a melhorar o desempenho escolar dos alunos como um todo. Mas, apesar de tantos dados positivos, para 21% a educação física não é tratada com a mesma importância da de outras disciplinas em suas escolas.
      Os métodos de avaliação também apontam uma contradição em relação à intenção: 60% dos professores avaliam seus alunos com testes e trabalhos teóricos; 78% avaliam o desempenho físico e 71% por meio de gincanas. Para os responsáveis pela pesquisa, falta estabelecer parâmetros de ensino e aprendizagem pautados em propostas pedagógicas que desenvolvam nos alunos competências pessoais, relacionais, cognitivas e produtivas. Ou seja, se a educação física pretende formar o cidadão, deveria avaliar competências como trabalho em time, cooperação, autonomia, liderança.
      “O Brasil ainda não aprendeu a transformar insumos em resultados”, afirma Viviane Senna,
      presidenta do Instituto Ayrton Senna. Para Viviane, a boa formação dos professores – especializados e motivados – não é revertida aos estudantes porque faltam práticas consistentes e gestão estratégica da disciplina. Outro problema é a existência de muitos objetivos, apontada pelos entrevistados, que faz com que o profissional não saiba exatamente aonde quer chegar e perca o foco.
      “O esporte é uma via poderosíssima para desenvolver competências na escola e na vida profissional. E a educação física tem acontecido à margem de um projeto pedagógico”, completa Tatiana Filgueiras, gerente de Avaliação e Desenvolvimento do Instituto Ayrton Senna. Tatiana defende que a aula tenha uma intencionalidade e esteja alinhada a um objetivo maior para que ela seja um espaço de “aprendizado de fato e não de recreação”.

      Infraestrutra
      O estudo também analisou a infraestrutura das escolas e apontou que as mais carentes estão nas áreas rurais e no Nordeste. Há espaço específico para a prática de educação física em 70% das unidades – 81% na área urbana e apenas 19% na rural. No Nordeste, 49% das escolas contam com um espaço específico, enquanto no Sul este índice chega a 89% e no Sudeste, 85%. A maioria das escolas (65%) não tem quadra poliesportiva. Novamente a diferença entre campo e cidade se repete: o equipamento está em 81% das escolas urbanas e 50% das rurais.


      Marina Morena Costa
      O ex-jogador de futebol Raí avalia que a
      educação física deve ser mais valorizada
       
      Atletas


      A proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas propicia um momento para tratar o esporte com seriedade, avalia Ana Moser, ex-jogadora de vôlei e membro da Atletas pela Cidadania. Ana acredita que um país com educação física para todos seria mais saudável, física e espiritualmente. “As pessoas desenvolveriam o esporte para o lazer e melhorariam as relações interpessoais com este hábito mais desenvolvido. Haveria mais competições e fatalmente teríamos atletas de alto nível”, destaca.
      Para o ex-jogador de futebol Raí, também membro da ONG, a mobilização em torno do esporte serve para valorizar e trazer o tema para as secretarias de educação. “A valorização que a educação física tem que ter na escola ainda não está de acordo com a importância que ela tem para a vida dos estudantes”, avalia.
      Magic Paula, ex-jogadora de basquete, conta que foi na aula de educação física de uma escola pública que descobriu o esporte. “Fica claro a importância que a escola teve na minha vida do esporte e pessoal.”. Para ela, a escola deve pulverizar a prática esportiva e evitar que os estudantes se concentrem apenas nos esportes que gostam mais ou têm desempenho melhor.

      FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/com-professor-bem-formado-e-motivado-educacao-fisica-nao-inova/n1597724920500.html

      Educação Física trata cada vez mais de leitura e matemática nos EUA


      De olho nos resultados de índices de aprendizado, escolas tem deixado para trás aulas que focavam na diversão

      Em uma tarde recente, os alunos da terceira série da professora Sharon Patelsky analisavam palavras como "siglas", "sentido horário" e "descendente", assim como conceitos de matemática como maior e menor. E eles faziam tudo isso, durante a aula de educação física.
       
      NYT
      Livros e revistas agora fazem parte do material básico
      das aulas ao lado das bolas
       
      Patelsky, a professora de educação física da escola Everglades em West Palm Beach, Flórida, instruiu os alunos a contarem até quatro à medida que tocavam seus cotovelos em seus joelhos durante um aquecimento. Eles somaram os pontos em pares de dados antes de correr para tapetes redondos impressos com símbolos matemáticos. E, enquanto faziam flexões, equilibrados em um braço, utilizavam o outro ("Alternem!" pediu Patelsky. "Essa é uma das palavras do vocabulário.") para empilhar enormes blocos de Lego em colunas rotuladas "unidades", "dezenas" e "centenas".
      "Eu não trabalho para o Departamento de Parques e Recreação", disse Patelsky, explicando sua abordagem pouco ortodoxa para o que tem sido, tradicionalmente, um dos poucos intervalos na rotina acadêmica. "Eu sou uma professora em primeiro lugar."
       
      NYT
      Mark Roche e uma aluna de seis anos em
      aulas que não são mais focadas em diversão
       
      Estimulados por um foco que visa melhorar as notas dos alunos em testes de matemática e inglês, assim como o desejo de incorporar mais informações sobre saúde e bem estar, mais distritos escolares estão incentivando os professores de educação física a ir além do futebol e do tênis para incluir leitura, escrita e aritmética como parte do ensino. Novas normas para inglês e matemática que foram adotadas por 45 Estados e no Distrito de Columbia recomendam que os professores de todas as disciplinas incorporem alfabetização e incluam mais "textos informativos" no currículo.
      Mas alguns pais se opõem à forma como os testes estão cada vez mais tomando conta da vida escolar. E alguns educadores temem que ao incluir contextos acadêmicos nas aulas de educação física os professores possam acabar com seu principal objetivo.
      Em todo o país, professores de educação física agora publicam listas de vocabulário em paredes de seus ginásios e solicitam aos alunos testem as Leis do Movimento de Newton ao atirar bolas.
      Na Escola Deep Creek Elementary em Chesapeake, Virgínia, as crianças contam em diferentes idiomas durante exercícios de aquecimento e salto sobre esteiras de letras para soletrar palavras durante a aula de educação física.
      Em alguns casos, deveres de casa e testes têm acompanhado o novo conteúdo das aulas de educação física. No ano passado, o Distrito de Columbia adicionou 50 questões sobre saúde e educação física para seus testes padronizados no final do ano. Nem todos os pais estão satisfeitos com as mudanças.
      "Eu acho que isso é um pouco exagerado", disse Kathleen Oropeza, co-fundadora do Fundo de Educação Agora, um grupo sem fins lucrativos de educação pública, na Flórida. "Se você tem crianças que estão aprendendo a ser um goleiro ou aprendendo que querem participar de uma equipe, por que é que isso tem de ser ofuscado pelo duro ambiente de testes?"
      E em um momento de aumento na obesidade infantil e na diminuição do tempo de recesso, alguns educadores querem manter o foco na atividade física. Professores de educação física disseram que não estão simplesmente transformando a aula de educação física em outra aula de preparação para o teste.
      Ao invés disso, disseram eles, a aula de educação física ajudam os alunos a aprender sobre os hábitos de vida de praticar uma atividade física e outros assuntos previamente ensinados nas aulas de saúde. Os alunos estudam os sistemas muscular e respiratório, aprendem a usar pedômetros e calcular taxas de batimentos do coração.

      NYT
      Uma aluna busca palavras relacionadas a atividade
      durante aula de educação física
       
      Um corpo de pesquisa mostrou que a atividade física pode ajudar a melhorar a função cognitiva. "Algumas crianças aprendem melhor através de mais movimento do que se sentarem em uma mesa", disse Janis Andrews, diretora acadêmica chefe em Palm Beach."Algumas crianças conseguem aprender não na sala de aula, mas sim praticando uma atividade física."
      Alguns pais disseram que, dada a quantidade de coisas que os alunos precisam aprender em um tempo limitado durante o dia, espalhar algumas lições acadêmicas durante as aulas de educação física faz sentido. "Eles têm a oportunidade de brincar durante o recesso", disse Renee Kelleher, mãe de quatro meninos gêmeos. "Continua sendo válido como uma sala de aula."

      FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-03-02/educacao-fisica-trata-cada-vez-mais-de-leitura-e-matematica-nos-eua.html

      Em busca de estudantes, universidades dos EUA abrem escritórios no Brasil


      Assim como Harvard, Universidade do Sul da Califórnia terá um endereço em São Paulo a partir do próximo mês e Columbia deve fazer o mesmo

      A Universidade do Sul da Califórnia (USC) inaugura no mês que vem um escritório em São Paulo, seu primeiro na América do Sul. A instituição é a segunda norte-americana a ter uma equipe no país para atender interessados em cursar a graduação. A primeira é Harvard e a terceira está a caminho: Columbia planeja fazê-lo em setembro.

      Entrevista:“Brasileiros vão mudar o perfil dos universitários nos EUA”, diz embaixador

      Campus da Universidade do Sul da Califórnia que
      inaugurará  escritório em São Paulo
       
      Em eventos para divulgar o novo endereço, que será na Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista, a USC também tem destacado o papel do escritório como facilitador de parcerias com universidades e instituições de pesquisa de todo o Brasil. A instituição chegou ao Brasil fechando convênios com a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano do Estado de São Paulo para capacitação técnica e com a Universidade de São Paulo (USP), para cooperação acadêmica, que inclui o intercâmbio entre estudantes, professores e pesquisadores.
      Atualmente, a USC tem 60 brasileiros matriculados entre 8 mil estudantes estrangeiros. A China país que mais envia pessoas para estudar nos Estados Unidos, tem 3.038 alunos na instituição. Oficialmente, o escritório em São Paulo será inaugurado em 18 de março.
      A Universidade do Sul da Califórnia tem cursos nas áreas de tecnologia, artes, comércio exterior, direito e planejamento urbano. A escola mais famosa é a de cinema, que formou cineastas como George Lucas e Walter Salles.

      O escritório de Harvard no Brasil já uma década faz a ponte de um programa da universidade sobre o Brasil que promove um forte intercâmbio de alunos.
      Outra norte-americana que é uma das principais potências educacionais e de pesquisa no mundo, a Columbia University, também está vindo buscar latino-americanos in loco para seus quadros. Em março, a instituição inaugura seu primeiro escritório na América Latina em Santiago, no Chile e, em setembro, pretende fazer o mesmo no Brasil.

      FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-02-28/em-busca-de-estudantes-universidades-dos-eua-abrem-escritorios-no-brasil.html